Secretário rebate crítica sobre “censura” e afirma que proibição da divulgação sobre crimes busca preservar o inquérito policial

(Foto: Reprodução/Governo de PE)

A decisão da Secretaria de Defesa Social (SDS) de não divulgar informações sobre crimes registrados em Pernambuco levantou críticas de boa parte da população. O secretário Antônio de Pádua rebateu as queixas e afirmou que a decisão foi tomada para preservar familiares e o andamento do inquérito policial.

Segundo Pádua, o inquérito precisa ser sigiloso e a família da vítima precisa ser preservada de algumas informações. A decisão está em vigor desde o mês de março, quando funcionários do Instituto de Medicina Legal (IML) deixaram de passar informações sobre os homicídios registrados no Estado.

Assim como os funcionários do IML, delegados também estão seguindo essa norma da SDS. Para o secretário, qualquer comentário na cena do crime é apenas hipótese e pode vir a atrapalhar os trabalhos. “A investigação policial é um processo muito completo. O que se fala no momento do crime é tudo hipótese, suposição. A gente sabe que o inquérito tem natureza sigilosa, não só para preservar a família das vítimas como a própria investigação. Quando você antecipa informações, elas podem ser mal interpretadas. O melhor momento de falar é na conclusão”,
disse.

Estatísticas

O secretário também falou sobre a divulgação dos números da violência que, há um ano, deixaram de ser divulgados diariamente. “Os dados divulgados diariamente podem ser equivocados, porque um corpo que pode ser tido como suicídio ou morte a esclarecer, na semana que vem pode se descobrir que é uma morte violenta. Por isso a publicação dos números deve acontecer até o dia 15 do mês seguinte, para evitar dados equivocados”, finalizou.

Com a medida da SDS, os dados de violência em Pernambuco são publicados quinzenalmente, divididos entre Crimes Violentos Contra o Patrimônio (CVP), Crimes Violentos Letais Intencionais (CLVIs), estupros e violência contra a mulher.

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