Paulo Câmara anuncia edital de R$ 2,5 milhões para pesquisas sobre toxidade do óleo encontrado no litoral pernambucano

(Foto: Américo Santos/SEI)

Na manhã desta quarta-feira (23), no Palácio do Campo das Princesas, o Governo de Pernambuco lançou um edital para estímulo a pesquisas sobre os efeitos das manchas de óleo encontradas no litoral do Estado, estudos oceanográficos e as consequências aos ecossistemas atingidos e à saúde da população. A iniciativa, que contará com um aporte de recursos de R$ 2,5 milhões, foi anunciada pelo secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação, Aluísio Lessa, logo após a reunião do governador Paulo Câmara e da vice-governadora Luciana Santos com pesquisadores e cientistas.

“O governador resolveu lançar um edital, através da Facepe (Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia do Estado de Pernambuco), para contratar 12 projetos, em várias áreas, como na de Oceanografia, por exemplo, para medir a qualidade da água e saber se está apta para mergulho. Temos ainda a questão dos pescados. Isso tudo é para curto, médio e longo prazos”, explicou Lessa.

Ainda segundo o secretário, em curto prazo deve-se primeiro tratar o que está acontecendo nas praias, avaliando a chegada do volume de óleo. “Não sabemos ainda a característica desse derivado, o grau de toxidade dele, e esse edital vem também com esse objetivo, de identificar se ele vai comprometer a saúde das pessoas que tiveram contato direto”, argumentou.

O edital é voltado para a contratação de laboratórios, instituições e parcerias, conforme explicou o diretor-presidente da Facepe, Fernando Jucá. “Existem seis áreas temáticas de pesquisa e desenvolvimento, e são pesquisas aplicadas. Vamos tirar proveito dos conhecimentos, da competência que já existe instalada no Estado de Pernambuco, para aplicar nesse problema que temos em mãos. São grupos de pesquisas de instituições públicas e privadas que podem submeter seus projetos, no valor aproximado de R$ 200 mil cada um, para serem executados no prazo de um ano”, explicou Jucá.

Também presente à reunião com o governador, o vice-reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Moacyr Araújo, professor do Departamento de Oceanografia da instituição, acredita que a academia tem um papel fundamental nesse processo. “Nós temos o departamento trabalhando com essa região há mais de 50 anos. A reunião com o governador foi uma iniciativa muito importante para aglutinar as forças acadêmicas e científicas do Estado, para fazer frente de uma forma mais orgânica e estruturada a esses acontecimentos”, disse o pesquisador.

O professor Anderson Gomes, titular da Academia Brasileira de Ciências, também apoiou a iniciativa do investimento em pesquisas na área. “O Governo de Pernambuco tem mostrado sua competência controlando a crise, mas há todo um desdobramento científico, pois temos um fato novo. Todo esse impacto precisa ser estudado cientificamente. Pernambuco tem competência para isso, e já deu exemplo dessa competência na área de pesquisas quando tivemos o problema com o Zyka, que foi equacionado a partir de ações como essa que vai ser feita a partir de agora. As medidas emergenciais que estão sendo tomadas agora são muito coerentes. Essa medida, a partir dessa reunião, mostra que o Governo do Estado está no caminho certo”, afirmou Gomes.

Um Comentário

  • Roberto José

    24 de outubro de 2019 at 11:05

    É impressionante esse governador! Em meio à maior catástrofe ambiental que está ocorrendo nas praias do nosso estado e de toda a região nordeste, com críticas contundentes ao governo estadual pela sua pouca atuação no episódio, no sentido de retirar o óleo do mar e das praias, a proposta apresentada é de “estudar o problema” pra “descobrir” se o material derramado faz mal à saúde humana. Que burrice! É claro que faz mal à saúde das pessoas, não precisaria de estudos pra descobrir isso, o que é necessário neste momento é retirar o material para que os efeitos futuros desse desastre sejam minorados, e esses 2,5 milhões poderiam ser utilizados na contratação de empresa especializada nesse tipo de limpeza. Com o problema resolvido, aí sim poderia estudar a qualidade da água que resultou. É muita incompetência! Não é à toa que o referido governante é conhecido como “Paulo Câmera Lenta”. Esse infelizmente é o “modus operandi” de governos de esquerda, isto é, ao se depararem com um problema, a última coisa que fazem é agir; antes tem que ter muitos diálogos, estudos, congressos, conferências, ouvir “especialistas” , para se construir um “consenso” de como solucionar a questão; e nesse processo o problema só aumenta. A situação só não virou uma catástrofe total por causa dos vários voluntários que trabalham todos os dias para a retirada do material poluidor, voluntários esses compostos por pessoas comuns, moradores da região, que não estão vinculadas a nenhuma ONG de demagogia ambiental, aliás essas ONGs são as que menos estão preocupadas com o caso, uma vez que o episódio não serve aos interesses ideológicos das organizações.

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