Senador Fernando Bezerra defende que Bacen reduza ganho dos bancos e diminua custo do crédito no Brasil

Na avaliação de Fernando Bezerra Coelho, a confirmação de Ilan Goldfajn à presidência do Banco Central “cria uma expectativa muito positiva de que o Brasil vai se reencontrar com a trajetória de crescimento”/Foto:Assessoria

Na avaliação de FBC, a confirmação de Ilan Goldfajn à presidência do Banco Central “cria uma expectativa muito positiva de que o Brasil vai se reencontrar com a trajetória de crescimento”/Foto:Assessoria

Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE) defendeu nesta terça-feira (7), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, a redução da margem de lucro dos bancos nas operações de crédito, tecnicamente denominada “spread bancário”. A reflexão do senador, que sugeriu a revisão do marco regulatório deste segmento, ocorreu durante a sabatina do economista Ilan Goldfajn à presidência do Banco Central (Bacen), aprovado ao cargo por 19 parlamentares que integram a CAE e participaram da reunião desta terça (foram oito votos contrários).

Spread bancário é a diferença entre o que as instituições pagam na captação de recursos e o que elas cobram ao conceder um empréstimo para uma pessoa física ou jurídica. Conforme destacou Fernando Bezerra, o Brasil possui um dos maiores spreads do mundo. “Atualmente, os bancos comerciais brasileiros captam recursos a taxas médias de 14,25% ao ano (índice alinhado à Taxa Selic) e emprestam a taxas anuais de aproximadamente 150% para empréstimo pessoal, 300% para cheque especial e 400% para cartão de crédito”, observou.

Para ilustrar os altos índices de juros captados pelos bancos, o senador demonstrou que uma fatura de cartão de crédito no valor atual de R$ 2 mil, por exemplo, pode ser transformar em uma “dívida impagável” no decorrer de quatro anos, quando terá ultrapassado R$ 1 milhão. “Enquanto que uma pessoa que aplicar os mesmos R$ 2 mil alcançará pouco mais de R$ 3 mil, no mesmo período; e isso numa aplicação de boa rentabilidade”, comparou o socialista pernambucano. “Fica claro, deste modo, o lucro excepcional obtido pelas instituições bancárias sobre os brasileiros, tanto na ponta da captação quanto no empréstimo de recursos”, acrescentou Fernando Bezerra.

Na avaliação do senador, esta é uma questão “muito sensível”; principalmente, àqueles que pagam juros de cartão de crédito e de cheque especial. “Sobretudo, para a classe média brasileira, que está muito machucada com essa recessão, com essa desaceleração das atividades econômicas”, afirmou. “Em um país com mais de 11 milhões de desempregados, eu acho que esta deveria ser uma prioridade”, assinalou.

EXPECTATIVA POSITIVA – Na avaliação de Fernando Bezerra Coelho, a confirmação de IlanGoldfajn à presidência do Banco Central “cria uma expectativa muito positiva de que o Brasil vai se reencontrar com a trajetória de crescimento”. Ao destacar o currículo do sabatinado – que dedicou mais de 11 anos a estudos superiores em Economia, tendo feito doutorado pelo renomado Instituto de Tecnologia de Massachussetts/EUA (IMT); atuado como economista do Fundo Monetário Internacional (FMI), entre 1999 e 2009; ocupado o cargo de diretor de Política Econômica do Bacen, entre 2000 e 2003; e sido sócio de diferentes institucionais financeiras – o senador avaliou que Goldfajn, no Governo Temer, trará credibilidade ao país. “Vai resgatar a confiança do setor empresarial, do investidor e da sociedade brasileira neste momento de tantas turbulências e de tanta transição que o Brasil está vivenciando”, analisou.

Com informações da Assessoria

 

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