Brasil enfrenta pior crise já registrada

(Foto: Internet)

O Brasil divulgou nesta terça-feira (7) seu segundo ano seguido de retração no Produto Interno Bruto (PIB), o pior resultado da economia já registrado pelo IBGE.  A economia brasileira passou nos últimos anos por uma brusca virada, saindo de um boom econômico para uma profunda recessão.

Em 2016, a economia encolheu 3,6%. Em 2010, a realidade era inversa e o país registrou seu maior avanço do PIB em 20 anos, quando a economia cresceu 7,5%.

Essa mudança de rota atingiu em cheio o bolso da população e fez muitos brasileiros mudarem de vida – para pior.

 “Como o PIB caiu e a população ainda está crescendo, a gente teve três anos de queda no PIB per capita, uma redução de 9,1% no período. Isso significa um empobrecimento da população”, disse nesta terça-feira (7) Rebeca de La Rocque Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.

Com o aumento do desemprego e da inflação, uma boa parte da população que havia conquistado novos hábitos de consumo quando a economia estava aquecida passou a perder oportunidades. Essas perdas atingem, com mais força, as famílias de menor renda. O cenário econômico em 2016 é diferente de 2010 por uma série de fatores internos e externos, apontam os economistas.

“Em 2010, o Brasil vinha numa evolução muito grande em todos os aspectos, com a casa mais ou menos arrumada e com o boom das commodities”, explica Marcel Balassiano, pesquisador da área de Economia Aplicada do FGV/IBRE.

“Tivemos uma melhoria social, queda da pobreza. Depois disso, nesses 4 ou 5 anos, tivemos essa alteração de rumo que ocasionou a nossa chegada à maior recessão da história”, resume.

Após a crise internacional de 2008, o governo brasileiro adotou políticas para estimular o consumo interno para evitar assim que o Brasil embarcasse na recessão dos outros países. Entre elas estavam a redução dos juros e medidas que resultaram na queda dos impostos, aumento da renda das pessoas e da oferta de crédito. Foi nesse momento que muitos brasileiros de classe média viram sua vida melhorar e tiveram acesso a produtos e serviços que antes não estavam a seu alcance, como TV a cabo, plano de saúde, casa própria e carro zero.

Além de fatores econômicos, o cenário político é outro ponto relevante que marca as diferenças do Brasil em 2010 e 2016. “Em 2010, no último ano de mandato do Lula, ele tinha a popularidade altíssima, tanto que elegeu sucessora”, lembra Balassiano, apontando em seguida para o clima de incertezas de 2016, ano do impeachment de Dilma Rousseff. Os especialistas ressaltam que a crise política de 2016 atrapalhou a economia, levando pessoas e empresas a segurarem seus gastos.

Com informações do G1

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