Maioria dos vereadores se cala em relação à agressão sofrida por Gilmar Santos; apoiadores do vereador fizeram protesto

Na sessão da Câmara de Vereadores de Petrolina (PE) desta terça-feira (10), o vereador Gilmar Santos (PT) usou a tribuna para falar da agressão sofrida por parte do deputado federal Gonzaga Patriota (PSB), no último domingo (8), no distrito de Rajada, zona rural de Petrolina.

Gilmar ganhou 15 minutos para fazer seu pronunciamento, mas no início da fala pediu mais 5 minutos. Tempo que foi concedido pelo presidente da Casa em exercício Gilberto Melo, porém, foi alertado pelo o vereador Manoel da Acosap, que também fazia parte da mesa diretora, que ao final dos 20 minutos ele teria que encerrar o discurso.

O vereador iniciou sua fala agradecendo as dezenas de pessoas que foram a sessão da Casa Plínio Amorim para apoiá-lo. Em seu pronunciamento, o parlamentar relatou sua versão do fato que aconteceu em Rajada.

“No último domingo (8), aconteceu no distrito de Rajada a quinta audiência popular em defesa da pavimentação da PE 630. Ao passar pelo o portão de uma escola, onde ocorria o evento, me deparei com o senhor deputado federal Gonzaga Patriota. Que de longe, repito: de longe, a mais ou menos uns cinco metros, acenou para mim tentando uma comunicação. Naquele momento, num gesto de protesto, me esquivei e falei ao deputado que me recusava a cumprimentar golpista”, relatou o vereador, que continuou.

“O deputado sentindo-se contrariado, me seguiu. Não fui eu que fui até ele. Me seguiu e continuou insistindo em argumentações. Porém, mantive o meu posicionamento e repeti que o golpe ocorrido em 2016, contra o governo da presidenta Dilma, uma mulher honesta, tinha o voto dele. Tinha a responsabilidade dele. Em nenhum momento fui na direção do senhor deputado. Em nenhum insisti em aproximação com esse senhor, em nenhum momento foi fazer provação a ele. Apenas utilizei o meu direito de não cumprimentar golpista. Muito pelo o contrário, ele insistiu. E quanto mais se aproximou da minha pessoa, mais reafirmei o meu posicionamento: o senhor é golpista. E naquele momento, o golpista desequilibrado, descontrolado e de forma truculenta e covarde, o deputa Gonzaga Patriota desferiu um soco no meu rosto”, contou o vereador.

Gilmar disse ainda que não revidou e que os seguranças retiraram o deputado de dentro da escola. Enquanto Gilmar discursava, o vereador Cícero Freire, em ato que beirava o desespero, tentava interromper para defender Gonzaga e dizer que o único golpe que o deputado deu na nação foi aprovar a aposentadoria rural para os sertanejos.

Mesmo com o tumulto, Gilmar continuou o discurso e desafiou o deputado a trabalhar para resolver os problemas que afetam o povo de Petrolina. “Use sua valentia senhor deputado para resolver os grandes problemas que afetam o nosso povo. Por exemplo, senhores e senhoras. Eu fui registrar o boletim de ocorrência contra o deputado em uma delegacia caindo aos pedaços. Com policiais civis trabalhando em ambiente insalubre. Tomado pelo o mal cheiro de xixi em toda a delegacia. Ambiente estressante, humilhante a aqueles policiais. Onde está a valentia do senhor Gonzaga para resolver esse problema, já que o governador é do seu partido e teve todo o seus apoio”, questionou Gilmar Santos.

O vereador recebeu mais quatro minutos da mesa diretora mas antes de concluir sua fala, o presidente em exercício Gilberto Melo desligou os microfones e encerrou a sessão ainda com Gilmar Santos falando. O edil continuou discursando aos seus apoiadores que gritavam: “golpistas não passarão, golpistas não passarão”.

Além disso, pouquíssimos vereadores que estavam presentes na Casa Plínio Amorim fizeram uso da palavra para se solidarizar com o vereador do PT. Uma atitude inversa em relação ao vereador Domingos de Cristália, quando foi acusado por um comunitário do distrito de Izabolândia de estar envolvido no desaparecimento do cabo do exército de Petrolina.

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