Secretário de Justiça e Direitos Humanos descarta possibilidade de ataques de facções em Pernambuco

(Foto: Arquivo/Jornal do Commercio)

Diante da série de ataques articulados por facções ocorrida no estado do Ceará na madrugada desta sexta-feira (04), o secretário de Justiça e Direitos Humanos de Pernambuco, Pedro Eurico, afastou a possibilidade de uma situação semelhantes acontecer em Pernambuco. “Aqui não vai acontecer nada. Aqui nós temos um ambiente de fiscalização permanente dessas organizações. As facções aqui não estão empoderadas”, afirmou em entrevista à Rádio Jornal, na manhã de hoje (04).

Segundo o secretário, o governo mantém o diálogo com todos os presos, visitando os presídios do Estado. “Eu converso com todos os presos, vou aos presídios. Não converso com facções, não vou conversar e não sei nem quem é. A gente dá um tratamento de dignidade para a situação do preso”, completou Eurico.

Ao longo da entrevista, Pedro Eurico ainda lançou críticas ao secretário de Administração Penitenciária (SAP) do Ceará, o policial civil Luís Mauro Albuquerque, que segundo o pernambucano, quando Mauro comandava a pasta no Rio Grande do Norte, a situação também chegou a chamar a atenção das autoridades. “Mas o senhor secretário (Mauro) foi também do Rio Grande do Norte e tem vídeo dele jogando bombas de efeito moral dentro de uma cadeia. Esse tipo de bravata não resolve o problema no sistema prisional”, criticou.

‘Tem risco, sim’

No último mês de setembro, o governador Paulo Câmara (PSB) afirmou que não podia classificar como “impossível” ataques de facções criminosas em Pernambuco. Ao ser questionado se era impossível se repetir aqui episódios como atentados contra agentes públicos e depredação de prédios públicos, como visto no Ceará, o socialista citou medidas para construir milhares de vagas no sistema prisional do Estado para ter mais governança sobre a população carcerária. Ele também se queixou da falta de políticas públicas de segurança no plano federal e falta de fiscalização para a entrada de armas e drogas pelas fronteiras.

“Nada é impossível diante da forma como se trata a violência pública no Brasil. O Brasil não tem um sistema de segurança unificado, não tem política pública, não protege as fronteiras. Entra droga e arma de toda forma. E todos os estados têm atuado na busca de resolver os seus problemas com a capacidade que tem. Hoje a gente trabalha todos os dias para evitar que essas quadrilhas queiram fazer em Pernambuco o que fizeram nos outros estados. Mas você dizer que não tem risco. Tem risco, sim. Porque é um sistema que precisa melhorar muito, não só em Pernambuco, mas em todo o Brasil”, explicou o governador, em sabatina promovida pelo Diário de Pernambuco e pela Universidade Católica de Pernambuco.

Ataques no Ceará

Desde a noite de quarta-feira (2), a Região Metropolitana de Fortaleza (CE) acumula registros de ataques a ônibus, além de uma tentativa de explosão a um viaduto, cuja suspeita de autoria recai sobre as facções criminosas do Estado. Nesta sexta-feira (4), foram pelo menos 30 ataques das 21h até às 2h da manhã.

Em nota divulgada no fim da noite desta quinta-feira (3), o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Sérgio Moro havia negado o envio imediato de tropas da Força Nacional. O ministério disse que a Força Nacional foi mobilizada “para se deslocar ao Estado em caso de deterioração da segurança”. O Camilo Santana (PT), por sua vez, chegou a pedir até o envio do Exército ao Ceará. O governador chegou a dizer que Moro teria se colocado “à inteira disposição para o apoio necessário”.

No início da tarde de hoje (04), Sérgio Moro, autorizou o uso da Força Nacional, por 30 dias, para atuar em onda de violência no Ceará. De acordo com a portaria do ministro, a Força Nacional fará policiamento ostensivo, entre outras ações de segurança, em apoio às forças policiais já em operação no estado.

Com informações do Jornal do Commercio

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