Após eliminação, Joanna Maranhão desabafa: “Brasil é racista, machista e homofóbico”

(Foto: Internet)

A nadadora Joanna Maranhão, fez um desabafo durante uma entrevista após a sua eliminação. (Foto: Internet)

Na tarde de ontem (9), a nadadora Joanna Maranhão, fez um desabafo durante uma entrevista após a sua eliminação da fase classificatória dos 200 metros borboleta dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Joanna revelou os ataques preconceituosos e machistas que têm sido constante nas redes sociais.

“Ontem à noite foi o dia mais difícil para mim. Tentei ficar fora de rede social, mas fui no Facebook e vi uma enxurrada de críticas, ataques. Alguns dizem que eu merecia ser enxutada, que minha história é uma grande mentira. Eu tentei segurar a onda, mas agora eu desabafei. E muito duro receber”, desabafou.

As críticas são por a atleta se posicionar politicamente contra o conservadorismo, a redução da maioridade penal e figuras como Eduardo Cunha e Jair Bolsonaro. Na entrevista que deu há pouco, a nadadora revelou que voltou a ser xingada pelas suas posições políticas e chegou a sair em defesa do governo da presidenta afastada Dilma Rousseff quando comentou a medalha de ouro da judoca Rafaela Silva.

“Esses perfis que nos atacam não sabem o sufoco que passa o atleta brasileiro. A Rafaela Silva, há quatro anos, não tinha nada, mas com a ajuda dos programas assistenciais, conseguiu essa medalha”, comentou.

Outro ponto alto de sua entrevista coletiva foi quando tratou da questão do estupro, já que a atleta já havia revelado anteriormente ter sofrido abusos sexuais quando criança. De acordo com Joanna, após a eliminação ela chegou a se deparar com mensagens desejando sua morte ou ainda que fosse estuprada.

“Desejar que eu seja estuprada é passar dos limites”, disse.

A atleta falou ainda sobre os ataques dirigidos a ela pela população.

“O Brasil é um país muito racista, preconceituoso, racista, homofóbico, voltado ao futebol, e os ataques que são feitos lá as pessoas pensam que não afeta. Eu sempre me posicionei politicamente, porque sinto que todo ser humano tem um papel a fazer, mas eu quero um país para todo mundo. Não quero que a Tais Araújo seja chamada de ‘macaca’, que a Rafaela Silva seja chamada de ‘decepção’, amarelona’”.

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