Criado a partir da insatisfação do eleitor, Unidade Popular busca mais representação na política brasileira

(Foto: Blog Waldiney Passos)

Insatisfeitos com a maneira de fazer política no Brasil, um grupo se aproveitou desse sentimento para criar um novo partido político. A intenção da Unidade Popular (UP) era de participar do pleito de outubro, todavia, com a rigidez do sistema eleitoral, a disputa eleitoral será retardada.

O presidente estadual da UP, Thiago Santos esteve em Petrolina e conversou com o Blog Waldiney Passos sobre o partido. “Desde as manifestações de junho de 2013 nós percebemos que há uma falta de representatividade entre os partidos atualmente, mas não bastava constatar isso, nós achávamos que precisávamos dar nossa contribuição para apontar um caminho”, afirma Thiago.

Mudanças sociais

A insatisfação com os partidos iniciada há cinco ano resultou na mudança de atitude de um grupo formado por movimento estudantil e de jovens, organização de mulheres e sindicatos. Dessa forma surgiu a UP, resultado de diálogo com diferentes perfis de brasileiros.

Marcelo Pessoa, liderança sindical dos trabalhadores da construção civil de Petrolina é um dos militantes da UP e explicou mais sobre a caminhada do grupo. “A receptividade da classe trabalhadora com a nossa luta tem sido a melhor possível e a gente chama as organizações que participem, conheçam mais porque hoje o que está faltando mesmo é a representação”, argumenta.

Criação da UP

Segundo Thiago Santos, para criar um novo partido no Brasil é necessário coletar 500 mil assinaturas em todo país, dentro do prazo de dois anos. “Hoje nós temos 680 mil recolhidas, nossa meta é chegar a 800 mil, já iniciamos a entrega das fichas nos cartórios e já chegamos a 100 mil fichas homologadas no cartório”, destaca. Os trabalhos têm sido feito em nove estados do Nordeste, Sudeste e Sul do país.

Pelas normas impostas no sistema eleitoral, a intenção da UP em participar das eleições deverá ser adiado. “Os cartórios demoram e a gente acha que é possível que nós não consigamos disputar 2018, até abril os cartórios não devem conseguir homologar as fichas que já cadastramos”, comenta Thiago.

A articulação no sertão tem sido intensa, com a participação de estudantes secundaristas e universitários, além dos sindicatos. “Aqui em Petrolina e Juazeiro, as pessoas que apoiam a criação da Unidade Popular têm feito um trabalho extraordinário, nas ruas, nos locais de trabalho, na luta sindical, nas universidades e nas escolas”, explica Thiago Santos. Esse trabalho de militância tem sido feito corpo a corpo e nas ruas a resposta também tem sido positiva.

Participação estudantil

“A questão partidária é muito mais importante do que o movimento estudantil, a questão partidária ela abrange vários aspectos da vida do povo, de um aspecto geral e se a gente for avaliar o nosso povo há bastante tempo anseia que essa sociedade seja transformada”, afirma Camila Roque, representante da UNES Juazeiro.

Assim como ela, outras integrantes do movimento estudantil da região foram atraídas pelas propostas da Unidade Popular, como Larissa Vanessa, da União dos Estudantes Secundaristas de Petrolina (UESP). “Quando a gente olha para o movimento estudantil a gente vê várias outras demandas que vão além da escola”, ressalta.

A luta também se estende para os estudantes universitários, como afirma Bruno de Melo, integrante da União dos Estudantes de Pernambuco (UEP).”As pessoas estão buscando outras alternativas porque estão cansadas dessa política artificial, uma política totalmente desconectada do dia a dia da população“, finaliza.

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