Marcelo Odebrecht cita pagamento de milhões a Lula

(Foto: Arquivo)

Em depoimento prestado na segunda-feira (10) ao juiz federal Sergio Moro, o executivo Marcelo Odebrecht afirmou que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu US$ 40 milhões à empreiteira em troca da aprovação de um financiamento para obras de interesse da companhia em Angola. Ele contou que, entre 2009 e 2010, foi procurado por Paulo Bernardo então ministro do Planejamento, que em nome do petista disse que o governo poderia aprovar o financiamento de US$ 1 bilhão desde que a Odebrecht pagasse os US$ 40 milhões.

“O que eu combinei com o Palocci foi o seguinte: essa é uma relação minha com a presidência do PT no Brasil. Então, eu disse: vai mudar o governo, vai entrar a Dilma [Rousseff]. Esse saldo passa a ser gerido por ela, a pedido dela. A gente sabia que ia ter demandas de Lula, a questão do instituto, para outras coisas. Então vamos pegar e provisionar uma parte desse saldo, aí botamos R$ 35 milhões no saldo ‘amigo’, que é Lula, para uso que fosse orientação de Lula”, afirmou o delator. Pouco tempo depois, Odebrecht fala do pagamento de R$ 40 milhões ao ex-presidente.

O processo apura se Palocci recebeu propina para atuar em favor do Grupo Odebrecht, entre 2006 e o final de 2013. O petista responde por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Ele está preso desde o dia 26 de setembro do ano passado e atualmente está na carceragem da Polícia Federal (PF), na capital paranaense.

No interrogatório, Odebrecht também relatou que contribuiu com a campanha presidencial do PT em 2010 e que destinou, num primeiro momento, R$ 50 milhões na planilha de “italiano” (Palocci, segundo o empresário). Ele disse que esse valor acabou, posteriormente, sendo movimentado pelo ex-ministro Guido Mantega, o “pós-itália”, mas que Palocci sabia do acordo.

Com informações do G1

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