Operação Lava Jato conta com mais agentes da Polícia Federal

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Os agentes irão trabalhar em regime de dedicação exclusiva. (Foto: Ilustração)

A força tarefa da Polícia Federal na Operação Lava Jato em Curitiba terá dez novos integrantes a partir do próximo dia 25 e passará a contar com 57 policiais federais.

Os agentes irão trabalhar em regime de dedicação exclusiva pelo menos até o fim do ano, segundo o delegado Mauricio Moscardi, um dos coordenadores da equipe.

De acordo com o delegado, o aumento do efetivo foi determinado pela direção da PF no começo desta semana após pedido da coordenação da Lava Jato, que também é composta pelo delegado Igor Romário de Paula.

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Delegados são substituídos na Lava Jato para dar “novo fôlego”, diz PF

(Foto: Adriana Justi/G1)

A substituição havia sido anunciada no último sábado, dia 2. (Foto: Adriana Justi/G1)

Os delegados Rodrigo Sanfurgo, Luciano Menin e Roberto Biazolli, substituirão os delegados que já integravam a equipe que investigava na Operação Lava Jato e que estavam em missão em Curitiba, Eduardo Mauat da Silva e Duílio Mocelin Cardoso.

A substituição havia sido anunciada no último sábado, dia 2. Contudo, a motivação e os novos nomes foram apresentados pela Polícia Federal (PF) nesta segunda-feira (4), no decorrer de uma coletiva de imprensa a respeito da 31ª fase da Operação Lava Jato, na sede da PF em Curitiba.

A PF afirmou que as substituições são uma opção estratégica da coordenação. O interesse com as mudanças é “oxigenar o grupo, dando a ele um novo fôlego, para que os trabalhos continuem buscando cada vez mais sua superação”.

A PF enfatiza ainda que a equipe de investigação não sofreu qualquer tipo de pressão interna ou externa pelas mudanças e que a Operação Lava Jato não terá qualquer prejuízo em seus trabalhos investigativos e operacionais.

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Empresários pernambucanos são alvos da nova fase da Lava-Jato

(Foto: Reprodução/Internet)

Os dois são pai e filho, sendo Marcos José o presidente da Cone S/A, que é um condomínio de logística. (Foto: Reprodução/Internet)

Os empresários pernambucanos Marcos José Moura Dubeux e Marcos Roberto Bezerra de Melo Moura Dubeux tiveram objetos e valores em dinheiro apreendidos na nova fase da Operação Lava-Jato. O fato aconteceu na casa dos empresários no Bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife.

Vinte e cinco policiais federais, acompanhados de três procuradores da República, participaram da ação nas residências. A sede da Cone S/A, localizada na BR-101, no Distrito Industrial do Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana do Recife (RMR), também foi alvo da operação.

De acordo com a Polícia Federal (PF), o objetivo da operação é recolher documentos, aparelhos de informática e valores em dinheiro. Até o momento, foram recolhidos em posse dos empresários 30 mil euros e US$ 53 mil, além de aparelhos de informática. O chefe de comunicação da PF em Pernambuco, Giovani Santoro, declarou que a operação investiga um esquema de corrupção e a decisão da busca e apreensão foi tomada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), já que envolve políticos com direito a foro especial.

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Inquérito contra Lula é reaberto por Sérgio Moro na Justiça Federal do Paraná

(Foto: Arquivo)

O juiz federal Sérgio Moro determinou, em despacho publicado nesta sexta-feira, a reabertura do inquérito (Foto: Arquivo)

Depois da decisão do ministro Teori Zavascki de devolver para a primeira instância as investigações contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, referentes às 24ª fase da Operação Lava Jato, batizada de Alethea, o juiz federal Sérgio Moro determinou, em despacho publicado nesta sexta-feira, a reabertura do inquérito, dando prazo de cinco dias para que Ministério Público Federal, Polícia Federal, partes e advogados acusem conhecimento da retomada da tramitação do caso.

Os inquéritos investigam suposta prática de lavagem de dinheiro com ocultação de bens por  parte do ex-presidente, apontado como real proprietário de um apartamento tríplex no Guarujá, no litoral de São Paulo, e de um sítio em Atibaia, no interior paulista, registrado em nome de terceiros e que receberam, a pedido do ex-presidente, reformas e melhorias patrocinadas por construtoras envolvidas na Operação Lava Jato.

O processo foi remetido ao STF por conta da nomeação de Lula como ministro-chefe da Casa Civil pela então presidente Dilma Rousseff (PT), em março. A própria nomeação de Lula foi questionada judicialmente e suspensa pelo STF. Com o afastamento da presidente por conta do impeachment, e a conseqüente exoneração de todos os seus ministros, Lula perdeu a prerrogativa de foro e voltará a ser investigado e, se for o caso, julgado, na primeira instância.

Com informações da UOL

Mulher de Cunha diz à Lava Jato que ele autorizava compras de luxo

Cláudia também afirmou para as autoridades que nunca questionou o marido sobre a origem do dinheiro que ela gastava no exterior e que não faz ideia de quanto é o salário de um deputado federal/Foto:internet

Cláudia também afirmou para as autoridades que nunca questionou o marido sobre a origem do dinheiro que ela gastava no exterior e que não faz ideia de quanto é o salário de um deputado federal/Foto:internet

A mulher do presidente afastado da Câmara, Eduardo Cunha, disse nas investigações da Operação Lava Jato que ele autorizava os gastos com compras de luxo que ela fazia no exterior. As declarações de Cláudia Cruz e da filha de Cunha, Danyelle, foram enviados para o Supremo Tribunal Federal. As duas, assim como Cunha, são investigadas na Lava Jato.

Cláudia também afirmou para as autoridades que nunca questionou o marido sobre a origem do dinheiro que ela gastava no exterior e que não faz ideia de quanto é o salário de um deputado federal. Cláudia disse que sempre teve uma vida de alto padrão ao lado de Cunha. Para ela, a renda do presidente afastado vem da atuação dele no mercado financeiro e no ramo empresarial.

A filha, Danyelle, disse que presumia que o dinheiro para o alto padrão da família era proveniente do patrimônio da atividade anteriormente desenvolvida por Eduardo Cunha.

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Senador e Prefeito da região do São Francisco, são citados na lista da PF no caixa 2 da Odebrecht

policia federal pf

Documentos apreendidos pela Polícia Federal listam possíveis repasses da Odebrecht para mais de 200 políticos de 24 partidos políticos. É o mais completo acervo do que pode ser a contabilidade paralela descoberta e revelada nesta semana, pela força-tarefa da Operação Lava Jato. As planilhas estavam com Benedicto Barbosa Silva Júnior, presidente da Odebrecht Infraestrutura, e conhecido no mundo empresarial como “BJ”. Foram apreendidas na 23ª fase da operação Lava Jato, batizada de “Acarajé”, realizada no dia 22.fev.2016.

Da região do Vale do São Francisco estão na lista os seguintes políticos: o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) e o prefeito de Juazeiro Isaac Carvalho (PC do B).

As planilhas são riquíssimas em detalhes –embora os nomes dos políticos e os valores relacionados não devam ser automaticamente considerados como prova de que houve dinheiro de caixa 2 da empreiteira para os citados. São indícios que serão esclarecidos no curso das investigações da Lava Jato.

Os documentos relacionam nomes da oposição e do governo: são mencionados, por exemplo, Aécio Neves (PSDB-MG)Romero Jucá (PMDB-RR), Humberto Costa (PT-PE) e Eduardo Campos (PSB), morto em 2014, entre vários outros.

Em nota o prefeito Isaac Carvalho garante não ter recebido nenhuma doação oficial ou extraoficial da Odebrecht para sua campanha. O prefeito informa ainda que não existe sequer uma obra em Juazeiro – concluída ou em andamento – realizada pela Odebrecht e, portanto, não mantém nenhum tipo de ligação com a empreiteira. Ainda aguardamos a nota da assessoria do senador Fernando Bezerra, também citado na operação.

Com informações de Fernando Rodrigues

Operação Lava Jato completa dois anos de investigação e punição de envolvidos

Operação Lava Jato

A Polícia Federal apresentou recentemente novos números da maior investigação contra corrupção e lavagem de dinheiro na história do Brasil que completa dois anos neste mês de março. A Lava Jato, coordenada pelo juiz federal Sérgio Moro, já acumula 24 fases em sua alçada e mais de 1,1 mil procedimentos investigados.

Em sua última ação, a Polícia Federal mirou no ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para investigar a sua relação (e de seus familiares) com empreiteiras envolvidas no esquema de corrupção.

A suspeita é que o ex-presidente tenha recebido vantagens ilícitas, como um apartamento, reformas e imóveis novos.

Já na primeira tarefa deflagrada pelos agentes federais, em 17 de março de 2014, a PF cumpriu 91 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão temporária.

De lá para cá, executivos das mais importantes empreiteiras do país foram presos, como o ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht, condenado recentemente a 19 anos de prisão, a residência do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, foi vasculhada, e, por fim, a delação do senador Delcídio do Amaral, que acusa a presidente Dilma Rousseff (PT) de ter interferido no curso das investigações.

O vai e vem que embarca cada vez mais envolvidos no grande esquema de desvio de dinheiro na Petrobras também rendeu asas para a criatividade.

Desde que o esquema bilionário foi deflagrado, uma série de codinomes envolvendo os investigados foram descobertos pelos agentes da polícia.

É o caso da doleira Nelma Kodama, que para evitar que fosse descoberta, se identificava como Angelina Jolie nas trocas de mensagens com o doleiro Alberto Youssef.

25ª fase da Lava Jato

A Polícia Federal deflagrou na manhã de hoje (21) a 25ª fase da Operação Lava Jato – Operação Polimento, para dar continuidade às investigações de crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, dentre outros praticados por diversas pessoas, no contexto do esquema criminoso revelado e relacionado a PETROBRAS S/A.

Investigadores da Polícia Federal e do Ministério Público Federal de Curitiba acompanharam autoridades portuguesas no cumprimento da prisão de Raul Schmidt Felipe Junior e no cumprimento de mandado de busca e apreensão, na residência d Schmidt, em Lisboa/Portugal.

Ele é investigado pela Lava Jato desde a 10ª fase e tido como sócio de Jorge Zelada. O investigado permanecerá preso em Portugal, enquanto é analisada a possibilidade de extradição.

O compartilhamento de provas colhidas hoje auxiliarão os trabalhos desenvolvidos pela equipe da Lava Jato no Brasil.

Com informações da Polícia Federal e Exame.Com

Eu me senti prisioneiro hoje, desabafa Lula

São Paulo 04/04/2016- Ex-Presidente Lula, durante entrevista a imprensa na sede do PT Nacional. Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

São Paulo 04/04/2016- Ex-Presidente Lula, durante entrevista a imprensa na sede do PT Nacional. Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, alvo da Operação Aletheia, ápice da Lava Jato, afirmou que se sentiu “prisioneiro hoje”. Na manhã desta sexta-feira, o petista foi conduzido coercitivamente – quando o investigado é levado para depor e liberado – pela Polícia Federal. Lula prestou depoimento por mais de três horas em uma sala no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

“A minha indignação é pelo fato de 6 horas da manhã terem chegado na minha casa, vários delegados, aliás, muito gentis, não sei se são sempre assim, mas muito gentis, pedindo desculpas que estavam cumprindo uma decisão judicial e a decisão era do juiz Moro”, declarou Lula em entrevista coletiva na sede do PT.

No discurso, o ex-presidente criticou a imprensa pelo que considera um “espetáculo midiático” e disse que “hoje quem condena as pessoas são as manchetes”.

“Eu me senti ultrajado, como se fosse prisioneiro, apesar do tratamento cortês do delegado da Polícia Federal. Se quiseram matar a jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo. A jararaca tá viva, como sempre esteve”, afirmou.

Lula disse que o juiz Sérgio Moro, que conduz a Lava Jato, poderia tê-lo intimado. “Poderia ter mandado um comunicado. ‘Ô seu Luiz Inácio, quer prestar depoimento em Curitiba?’ Eu gosto de Curitiba, eu poderia ir lá em Curitiba. Assim me facilitava, não precisava pagar uma passagem para ir a Curitiba. Poderia me convidar em Brasília. Eu ia”, disse.

“Eu me senti prisioneiro hoje. Eu, sinceramente, já passei por muita coisa na minha vida, não sou homem de guardar ressentimento, guardar mágoa, mas não pode continuar assim.”

Para a Procuradoria, “há evidências de que o ex-presidente Lula recebeu valores oriundos do esquema Petrobras por meio da destinação e reforma de um apartamento tríplex e de um sítio em Atibaia, da entrega de móveis de luxo nos dois imóveis e da armazenagem de bens por transportadora. Também são apurados pagamentos ao ex-presidente, feitos por empresas investigadas na Lava Jato, a título de supostas doações e palestras.

“Eu acho que eu merecia um pouco mais de respeito neste País.”

Assessoria de Lula considera uma afronta ao país e o estado de direito ida do ex-presidente para depor na PF

instituto lula e lula

Em nota enviada à imprensa na tarde desta sexta-feira a assessoria de imprensa do ex-presidente Lula (PT) considera como uma violência a ação praticada hoje (4/3) contra o ex-presidente Lula e sua família, contra o Instituto Lula, a ex-deputada Clara Ant e outros cidadãos ligados ao ex-presidente, é uma agressão ao estado de direito que atinge toda sociedade brasileira. A ação da chamada Força Tarefa da Lava Jato é arbitrária, ilegal e injustificável, além de constituir grave afronta ao Supremo Tribunal Federal.

1) Nada justifica um mandado de condução coercitiva contra um ex-presidente que colabora com a Justiça, espontaneamente ou sempre que convidado. Nos últimos meses, Lula prestou informações e depoimentos em quatro inquéritos, inclusive no âmbito da Operação Lava Jato. Dezenas de testemunhas foram ouvidas sobre estes fatos alegados pela Força tarefa, em depoimentos previamente marcados. Por que o ex-presidente Lula foi submetido ao constrangimento da condução coercitiva?

2) Nada justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do Instituto Lula e da empresa LILS Palestras. A Lava Jato já recebeu da Receita Federal, oficialmente, todas as informações referentes a estas contas, que foram objeto de minuciosa autuação fiscal no ano passado.

3) Nada justifica a quebra do sigilo bancário e fiscal do ex-presidente Lula, pois este sigilo já foi quebrado, compartilhado com o Ministério Público Federal e vazado ilegalmente para a imprensa, este sim um crime que não mereceu a devida atenção do Ministério Público.

4) Nada justifica a invasão do Instituto Lula e da empresa LILS, a pretexto de obter informações sobre palestras do ex-presidente Lula, contratadas por 40 empresas do Brasil e de outros países, entre as quais a INFOGLOBO, que edita as publicações da Família Marinho (http://www.institutolula.org/as-palestras-de-lula-a-violaca…

6). Todas as informações referentes a estas palestras foram prestadas à Procuradoria da República do Distrito Federal e compartilhadas com a Lava Jato. Também neste caso, o Ministério Público nada fez em relação ao vazamento ilegal de informações sigilosas para a imprensa.

7) Nada justifica levar o ex-presidente Lula a depor sobre um apartamento no Guarujá que não é nunca foi dele e sobre um sítio de amigos em Atibaia, onde ele passa seus dias de descanso. Além de esclarecer a situação do apartamento em nota pública – na qual chegou a expor sua declaração de bens – e em informações prestadas por escrito ao Ministério Público de São Paulo, o ex-presidente prestou esclarecimentos sobre o sítio de Atibaia em ação perante o Supremo Tribunal Federal, que também é de conhecimento público.

8) A defesa do ex-presidente Lula peticionou ao STF para que decida o conflito de atribuições entre o Ministério Público de São Paulo e o Ministério Público Federal (Força Tarefa), para apontar a quem cabe investigar os fatos, que são os mesmos. Solicitou também medida liminar suspendendo os procedimentos paralelos até que se decida a competência conforme a lei. Ao precipitar-se em ações invasivas e coercitivas nesta manhã, antes de uma decisão sobre estes pedidos, a chamada Força Tarefa cometeu grave afronta à mais alta Corte do País, afronta que se estende a todas as instituições republicanas.

9) O único resultado da violência desencadeada hoje pela Força Tarefa é submeter o ex-presidente a um constrangimento público. Não é a credibilidade de Lula, mas da Operação Lava Jato que fica comprometida, quando seus dirigentes se voltam para um alvo político sob os mais frágeis pretextos.

10) O Instituto Lula reafirma que Lula jamais ocultou patrimônio ou recebeu vantagem indevida, antes, durante ou depois de governar o País. Jamais se envolveu direta ou indiretamente em qualquer ilegalidade, sejam as investigadas no âmbito da Lava Jato, sejam quaisquer outras.

É uma violência contra a cidadania e contra o povo brasileiro, que reconhece em Lula o líder que uniu o Brasil e promoveu a maior ascensão social de nossa história.

“Há indícios significativos” de envolvimento de Lula, diz procurador

Procurador Caso Lula 1

Procurador força tarefa da Lava Jato, Carlos Fernando

Em entrevista coletiva dada nesta sexta-feira (4), em Curitiba, o procurador da força tarefa da Lava Jato Carlos Fernando Santos Lima afirmou que “há indícios significativos que Lula recebeu vantagens de empreiteiras investigadas pela operação”. Segundo o Ministério Público, o ex-presidente era investigado por ocultação de patrimônio, referente ao sítio em Atibaia e ao apartamento triplex no Guarujá, mas, agora, também é suspeito de lavagem de dinheiro e corrupção. Os repasses a Lula investigados pela Lava Jato somam R$ 30 milhões.

Segundo o MPF, o ex-presidente recebeu, por meio do Instituto Lula, R$ 20 milhões em doações das cinco maiores empreiteiras do país (Camargo Corrêa, Odebrecht, Queiroz Galvão, OAS e UTC), o que representa 60% da receita da entidade. Lula também é investigado por ter recebido cerca de R$ 10 milhões destas mesmas empresas, investigadas na Operação Lava Jato, para ministrar palestras no Brasil e no exterior, o valor significa 40% do faturamento do ex-presidente com palestras. Além disso, anda de acordo com os procuradores, a Odebrecht e a OAS fizeram reformas e compraram móveis para o sítio em Atibaia. O pecuarista José Carlos Bumlai, preso em novembro pela Lava Jato, é apontado como o responsável pelo pagamento dessas obras.

De acordo com a força-tarefa, nem todos os pedidos de prisão preventiva e conduções coercitivas não foram aceitos pelo juiz Sérgio Moro. A prisão de Lula não estava entre esses pedidos negados, segundo Carlos Fernando. “Não identificamos a necessidade de pedir a prisão do ex-presidente”, afirmou o procurador.

Estão sendo ouvidos na 24ª etapa da Lava Jato, além de Lula, o atual presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, o ex-prefeito de Diadema e tesoureiro da campanha de Dilma, José de Fillipi Júnior e o diretor da OAS, Paulo Gortilho. Fábio Lula da Silva, filho de Lula, se apresentou espontaneamente para prestar depoimento à Polícia Federal. Também foram executados 33 mandados de busca e apreensão em três estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia.

Segurança

A Polícia Federal justificou que a condução coercitiva do ex-presidente foi uma questão de “segurança para ele e para os agentes envolvidos na operação”. Segundo o delegado Igor Romário de Paula, já eram esperadas manifestações contra e a favor de Lula, por se tratar de uma figura pública e com alto apelo popular. “Até por isso, pela primeira vez, as ações da Lava Jato foram acompanhadas de equipes táticas”, afirmou.

Neste momento, Lula está sendo ouvido no aeroporto de Congonhas, onde pessoas se aglomeram no saguão de embarque. De acordo com o delegado, até o local do depoimento de Lula teve de ser alterado para evitar possíveis imprevistos. “Optamos por reservar uma sala no aeroporto de Congonhas onde Lula ficaria protegido e o depoimento pudesse ser prestado sem mais imprevistos”, explicou.

Há manifestações também em frente ao Instituto Lula, em São Paulo, e nos arredores do apartamento onde mora o ex-presidente, em São Bernardo do Campo (SP).

Com informações do Congresso em Foco

Delcídio disse em delação que Dilma tentou interferir na Lava Jato

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A revista IstoÉ divulgou detalhes da delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS) que teria 400 páginas. O senador acusou a presidente Dilma Rousseff de atuar três vezes para interferir na Operação Lava Jato por meio do Judiciário. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação, segundo a revista. Cardozo deixou esta semana o Ministério da Justiça alegando sofrer pressões do PT.

Uma das investidas da presidente Dilma, segundo Delcídio, passava pela nomeação do desembargador Marcelo Navarro para o Superior Tribunal de Justiça (STJ). “Tal nomeação seria relevante para o governo”, pois o nomeado cuidaria dos habeas corpus e recursos da Lava Jato no STJ”, afirma a reportagem.

Delcídio contou aos procuradores que a estratégia foi discutida com Dilma no Palácio da Alvorada e que sua tarefa era conversar “com o desembargador Marcelo Navarro, a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo”, da Andrade Gutierrez.

Conforme a IstoÉ, Delcídio se reuniu com Navarro no próprio Palácio do Planalto, no andar térreo, em uma pequena sala de espera, o que, segundo o senador, pode ser atestado pelas câmeras de segurança. No STJ, Navarro cumpriu a suposta orientação, mas foi voto vencido.

Na sua deleção, Delcídio citou vários nomes, entre eles o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e detalhou os bastidores da compra da refinaria de Pasadena pela Petrobras, entre outros assuntos.

Com informações da Agência Estado

Delcídio Amaral envolvido na Lava-Jato está solto e volta para o Senado na próxima semana

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O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, decidiu libertar, nesta sexta-feira, o senador Delcídio Amaral (PT-MS). O parlamentar, ex-líder do governo no senado, havia sido preso em novembro por estar envolvido na Operação Lava – Jato.

O chefe de gabinete do parlamentar, Diogo Ferreira Rodrigues, detido na mesma etapa da ação da Polícia Federal, também ganhou o direito a sair da prisão. Ambos ainda estavam detidos em Brasília às 15h desta sexta-feira. As informações são da GloboNews.

A decisão de Zavascki permite que o parlamentar retorne ao Senado a partir da próxima semana. O ministro, porém, faz restrições: o petista precisará ficar em casa à noite e “em dias de folga” no Parlamento. O senador ainda está proibido de deixar o Brasil. O magistrado ainda exigiu que ele compareça na Justiça de duas em duas semanas, além de cumprir todos os compromissos judiciais para os quais for convocado. Em caso de avanço do processo de cassação no Senado e perda de mandato, Delcídio terá de cumprir prisão domiciliar.

As razões para a soltura estavam sob sigilo até as 15h30min desta sexta-feira. Os advogados garantem, porém, que Delcídio não fez delação premiada.

– A decisão do ministro Teori Zavascki é importante pois garante ao senador Delcídio a possibilidade de exercer a sua defesa com maior amplitude e, principalmente, privilegia a presunção da inocência prevista na Constituição federal – afirmou o advogado Maurício Silva Leite, defensor do petista.

Com informações da Agência Estado.

Lula e Gabrielli são convocados por Bumlai a testemunharem sobre a Lava Jato

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Na tentativa de se desvincular das acusações de corrupção passiva, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro, o pecuarista José Carlos Bumlai arrolou o ex-presidente Lula e o ex-presidente da Petrobras José Sergio Gabrielli como testemunhas de defesa no processo em que é réu no escândalo do petrolão.

Em dezembro, em depoimento à Polícia Federal, Bumlai admitiu pela primeira vez que tomou um empréstimo de mais de 12 milhões de reais para repassar os valores ao PT. Ele detalhou que o dinheiro foi pedido pelo ex-tesoureiro da sigla Delúbio Soares, condenado no julgamento do mensalão.

Nos autos do processo do petrolão, Bumlai reconhece a amizade com o ex-presidente Lula, mas diz que nunca repassou demandas de empresários ao petista. Ao juiz Sergio Moro, além de atacar a coleta de provas na Lava Jato, a defesa de Bumlai ataca o Ministério Público e diz que, ao longo das investigações, é preciso,

“humildade para reconhecer a possibilidade de que, na tarrafa, venham inocentes ou, quando menos, pessoas contra as quais não se consegue formar um quadro indiciário consistente que as leve à sujeição passiva numa ação penal”. (Por: Laryssa Borges, de Brasília).

Mais de 1 milhão de acessos já são computados no site da Operação Lava Jato

CORRUPÇÃO

O site com informações sobre a Operação Lava Jato, produzido pelo Ministério Público Federal, já ultrapassou 1 milhão de acessos. No endereço www.lavajato.mpf.mp.br, é possível entender o caso e conhecer o histórico das investigações tanto na primeira instância, em Curitiba, quanto no âmbito do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF) – Cortes responsáveis pelo julgamento de políticos com prerrogativa de foro, como governadores, deputados e senadores.

A Operação Lava Jato foi deflagrada em março de 2014 e desmontou um esquema de corrupção, propinas e desvio de recursos da Petrobras. Na primeira instância, em Curitiba, até dezembro de 2015, foram instaurados 1.016 procedimentos com 396 buscas e apreensões, firmados 40 acordos de colaboração premiada com pessoas físicas e cinco acordos de leniência com as empreiteiras envolvidas.

Os procuradores da República que atuam no caso ofereceram 36 acusações criminais contra 179 pessoas pelos crimes de corrupção organização criminosa, lavagem de ativos e outros. Os crimes envolvem pagamento de propina de cerca de R$ 6,4 bilhões, sendo que R$ 2,8 bilhões já foram recuperados pelo Ministério Público Federal, que também pediu o ressarcimento de R$ 14,5 bilhões na Justiça.

Todos esses números estão disponíveis no site da Lava Jato, onde também é possível encontrar a íntegra das denúncias apresentadas pela Procuradoria, as decisões judiciais e artigos e um rol de perguntas e respostas sobre o caso. O site foi lançado no dia 28 de janeiro de 2015 pela Secretaria de Comunicação da Procuradoria Geral da República e é atualizado constantemente com os desdobramentos das investigações.

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