Brasil condena invasão do Equador a embaixada do México em Quito

O governo do Brasil condenou, neste sábado (6), o ingresso de forças policiais do Equador na Embaixada do México, na capital equatoriana, Quito, na noite desta sexta-feira (5) e ainda manifestou solidariedade ao governo mexicano. “A ação constitui clara violação à Convenção Americana sobre Asilo Diplomático e à Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas”, diz a nota à imprensa divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil para afirmar que locais de missões diplomáticas são invioláveis.

“A medida levada a cabo pelo governo equatoriano constitui grave precedente, cabendo ser objeto de enérgico repúdio, qualquer que seja a justificativa para sua realização”, repudia o MRE.

Os dois lados
Pela rede social X (antigo Twitter), o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, declarou imediata suspensão das relações diplomáticas entre os governos do México e Equador.

De acordo relato de López Obrador, a polícia do país sul-americano entrou à força no posto diplomático do México e deteve o ex-vice-presidente equatoriano Jorge David Glas Espinel, refugiado nas instalações mexicanas e que estava com um pedido de concessão de asilo em tramitação devido à perseguição e assédio sofridos pelo ex-VPR equatoriano. “Isto é uma violação flagrante do direito internacional e da soberania do México”, declarou o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador,  sobre o que classificou como ato autoritário.

Na página oficial do governo do México, adiantou que já orientou o embaixador mexicano em Quito a proceder a interrupção das relações diplomáticas legalmente. Por outros lado, a conta oficial do governo do Equador na mesma rede X postou uma nota pública na manhã  deste sábado (6) com o título “Defendemos a soberania nacional, impunidade zero.”

O comunicado explicou que o ex-presidente Jorge Glas Espinel foi condenado à prisão pela Justiça equatoriana e que não pode ser considerado um perseguido político. Após a detenção na Embaixada do México, o mesmo foi colocado sob as ordens das autoridades competentes do Equador.

Apesar do governo do Equador reconhecer que cada embaixada tem o propósito de fortalecer as relações entre países e de entender que México e Equador lutam contra a corrupção que afeta a ambos, a nota enfatiza que a missão diplomática mexicana cometeu abusos ao abrigar o ex-vice-presidente equatoriano, classificado como delinquente pelo governo sul-americano e para o qual existe uma ordem de prisão. Por fim o governo do Equador, na nota frisa a soberania nacional e a intolerância com a impunidade.”Equador é um país soberano. Não permitiremos que nenhum criminoso permaneça na impunidade.”

A crise
Há meses, o Equador vive um conflito armado promovido por organizações criminosas. Em janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ajuda ao governo do Equador, em conversa telefônica com o presidente daquele país, Daniel Noboa. À época, Lula disse que a cooperação brasileira poderia abranger as áreas de inteligência e segurança.

Agência Brasil

Dengue assusta autoridades francesas para visita de Macron ao Brasil

Autoridades do governo francês admitiram ao Estadão preocupação com a epidemia de dengue no Brasil, por causa da visita do presidente Emmanuel Macron, na próxima semana. A convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Macron passará três dias no País e visitará três lugares que vivem uma situação de emergência por surto de dengue: Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.

O País já registrou 2 milhões de casos de dengue, o recorde histórico desde o ano 2000. Houve 715 mortes – a maior parte delas no Distrito Federal, com 152 vítimas fatais. Há ainda 1 078 óbitos em investigação, segundo o painel do Ministério da Saúde. O presidente francês passará a quinta-feira, dia 28, em compromissos no Distrito Federal, que tem o mais grave surto de dengue do Brasil no momento.

Ao ser questionada sobre o assunto, uma importante autoridade francesa, que falou sob a condição de ter sua identidade preservada, disse que sim havia motivo para preocupação e cuidados, embora não tenha certeza de que o próprio Macron esteja ciente da gravidade dos casos.

Além de medidas de praxe relativas à segurança, os governos da França e do Brasil trataram de restrições alimentares do chefe de Estado francês e de desejos específicos como fazer uma caminhada na Avenida Paulista. O Palácio de Eliseu comunicou ao Itamaraty que Macron tem costume de fazer atividades assim quando viaja ao exterior e gosta da prática esportiva.

Os preparativos mobilizaram o escritório de Macron, a embaixada e consulados franceses no Brasil, além do Palácio do Planalto e do Itamaraty. Entrou no radar das autoridades de Paris o risco de contrair a dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos no Brasil, como febre amarela e malária, comuns sobretudo na Região Norte – a última é mais frequente em áreas remotas. Todas tendem a ser potencializadas no período de chuvas do inverno amazônico.

O primeiro compromisso de Macron será em Belém, no Pará, onde circulará por ambientes abertos e fechados. Com Lula, ele irá tomar um barco e se deslocar até a Ilha do Combú para conhecer o cultivo de cacau e conversar com lideranças ribeirinhas e indígenas. Macron desembarcará na tarde de terça-feira, dia 26, vindo da Guiana Francesa, um departamento ultramarino de Paris que também abrange uma porção da floresta amazônica. São Paulo registrou até o momento 110 mortes pela dengue, o Rio de Janeiro, 63, e o Pará apenas 2 óbitos.

Estadão

Rússia inclui movimento LGBT em lista de ”terroristas e extremistas”

O movimento LGBT foi incluído pela Rússia em uma lista de pessoas e entidades “terroristas e extremistas”, de acordo com uma nota do serviço de inteligência financeira do país.

Administrada pela agência Rosfinmonitoring, que tem poder se congelar contas bancárias de grupos designados extremistas ou terroristas, a lista contém 14 mil nomes de pessoas e entidades. Alguns dos citados são o grupo terrorista Al-Qaeda, a empresa norte-americana Meta, e apoiadores do líder oposicionista Alexei Navlany, morto em fevereiro em uma prisão russa.

A inclusão do movimento LGBT à lista ocorre após a Suprema Corte russa considerar o movimento internacional “extremista” e tornar ilegal o ativismo LGBTQIA+ no país, em novembro do ano passado. Desde o início da guerra contra a Ucrânia, em 2022, as autoridades da Rússia reprimem de forma crescente as minorias sexuais.

Na quarta-feira (20/3), autoridades anunciaram a prisão preventiva de donos de um bar na região de Urais por “extremismo LGBTQIA “. Eles enfrentam uma pena que pode chegar até 10 anos de prisão. A acusação diz que “durante a investigação, foi descoberto que os acusados, pessoas com uma orientação sexual não tradicional (…) também apoiam as opiniões e atividades da associação pública internacional LGBT, proibida em nosso país”.

Desde 2013, uma lei russa proíbe a “propaganda de relações sexuais não tradicionais” entre menores. Em 2022, a legislação foi ampliada para proibir qualquer forma de “propaganda” LGBTQIA na mídia, internet, livros e filmes.

AFP e Correio Braziliense.

ONU: 2,2 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável

O Relatório Mundial das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento da Água deste ano destaca a importância de criar e manter a segurança hídrica e o acesso aos recursos hídricos para garantir a paz e a prosperidade ao mundo. No planeta, cerca de 2,2 bilhões de pessoas não têm acesso à água potável e 3,5 bilhões não têm serviços de saneamento seguros. Conforme o documento, a procura por água aumenta 1% por ano no mundo. Essa busca acontece devido à industrialização, hábitos alimentares e maior número de pessoas morando nas cidades.

O documento, publicado ontem, no dia mundial da água, sublinhou que garantir a todos os países “um abastecimento de água seguro e equitativo” é “indispensável” para promover a sua prosperidade e, por extensão, a paz. O trabalho, que carrega o tema “Água para Prosperidade e Paz”, revela que nos países em desenvolvimento, até 80% dos empregos concentrados na agricultura e nas indústrias com uso intensivo de água estão vinculados ao recurso natural, ameaçado pelas mudanças climáticas.

“Sem acesso à água potável, as pessoas ficam expostas a doenças que as impedem de ir à escola, de trabalhar, de serem produtivas. O vínculo aqui é bastante claro”, sublinha Richard Connor, principal redator do relatório. Após apresentação na sede da Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco), em Paris, na França, Connor ressaltou à AFP que “sem água não temos segurança alimentar, produção agrícola, indústria”. Se esse recurso e a prosperidade estão vinculados, a prosperidade e a paz também parecem andar de mãos dadas. “Parece lógico que aqueles que têm a sorte de viver com prosperidade sejam menos propensos a lutar uns com os outros”, observa Connor.

Desigualdade

Segundo o relatório, na América Latina e no Caribe (ALC), diversas iniciativas de cooperação e coordenação têm impulsionado a segurança hídrica, o desenvolvimento sustentável e a paz na região. A implementação de parcerias transfronteiriças, processos de desenvolvimento local e gestão de barragens polivalentes destacam desafios e lições para reduzir tensões entre os diversos usuários de água. Com aproximadamente 251 projetos de barragens polivalentes na ALC, que abrangem hidroeletricidade, irrigação, abastecimento urbano e controle de inundações.

Gustavo Veronesi, coordenador da causa Água Limpa da Fundação SOS Mata Atlântica, afirma que o Brasil tem cerca de 13% de toda a água doce do planeta e que, no entanto, o acesso é desigual. “Enquanto grande parte da população está localizada nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, a água se concentra ao Norte, onde há menos pessoas. No entanto, na região Norte, há serviços precários de acesso à água e esgotamento sanitário.”

O especialista reforça que, nas regiões mais dinâmicas economicamente, como Sudeste, não há tanta água, e os conflitos também aparecem. “No contexto de mudanças climáticas, antes havia regimes de chuva bem estabelecidos, hoje há problemas sérios em relação às fortes chuvas, que causam impactos tremendos, principalmente nos mais vulneráveis, como as populações periféricas, tradicionais.”

Na região da Ásia e do Pacífico, onde apenas 36% dos recursos hídricos do planeta estão disponíveis para cerca de 60% da população mundial, a escassez de água per capita é uma preocupação significativa. A sobrecarga nos recursos hídricos, considerada a principal causa de escassez na região, destaca a importância de estratégias para enfrentar esse desafio.

As desigualdades na distribuição dos recursos hídricos, no acesso aos serviços de abastecimento e saneamento são fonte de tensões que podem “exacerbar a insegurança hídrica”, aponta a publicação.

Para evitar tragédias, a ONU defende uma maior cooperação internacional que está gerando “resultados positivos”. Todavia, dos 153 países que compartilham rios, lagos ou águas subterrâneas, somente 31 alcançaram acordos de cooperação que cobrem pelo menos 90% da superfície das suas bacias transfronteiriças, destaca o documento.

Alexander Turra, membro da Rede de Especialistas em Conservação da Natureza (RECN) e professor titular do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP) reitera que a escassez de água, ocasiona situações assimétricas, hegemônicas, de grupos se sobrepondo a outros. “Assim como outros recursos naturais, é possível concentrar essa riqueza. Hoje, um litro de gasolina custa em torno de R reais, e se você for ver quanto custa uma garrafinha de água de meio litro, está por volta desse preço. É mais barato abastecer o carro do que tomar água.”

Turra destaca ser preciso compreender o valor do recurso. “Temos o uso da água como um mecanismo de dominação. Isso aconteceu no Nordeste do Brasil com a manipulação dos caminhões-pipa que leva água para as comunidades em lugares remotos e isso era uma moeda de troca política.”

Tecnologia

A diretora-geral da Unesco, Audrey Azoulay, destaca a importância de aumentar os investimentos particulares, uma vez que “o acesso universal à água potável, ao saneamento e à higiene em 140 países de baixa e média renda exigiria um investimento de cerca de 114 bilhões de dólares (567,7 bilhões de reais) anuais até 2030”. O relatório frisa ainda uma “falta de competências jurídicas, políticas e institucionais” para evitar o desperdício e a poluição e permitir a resolução de conflitos por meio da negociação.

A ONU alerta para o surgimento de tecnologias que não consideram o impacto na água, mesmo quando visam reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Considerando as tecnologias de informação que “consomem cada vez mais água”, porque precisam esfriar seus servidores, sobretudo com o desenvolvimento da inteligência artificial.

Brasil brasileiro

Alguns locais do Nordeste Brasileiro estão sob o risco de desertificação. Temos o polígono da seca onde há o uso inadequado do solo. Ele é utilizado excedendo sua capacidade por atividades agrícolas ou pecuárias, colocando mais animais do que o adequado, ou utilizando maquinário pesado, que vai compactando o solo e diminuindo cada vez mais a capacidade de infiltração da água. Temos grande falta de matas ciliares no entorno de lagos, rios e nascentes. Em tempos de mudanças climáticas com eventos extremos cada vez mais intensos e frequentes, é preciso ter estratégias para recuperar áreas degradadas e recuperar a capacidade do nosso território de absorver a água.

Números

– 2,2 bilhões das pessoas não tinham acesso à água potável gerenciada com segurança em 2022

– 72% da água doce retirada são usados pela agricultura

– Cerca de 80% dos empregos dependem da água em países de baixa renda onde a agricultura é a principal fonte de subsistência

– Perdas econômicas de US$ 832 bilhões de dólares foram causadas por inundações entre 2002 e 2021

– 1,4 bilhão pessoas foram afetadas pelas secas de 2002 a 2021

Aumento 10% na migração global entre 1970 e 2000 estava ligado a deficits hídricos

Correio Braziliense.

Papa pede negociação para acabar com guerra na Ucrânia

O papa Francisco instou das partes em conflito na Ucrânia a negociar “antes que as coisas piorem”, em uma entrevista divulgada neste sábado (9) pela televisão suíça. “Acredito que são mais fortes aqueles que veem a situação, que pensam no povo, que têm a coragem de levantar a bandeira branca e negociar”, declarou o papa durante uma entrevista à rádio televisão suíça RTS, realizada no início de fevereiro.

“A palavra negociar é uma palavra corajosa. Quando você vê que está derrotado, que as coisas não vão bem, precisa ter a coragem de negociar”, acrescentou. “Dá vergonha, mas com quantas mortes isso vai terminar?”, continuou o jesuíta argentino, de 87 anos. “Hoje, por exemplo, na guerra da Ucrânia, há muitos que querem atuar como mediadores. A Turquia se ofereceu para isso. E outros. Não tenham vergonha de negociar antes que as coisas piorem”, instou.

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou na sexta-feira que seu país estava disposto a sediar conversas de paz entre Kiev e Moscou, após uma reunião com seu contraparte ucraniano, Volodimir Zelensky, em Istambul. Nas primeiras semanas da guerra, que começou com a invasão russa da Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, a Turquia havia sediado negociações de paz entre os dois países, mas elas fracassaram.

Os jornalistas também perguntaram sobre a guerra entre Israel e o movimento islamista Hamas na Faixa de Gaza. “A guerra é feita por dois, não por um. Os irresponsáveis são esses dois que fazem a guerra”, respondeu.

AFP

‘Internet dos anos 2010’ pode levar um Oscar neste domingo com ‘Vidas Passadas’

Se você é millenial, provavelmente passou pela experiência de reencontrar amigos de infância ou adolescência no Facebook (ou quem sabe até no Orkut) após anos sem contato, seja por uma mudança de endereço, escola ou por uma separação involuntária causada pelo destino.

Vidas Passadas, que concorre ao Oscar de melhor filme no domingo, 10, tem como ponto central de sua história essa reconexão por meio do Facebook no início da década de 2010, quando a plataforma ainda tinha um grande enfoque social e estava longe de escândalos políticos e éticos.

O drama romântico explora três momentos da vida de Na Young e Hae Sung, dois indivíduos millenials que se separam após uma forte amizade na infância, em Seoul, na Coreia do Sul. Aos 12 anos, Na Young imigra com sua família para Toronto, no Canadá, onde assume o nome de Nora Moon, perdendo o contato com Hae Sung e se ocidentalizando.

Doze anos se passam e Nora, agora uma escritora com 24 anos de idade morando em Nova York, se depara com um post de Hae Sung no Facebook em busca de sua amiga de infância, Na Young, sem saber sobre sua mudança de nome. O filme também aborda o esforço que a personagem Nora precisa fazer para escrever mensagens em coreano a Hae, usando um teclado de padrão norte-americano. Para auxiliá-la, ela escreve em uma folha de papel os caracteres do alfabeto coreano correspondentes às teclas do teclado QWERTY.

O retrato poético que ‘Vidas Passadas’ faz da tecnologia e seu impacto nos destinos individuais, reconectando pessoas em diferentes contextos e momentos de suas vidas, foi inspirado pela própria jornada pessoal da diretora e roteirista Celine Song.

‘Vidas Passadas’ está em cartaz nos cinemas. A cerimônia de premiação do Oscar, na qual o filme concorre nas categorias de Melhor Filme e Melhor Roteiro Original, acontece neste domingo, 10, a partir das 20h (horário de Brasília).

Estadão

Mulheres do mundo todo se mobilizam por seus direitos no 8 de março

Do Afeganistão à Espanha, passando por França, México e Argentina, milhares de mulheres se mobilizaram nesta sexta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, para reivindicar seus direitos. Os protestos ocorrem em um momento em que os direitos das mulheres se encontram sob ameaça de “retrocesso” no mundo, alertou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Na América Latina, coletivos feministas convocaram manifestações em vários países, como México, Colômbia, Uruguai, Honduras, Chile e Argentina. “Tirem a motosserra dos nossos direitos”, dizia um dos lemas dos coletivos argentinos, em rejeição às recentes medidas antifeministas do presidente ultraliberal Javier Milei.

– Afeganistão 
Pequenos grupos de mulheres se manifestaram discretamente no Afeganistão, onde os talibãs as expulsaram da vida pública desde seu retorno ao poder em agosto de 2021.As mulheres não podem viajar sem a companhia de um homem da família nem acessar certos empregos. Tampouco têm acesso à educação secundária ou universitária ou podem frequentar parques, feiras e ginásios. Em Balkh, no norte, várias mulheres exibiam um cartaz que dizia: “Salvem as mulheres do Afeganistão.”

– Argentina
Na Argentina, dezenas de milhares de mulheres marcharam “com força renovada” em repúdio às medidas antifeministas do presidente ultraliberal Javier Milei e de sua “motosserra” para cortar os gastos públicos. Desde que assumiu o poder em dezembro, o presidente de extrema direita fechou o Ministério das Mulheres e o Instituto Nacional contra a Discriminação, e proibiu a linguagem inclusiva em todas as comunicações da administração pública. Também voltou a se referir nesta quarta-feira ao aborto como um “assassinato”.

– Bolívia
Centenas de mulheres marcharam pelo coração de La Paz erguendo cartazes com frases como “Não quero voltar morta para casa” ou “Não me acho mais bonita calada”. “Estamos nas ruas da cidade para dizer a todos que não vamos descansar até conquistar nossos direitos”, afirmou em um protesto a funcionária pública Roxana Pérez.

– Chile
Cerca de 15 mil pessoas participaram de uma manifestação colorida pelo centro de Santiago, que passou em frente ao palácio do governo de La Moneda.”Mulher, escuta, se junte à luta” ou “Vai cair, o patriarcado vai cair” cantavam as manifestantes que tomaram as principais ruas da capital.

– Espanha
Dezenas de milhares de mulheres se manifestaram na Espanha, embora o movimento feminista voltou a marchar dividido em algumas cidades por suas diferenças sobre alguns temas, como a abolição da prostituição e a livre autodeterminação de gênero.”Basta! Nós feministas estamos em todas as partes”, dizia um cartaz no centro de Madri, em referência ao lema popularizado pelas jogadoras da seleção espanhola após o beijo forçado do ex-presidente da Federação, Luis Rubiales, na jogadora Jenni Hermoso.

– França
Milhares de pessoas se manifestam em Paris e outras cidades depois que o país se tornou na segunda-feira o primeiro do mundo a consolidar em sua Constituição a “liberdade garantida” das mulheres de abortar. A lei, aprovada na segunda, foi promovida pela oposição de esquerda e pela situação, após a Suprema Corte dos Estados Unidos deixar de reconhecer o aborto como um direito a nível federal em 2022.

– Honduras
Dezenas de mulheres se reuniram nas proximidades do Congresso Nacional, no centro de Tegucigalpa, para exigir “justiça, igualdade, respeito e equidade”, segundo os cartazes que mostravam.A diretora do Observatório da Violência da Universidade Nacional, Migdonia Ayestas, disse à AFP que Honduras é o país com “mais mortes violentas de mulheres e feminicídios na América Latina e o quinto no mundo”. Em 2022, foram registradas 308 mortes violentas de mulheres e, em 2023, foram 380, indicou Ayestas.

– Irã
No Irã, a violenta repressão de manifestações majoritariamente pacíficas e a “discriminação institucionalizada” de mulheres e meninas deu lugar a “crimes contra a humanidade”, apontou um relatório de especialistas encomendado pelo Conselho de Direitos Humanos da ONU. A pesquisa, da qual as autoridades iranianas se negaram a participar, foi solicitada pela ONU depois dos grandes protestos que abalaram o país. Essas manifestações foram desencadeadas, em setembro de 2022, após a morte sob custódia de Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos detida pela polícia da moralidade por supostamente usar o véu de forma incorreta.

– Irlanda
Na Irlanda, foi realizado um referendo que busca modernizar as referências à mulher e à família em sua Constituição, redigida em 1937 quando a Igreja Católica impunha seu dogma no país.

– Itália
Dezenas de milhares de pessoas se manifestaram em Roma e Milão contra a violência de gênero, depois da comoção causada por vários feminicídios nos últimos meses.

– México
As ruas do centro histórico da Cidade do México foram invadidas por uma onda de cor roxa para protestar contra a violência de gênero neste país, onde, segundo a ONU, entre 9 e 10 mulheres são assassinadas diariamente. “Elas foram levadas vivas, nós as queremos vivas!” gritava um grupo de mulheres, familiares de vítimas da violência machista. “E que tremam os machistas, a América Latina será feminista!” cantava outro grupo. Entre os manifestantes estava também o chamado “bloco negro”, mulheres encapuzadas vestidas de preto que faziam pichações e com marretas batiam nas barreiras erguidas pelas autoridades para proteger monumentos, comércios e edifícios.

– Paquistão
Centenas de mulheres protestaram nas principais cidades do Paquistão, onde as mobilizações a favor dos direitos da mulher costumam ser criticadas por grupos religiosos conservadores. “Enfrentamos todo tipo de violência: física, sexual, cultural […], o casamento de crianças, estupros, assédio no trabalho e nas ruas”, declarou Farzana Bari, organizadora de uma manifestação na capital Islamabad.

– República Democrática Congo
Na República Democrática do Congo, milhares de mulheres se vestiram de preto em sinal de luto pelas mortes deixadas pelos conflitos no leste do país. “Nós, as mulheres da República Democrática do Congo, rejeitamos a guerra, o estupro e o roubo de nossos recursos”, clamaram em Bukavu, capital da província Kivu do Sul.

– Rússia
O presidente russo, Vladimir Putin, elogiou nesta sexta-feira as mulheres militares que lutaram na Ucrânia e as que apoiam a ofensiva de Moscou contra o país vizinho. O ministro de Defesa, Sergei Shoigu, agradeceu às mães dos soldados em combate na Ucrânia e lhes disse: “Vocês criaram verdadeiros patriotas e corajosos defensores da pátria”. Nas últimas semanas, esposas de soldados organizaram manifestações em frente ao Kremlin para pedir seu retorno.

– África do Sul
Na África do Sul, cerca de 200 mulheres se manifestaram em apoio ao Conselho Judeu Sul-Africano para denunciar os estupros e abusos cometidos pelo Hamas contra reféns israelenses na Faixa de Gaza. “Estamos profundamente entristecidas pelos horrores e as atrocidades cometidas pelos terroristas do Hamas”, lamentou uma das organizadoras, Gabriella Farber Cohen.

– Turquia
Centenas de mulheres se reuniram em uma rua que leva à Praça Taksim, em Istambul, fechada como em anos anteriores. Também estava prevista uma marcha na capital, Ancara, em uma rua onde os protestos estão proibidos há anos.

– Uruguai
Uma onda roxa com milhares de pessoas percorreu a principal avenida de Montevidéu, em um protesto ao qual se uniu o sindicato Pit-Cnt após convocar uma greve de 24 horas sob o lema “Nem um direito a menos, chega de retrocessos”. Também houve referências à guerra em Gaza, onde denunciaram um “genocídio” contra os palestinos, e às mulheres desaparecidas durante a ditadura cívico-militar de 1973 a 1985. Carolina Calfani, funcionária administrativa do sistema educacional de 32 anos, foi com sua filha e sobrinha para exigir “uma educação feminista”, mas também para enfatizar “as mortes de mulheres palestinas”.

AFP

Israel: polícia entra em confronto com manifestantes que pedem eleições antecipadas

A polícia israelense entrou em confronto com manifestantes que pediam por eleições antecipadas e pela libertação dos reféns capturados em outubro, aumentando a pressão sobre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu.

Foram utilizados cassetetes e canhões de água para dispersar os protestos que, segundo a polícia, bloqueavam uma rua principal em Tel Aviv. Pelo menos 21 pessoas foram presas ou levadas para interrogatório, mas todos foram libertados na manhã de domingo, segundo organizadores.

O governo, uma coalizão frágil construída em torno da aliança de Netanyahu com partidos de extrema-direita e ultraortodoxos, ainda tem cerca de três anos no poder antes de ser obrigado a convocar uma eleição.

Mandato
Analistas políticos estão divididos sobre se o governo pode resistir à pressão para convocar uma votação antecipada, mas Netanyahu disse que falar de eleições enquanto Israel ainda está lutando contra o Hamas prejudica a guerra, e que espera cumprir seu mandato completo.

Antes do ataque do Hamas, que matou cerca de 1,2 mil pessoas e provocou a invasão de Gaza pelos israelenses, Israel tinha sido consumido por um longo período de turbulência.

Por meses, centenas de milhares de manifestantes foram às ruas em todo o país para protestar contra o plano de Netanyahu de reformar o sistema judicial, temendo que isso minasse o caráter democrático do país ao diluir um dos poucos controles sobre o poder do governo. Esses protestos em massa desapareceram após

Estadão

Ucrânia: guerra completa 2 anos com fracasso de sanções contra Rússia

A invasão da Ucrânia pela Rússia completou 2 anos neste sábado (24) com o fracasso, ao menos até o momento, da estratégia dos Estados Unidos e aliados de, por meio de sanções econômicas, forçar a Rússia a retirar as tropas do campo de batalha. Para especialistas ouvidos pela Agência Brasil, a situação da Rússia hoje é mais confortável do que a da Ucrânia na guerra.

Após retrair 1,2% em 2022, no primeiro ano da guerra, a economia russa cresceu 3,6% em 2023, mostrando que o conflito e as sanções ainda não tiveram os efeitos esperados pelos adversários de Moscou. No terceiro trimestre de 2023, a economia russa registrou crescimento de 5,5%.

Para o Fundo Monetário Internacional (FMI), esse é um crescimento frágil porque é sustentado pelos gastos militares impulsionados por recursos do Estado, segundo noticiou a Reuters. De toda forma, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, redobrou a aposta e anunciou, na véspera do aniversário do conflito, mais 500 sanções econômicas contra o gigante euroasiático.

O professor de Relações Internacionais da Universidade Federal do ABC (UFABC) Gilberto Maringoni destacou que a expectativa do Ocidente, no começo da guerra, era a de vencer o conflito por meio do isolamento econômico e político de Moscou.

“Esperava-se que a Rússia logo entraria em recessão e não teria condições de financiar uma guerra muito prolongada, e que as sanções econômicas, especialmente as contra a exportação de petróleo e gás, junto com a retirada da Rússia do sistema de pagamentos internacional, iriam isolar o país e ele seria estrangulado econômica e financeiramente. Isso não só não aconteceu, como a Rússia teve um crescimento surpreendente”, afirmou.

O professor, que também é coordenador do Observatório de Política Externa e Inserção Internacional do Brasil, acrescentou que a Rússia conseguiu contornar o bloqueio econômico se aproximando do mercado asiático, especialmente o chinês. “Se dá uma inédita aliança entre a Rússia e a China, que foi sacramentada num acordo feito entre o presidente [da China] Xi Jinping e o presidente [da Rússia] Vladimir Putin, dia 4 de fevereiro de 2022, ou seja, 18 dias antes do início da guerra”, explicou Maringoni.

Sanções
O professor de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP) Robson Valez destacou também que as sanções não foram capazes de deter o objetivo de Vladimir Putin de anexar as províncias do leste da Ucrânia.

“As sanções econômicas são uma arma muito utilizada pelos Estados Unidos e pela União Europeia. Temos o exemplo das sanções contra Cuba, desde a década de 60, sanções econômicas contra Venezuela, sanções econômicas contra o Irã. E em nenhum desses países a gente viu uma mudança de regime, uma mudança do poder Executivo por conta dessas sanções”, avalia. Valdez acrescentou que as pesquisas sobre sanções econômicas têm mostrado, ao contrário, que “são pouco efetivas e acabam sendo instrumentalizadas por esses líderes para colocar a população local contra os países que apoiam esse tipo de sanção”.

Outra consequência das sanções e da guerra, para o especialista, foi a maior união dos principais adversários de Washington, China, Rússia e o Irã. “Os principais adversários dos Estados Unidos no campo internacional acabaram se beneficiando desse contexto de conflito na Ucrânia”, acrescentou.

Favoritismo
A situação da Rússia hoje na guerra está mais favorável do que a da Ucrânia e de seus aliados, na avaliação do professor Robson Valdez, que também é pesquisador do Núcleo de Estudos Latino-americanos da Universidade de Brasília (UnB). “As evidências apontam, passado esses 2 anos, que os custos políticos e econômicos dessa guerra têm sido mais desfavoráveis à Ucrânia e seus aliados do que a Putin e a economia russa”, disse.

Por isso, o professor acredita que será difícil para a Ucrânia evitar, com o fim da guerra, a perda de territórios. “Não vejo um cenário possível de negociação de paz, encerramento do conflito, sem perda territorial e sem algum tipo de desmilitarização por parte da Ucrânia”, acredita.

Posição semelhante tem o professor da UFABC Gilberto Maringoni, para quem a Rússia está vencendo a guerra. O especialista lembra que as eleições na Europa e nos Estados Unidos podem reduzir ainda mais o apoio militar e financeiro ao governo da Ucrânia. “A guerra tornou-se um mau negócio, e impopular [na Europa e Estados Unidos]. E isso é que pode ser fatal para a Ucrânia, para a economia ucraniana”, explicou Maringoni, lembrando que a indústria alemã tem sofrido bastante com o aumento do custo da energia, que é resultado também da guerra e das sanções contra a Rússia.

Nos Estados Unidos, uma ajuda financeira bilionária para a Ucrânia está parada no Congresso por oposição da maioria republicana. “Se a guerra realmente for um fator decisivo na campanha eleitoral [dos Estados Unidos], ela pode causar dificuldades para a reeleição de Joe Biden”, comentou.

Agência Brasil

‘Emergência` de dengue no Brasil é presságio de crise sanitária nas Américas’, diz jornal dos EUA

O Brasil está enfrentando um enorme surto de dengue especialistas em saúde pública dizem que se trata do prenúncio de um aumento iminente de casos nas Américas. O Ministério da Saúde do Brasil alerta que espera mais de 4,2 milhões de casos este ano, superando os 4,1 milhões de casos registrados pela Organização Pan-Americana da Saúde para todos os 42 países da região no ano passado.

O Brasil enfrentaria um ano ruim de dengue – o número de casos do vírus normalmente aumenta e diminui em um ciclo de aproximadamente quatro anos – mas os especialistas dizem que uma série de fatores, incluindo o El Niño e as mudanças climáticas, amplificaram significativamente o problema este ano.

“O calor recorde no país e as chuvas acima da média desde o ano passado, antes mesmo do verão, aumentaram o número de criadouros do mosquito no Brasil, mesmo em regiões que tiveram poucos casos da doença”, disse a ministra da Saúde do Brasil, Nísia Trindade.

O número de casos de dengue já disparou na Argentina, Uruguai e Paraguai nos últimos meses, durante o verão do Hemisfério Sul, e o vírus avançará pelos continentes com as estações do ano. “Quando vemos ondas em um país, em geral elas se seguem para outros, é assim que estamos interconectados”, disse Albert Ko, especialista em dengue no Brasil e professor de saúde pública na Universidade de Yale.

A Organização Mundial de Saúde alertou que a dengue está para se tornar rapidamente num problema de saúde global urgente.

Nos Estados Unidos, Gabriela Paz-Bailey, chefe do departamento de dengue na divisão de infecções transmitidas por vetores dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças, disse que esperava altas taxas de infecção por dengue em Porto Rico este ano e que haveria mais casos também no território continental dos Estados Unidos, especialmente na Flórida, bem como no Texas, Arizona e sul da Califórnia.

A dengue é transmitida pelo Aedes aegypti , uma espécie de mosquito que está se estabelecendo em novas regiões, incluindo partes mais quentes e úmidas dos Estados Unidos, onde nunca tinha sido vista até os últimos anos.

Espera-se que os casos nos Estados Unidos ainda sejam relativamente poucos neste ano – na casa das centenas, não dos milhões – devido à alta prevalência do ar condicionado e das telas nas janelas. Mas Paz-Bailey alertou: “Quando se observam as tendências no número de casos nas Américas, é assustador. Há aumento de forma consistente ao redor.”

A Flórida relatou o maior número de casos adquiridos localmente no ano passado, 168, e a Califórnia relatou os primeiros casos desse tipo. Três quartos das pessoas infectadas com dengue não apresentam nenhum sintoma e, entre as que apresentam, a maioria dos casos se assemelha apenas a uma gripe leve. Mas algumas infecções por dengue são graves, causando dores de cabeça, vômitos, febre alta e dores nas articulações. Um caso grave de dengue pode deixar uma pessoa debilitada por semanas.

Cerca de 5% das pessoas que ficam doentes irão evoluir para o que é chamado de dengue grave, que faz com que o plasma, o componente fluido do sangue rico em proteínas, vaze dos vasos sanguíneos. Alguns pacientes podem entrar em choque, causando falência de órgãos .

Agencia O Globo

Gel anticoncepcional masculino tem 99% de eficácia, diz pesquisa

Cientistas têm desenvolvido um gel anticoncepcional masculino, que está sendo produzido pela empresa de biotecnologia Contraline, nos EUA, para bloquear a saída de espermatozoides do corpo do homem nas ejaculações. A pesquisa foi feita com mais de 1,5 mil voluntários de diferentes idades. O contraceptivo foi injetado no canal deferente deles — o tubo que transporta os espermatozoides dos testículos para fora do corpo — em uma consulta médica, após receberem uma anestesia local.

Todos os participantes continuaram a ter ejaculações, mas a contagem de espermatozoides caiu de 99% a 100% apenas um mês após o procedimento, mostrando que o método de contracepção foi eficaz na prevenção da saída dos espermatozoides do corpo. “Os pesquisadores visam desenvolver um método de contracepção masculino parecido com a vasectomia, como uma vantagem de ser reversível de forma mais fácil”, avalia o Dr. Eduardo Pimentel, membro titular da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU).

“A pesquisa desenvolveu um gel que é injetado, com uma agulha bem fina, no ducto deferente”, explica o urologista. O médico acrescenta que o gel funcionaria como uma “rolha” ou tampão” do ducto, impedindo que os espermatozoides saiam. A Contraline espera que o gel (chamado “Adam”) receba aprovação da Food and Drug Administration, agência equivalente à Anvisa nos Estados Unidos, como um novo medicamento experimental ainda este ano para o início dos testes clínicos, e chegue ao público até 2027.

Correio Brasiliense

Coreia do Norte dispara míssil balístico em direção ao Mar do Japão

A Coreia do Norte lançou um míssil balístico neste domingo (14), anunciou o Exército sul-coreano, poucos dias depois de vários exercícios de artilharia com munição real que sinalizam um endurecimento da posição do regime de Pyongyang.

“A Coreia do Norte lançou um míssil balístico não identificado em direção ao Mar do Leste”, disse o Estado-Maior Conjunto da Coreia do Sul em um comunicado, referindo-se a uma área também conhecida como Mar do Japão. Segundo o Estado-Maior Conjunto, o míssil voou mil quilômetros. A Guarda Costeira japonesa anunciou ter detectado “um objeto, potencialmente um míssil balístico, lançado pela Coreia do Norte”, citando informações do Ministério da Defesa do país, e pediu que os navios na área fossem cautelosos.

O último míssil lançado pela Coreia do Norte, em 18 de dezembro, foi um míssil balístico intercontinental (ICBM) Hwasong-18 de combustível sólido, o mais avançado que possuem, e foi disparado em direção ao Mar do Japão. Em janeiro, a Coreia do Norte realizou exercícios de artilharia com munição real em sua costa ocidental, perto de ilhas sul-coreanas cuja população civil foi chamada para se abrigar.

Mudança de tom
Na quarta-feira, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, descreveu a Coreia do Sul como o “principal inimigo” do país. “Finalmente chegou o momento histórico em que devemos defini-lo como o Estado mais hostil em relação à Coreia do Norte”, afirmou Kim, qualificando seu vizinho como o “principal inimigo” de Pyongyang.Essas declarações marcam uma mudança de tom na política norte-coreana, e analistas acreditam que Pyongyang adotará uma posição mais dura no futuro.

As relações entre as duas Coreias estão em seu ponto mais baixo em décadas. Em dezembro, Kim ordenou acelerar os preparativos militares para uma “guerra” que poderia “ser desencadeada a qualquer momento”. Ele também denunciou uma “situação de crise persistente e incontrolável”, supostamente causada por Seul e Washington com seus exercícios militares conjuntos na região.

Pyongyang conseguiu lançar um satélite espião no ano passado, após, segundo a Coreia do Sul, receber assistência tecnológica russa em troca de entregas de armas para a guerra que Moscou trava na Ucrânia. Nesse sentido, autoridades norte-coreanas anunciaram neste domingo que o ministro das Relações Exteriores da Coreia do Norte visitará a Rússia na próxima semana.

No ano passado, a Coreia do Norte também consolidou sua posição como potência nuclear em sua Constituição e lançou vários mísseis balísticos intercontinentais, violando resoluções da ONU. Em novembro, Seul suspendeu parcialmente um acordo concluído com Pyongyang em 2018, que visava a prevenir incidentes militares na fronteira, mais uma indicação do agravamento das tensões entre os dois vizinhos. Desde que Pyongyang realizou seu primeiro teste nuclear, em 2006, o Conselho de Segurança da ONU adotou inúmeras resoluções pedindo que a Coreia do Norte encerre seus programas nucleares e de mísseis balísticos.

AFP

Ataques israelenses matam mais de 30 na Faixa de Gaza e número de vítimas da guerra se aproxima de 24 mil

Mais de 30 palestinos, incluindo crianças, foram mortos em dois ataques aéreos israelenses na noite de sexta-feira (12) para sábado (13), na Faixa de Gaza, disseram autoridades. Um vídeo fornecido pelo departamento de Defesa Civil de Gaza mostrou equipes de resgate vasculhando os escombros retorcidos de uma casa na Cidade de Gaza com lanternas na manhã de sábado, depois que ela foi atingida por um ataque israelense.

As imagens mostram uma menina enrolada em cobertores com ferimentos no rosto sendo carregada e pelo menos duas outras crianças que pareciam mortas. Um menino, coberto de poeira, estremeceu ao ser colocado em uma ambulância. O ataque à casa no bairro de Daraj matou pelo menos 20 pessoas no total, segundo o porta-voz da Defesa Civil, Mahmoud Bassal.

Outro ataque perto da cidade de Rafah, no Sul do país, na fronteira egípcia, matou pelo menos 13 pessoas, incluindo duas crianças. Os corpos dos mortos, principalmente de uma família deslocada do centro de Gaza, foram levados para o hospital Abu Youssef Al-Najjar da cidade, onde foram vistos por um repórter da Associated Press.

Crianças e mulheres são maioria entre os mortos
O Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, disse no sábado que 135 palestinos foram mortos nas últimas 24 horas, elevando o número total de vítimas da guerra para 23.843. A contagem não diferencia entre combatentes e civis, mas o ministério afirmou que cerca de dois terços dos mortos são mulheres e crianças. O ministério disse que o número total de feridos de guerra ultrapassou 60 mil.

Estadão

Israel anuncia retirada parcial de militares na Faixa de Gaza

O Exército de Israel removerá parte de sua força militar da Faixa de Gaza, conforme anunciou nesta segunda-feira (1º/1). Esse é o primeiro grande recuo do país desde o começo da guerra com o grupo extremista Hamas, da Palestina.

Apesar disso, o governo israelense não dá sinais de que irá retirar totalmente seus soldados da região ou concederá um cessar-fogo. No sábado (30/12), o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, previu a duração do confronto armado por “muitos mais meses”. A guerra se iniciou em outubro.

Em coletiva de imprensa, Netanyahu ainda disse se comprometer com a guerra “em todas as frentes” até cumprir todos os objetivos desejados: destruir o Hamas, recuperar os reféns e neutralizar ameaças em Gaza.

Diário de Pernambuco

Morre Rosalynn Carter, ex-primeira-dama dos EUA, aos 96 anos

Eleanor Rosalynn Smith Carter, ex-primeira-dama dos Estados Unidos, morreu neste domingo (19/11), aos 96 anos. Ela é mulher do ex-presidente estadunidense Jimmy Carter, que liderou o país entre 1977 e 1981. Os dois se casaram em 1946, uma união de 77 anos. Rosalynn foi diagnosticada com demência no começo de 2023 e passou a receber cuidados paliativos ainda no sábado (18/11).

A informação foi divulgada pela fundação criada por Rosalynn e o marido, a The Carter Center. “Nossa co-fundadora, primeira-dama Rosalynn Carter, morreu nessa tarde em Plains, na Georgia”, diz o comunicado da instituição. “Ela morreu em paz, com a família ao seu lado”, acrescenta a nota.

Rosalynn é classificada pela fundação como “uma defensora apaixonada da saúde mental, do cuidado e dos direitos das mulheres”. Jimmy Carter, de 99 anos, afirmou que a esposa “foi minha parceira em tudo que conquistei”.

“Ela me deu orientação sábia e incentivo quando precisei. Enquanto Rosalynn existiu, sempre soube que alguém me amava e me apoiava”, acrescentou o ex-presidente em nota divulgada pela instituição. A ex-primeira-dama deixa quatro filhos — Jack, Chip, Jeff e Amy —, 11 netos e 14 bisnetos. Chip classificou a mãe como “amorosa” e “extraordinária”.

““Sua vida de serviço e compaixão foi um exemplo para todos os americanos. Ela fará muita falta não apenas para nossa família, mas também para muitas pessoas que hoje têm melhores cuidados de saúde mental e acesso a recursos para cuidar.”, disse para a fundação The Carter Center.

Diário de Pernambuco

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