Lava-Jato cumpre mandados em seis estados e no Distrito Federal

A Operação Lava-Jato entra na 35ª fase, nesta manhã de segunda-feira (26/9), com o cumprimento de 45 mandados judiciais. Intitulada Omertá, a etapa de hoje busca indícios de uma relação criminosa entre um ex-ministro da Casa Civil e da Fazenda com o comando da principal empreiteira do país. O investigado principal atuou diretamente como intermediário do grupo político do qual faz parte perante o Grupo Odebrecht, segundo a Polícia Federal (PF).

No total, são 27 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e 15 de condução coercitiva. Aproximadamente 180 policiais federais e auditores fiscais estão cumprindo as determinações judiciais em cidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Os crimes investigados são de corrupção, associação criminosa e lavagem de dinheiro.

Segundo a investigação. há indícios de que o ex-ministro atuou de forma direta a propiciar vantagens econômicas ao grupo empresarial nas mais diversas áreas de contratação com o Poder Público, tendo sido ele próprio e personagens de seu grupo político beneficiados com vultosos valores ilícitos.

Dentre as negociações identificadas foi possível delinear as tratativas entre o Grupo Odebrecht e o ex-ministro para a tentativa de aprovação do projeto de lei de conversão da MP 460/2009 (que resultaria em imensos benefícios fiscais), aumento da linha de crédito junto ao BNDES para país africano com a qual a empresa tinha relações comerciais, além de interferência no procedimento licitatório da PETROBRAS para aquisição de 21 navios sonda para exploração da camada pré sal.

Outro núcleo da investigação apura pagamentos efetuados pelo chamado “setor de operações estruturadas” do Grupo Odebrecht para diversos beneficiários que estão sendo alvo de medidas de busca e condução coercitiva.

“Voto de silêncio”

O nome Omertá, dado a esta fase da Lava-Jato, é uma referência à origem italiana do codinome que a construtora usava para fazer referência ao principal investigado da fase (“italiano”), bem como ao voto de silêncio que imperava no Grupo Odebrecht que, ao ser quebrado por integrantes do “setor de operações estruturadas” permitiu o aprofundamento das investigações. Além disso, remete a postura atual do comando da empresa que se mostra relutante em assumir e descrever os crimes praticados

Os investigados que são alvo de conduções coercitivas devem ser levados às sedes da Polícia Federal nas respectivas cidades onde foram localizados a fim de prestarem esclarecimentos. Os que têm prisão cautelar decretada devem ser levados à sede da PF em Curitiba onde permanecerão à disposição das autoridades responsáveis pela investigação.

Veja a lista de mandados:

Salvador (BA)

Dois mandados de busca e apreensão

Um mandado de condução coercitiva

Camaçari (BA)

Um mandado de busca e apreensão

Um mandado de condução coercitiva

Rondonópolis (MT)

Um mandado de busca e apreensão

Brasília (DF)

Um mandado de busca e apreensão

Um mandado de condução coercitiva

Vitória (ES)

Um mandado de busca e apreensão

Um mandado de condução coercitiva

Rio de Janeiro (RJ)

Dois mandados de busca e apreensão

Dois mandados de condução coercitiva

São Paulo (SP)

13 mandados de busca e apreensão

Três mandados de prisão temporária

Seis mandados de condução coercitiva

Campinas (SP)

Dois mandados de busca e apreensão

Ribeirão Preto (SP)

Um mandado de busca e apreensão

Itapecerica da Serra (SP)

Um mandado de busca e apreensão

Um mandado de condução coercitiva

Taboão da Serra (SP)

Um mandado de busca e apreensão

Um mandado de condução coercitiva

Campo Grande (MS)

Um mandado de busca e apreensão

Um mandado de condução coercitiva

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