A pré-candidatura de Marília Arraes (PT) ao governo de Pernambuco continua sendo trabalhada por uma parte do Partido dos Trabalhadores (PT) que considera a vereadora competitiva para a próxima eleição. Os apoiadores de vereadora realizaram um ato de apoio no auditório da sede do Sindicato dos Bancários, em Recife neste domingo (10).
O manifesto aconteceu um dia depois da direção nacional do PT lançar, em Belo Horizonte, divulgar uma resolução afirmando que pretende fazer uma aliança com o PC do B e o PSB, partido do governador Paulo Câmara, o que em princípio limaria a candidatura de Marília Arraes, porque Câmara vai concorrer a reeleição.
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“A resolução traduz a situação. Não poderemos ter alianças picadas, nem em Pernambuco nem na Paraíba. Tem que resolver em todos os 11 Estados. É um pacote. O PSB terá que resolver as alianças em todos os Estados e declarar o seu apoio formal a Lula – o que é prioridade – fechando uma aliança nacional”, revela o secretário de Formação Política do PT, Múcio Magalhães, que passou a fazer parte desde ontem do Grupo de Tática Eleitoral (GTE) da sigla o qual atua nacionalmente. Quando discursou no evento, ele classificou a “resolução de ambígua, uma concessão para quem queria nos limar”.
E acrescenta: “Não aceitamos de jeito nenhum a retirada da pré-candidatura de Marília sem o apoio formal do PSB nos 11 Estados. Se for fechada uma aliança nacional, faremos o debate e o comando nacional terá legitimidade para retirar a pré-candidatura de Marília, que é boa para Pernambuco e o PT nacional”, conta.
DECISÃO
Ainda no evento, Múcio diz que “o PT pode decidir a eleição em Pernambuco”. A frase dele se baseia em dois indícios. Mesmo preso, o ex-presidente Lula (PT) vai puxar votos para o candidato que apoiar na próxima eleição em Pernambuco. E segundo, a pré-candidata Marília Arraes ficou bem posicionada numa pesquisa que o próprio PT divulgou na última semana, comparando com Paulo Câmara e o senador Armando Monteiro Neto (PTB). Durante o evento, Múcio chegou a dizer que “esse papo de aliança com o PSB só começou a existir porque a candidatura de Marília virou uma ameaça a Paulo Câmara”.
Inicialmente, neste domingo seria uma reunião dos militantes do PT para avaliar as pré-candidaturas. Com a resolução lançada no sábado (9), o evento passou a ser um ato de apoio a Marília que não compareceu. Segundo a assessoria de imprensa da pré-candidata, ela passou o dia em reuniões com a agenda fechada e não poderia ser divulgado mais informações sobre os encontros.
Entre os militantes, a versão é de que ela não foi ao evento para não acirrar mais os ânimos entre os seus apoiadores e a direção nacional do partido, o que já está ocorrendo. O auditório do sindicato tem 260 lugares e ficou lotado. Também estiveram presentes cerca de 40 dos 300 delegados que o PT tem no Estado. Grandes nomes do Estado, como o senador Humberto Costa não foram ao ato nem o presidente estadual do PT, Bruno Ribeiro.
As pré-candidaturas ao governo do Estado do ex-prefeito de Petrolina, Odacy Amorim, e do militante José de Oliveira serão retiradas de pauta por orientação da presidente do partido (em nível nacional), Gleisi Hoffmann, segundo informações da secretária de Comunicação da legenda, Sheila Oliveira.