Câmara de Conciliação vai regulamentar uso da água da transposição do São Francisco

Paulo Câmara participou, juntamente com mais três governadores do Nordeste, da instalação do órgão, que será mediado pela AGU.

O governador Paulo Câmara participou, na tarde dessa terça-feira (09), da reunião de instalação da Câmara de Conciliação e Arbitragem do projeto de integração do São Francisco. A Câmara reúne os governadores de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, além do Ministério do Desenvolvimento Regional, sendo mediada pela Advocacia-Geral da União (AGU).

O principal objetivo da câmara é dirimir controvérsias entre as partes envolvidas no modelo de gestão e distribuição da água proveniente da transposição do Rio São Francisco, que perpassa os quatro Estados integrantes do grupo.

Esse é um espaço importante para que os Estados participem das decisões relativas ao gerenciamento do abastecimento através da transposição do Rio São Francisco. Também queremos a garantia de que a Adutora do Agreste seja finalizada e contemple 62 municípios do interior de Pernambuco“, afirmou Paulo Câmara.

Parte de aqueduto do Eixo Norte da Transposição rompe e causa vazamento de água

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A estrutura de concreto do aqueduto do Mari, o terceiro do Eixo Norte da transposição do Rio São Francisco, entre os reservatórios do Tucutú e de Terra Nova, localizado em Cabrobó, Pernambuco, não resistiu à força da água e rompeu causando vazamento da água que corre pelo canal.

Segundo as primeiras informações o vazamento se deu por conta de rachaduras nas placas de concreto, o que pode ser visto como problema pontual e que não comprometerá em nada a obra.

Técnicos da construtora Mendes Júnior, empresa responsável pela execução da obra e do ministério da integração nacional, já se encontram no local fazendo avaliações dos danos causados e trabalhando na recuperação da estrutura do aqueduto.

Com informações do Didi Galvão

Abastecimento por água da transposição do rio São Francisco ainda tem data incerta

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Uma das maiores obras do País iniciada neste século 21, que deveria ficar pronta em 2010, a transposição do rio São Francisco não apresenta data certa para o fornecimento de água em muitas regiões. Prejudicadas pela crise fiscal, obras complementares ao projeto estão atrasadas (ou nem começaram). O sistema de esgotamento sanitário precário das cidades beneficiadas oferece risco de contaminação das águas do canal. A transposição promete beneficiar 390 municípios e 12 milhões de pessoas em Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba – o projeto foi orçado inicialmente em R$ 4,5 bilhões, mas está custando R$ 7,1 bilhões.

De acordo com o Valor, atualmente, 10.586 profissionais trabalham no canal principal e operam 4.143 equipamentos. O benefício para esses estados prevê a integração de 11 bacias hidrográficas. Mas um dado preocupa. Atualmente, essas bacias oferecem, em média, 450 metros cúbicos de água per capita, quando o ideal previsto pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 1.500 metros cúbicos per capita.

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Um levantamento do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou que 57% das cidades da área de influência da transposição não têm serviços adequados de esgotamento sanitário ou convênio para execução de obras de esgoto. Entre os municípios que já firmaram o convênio, 55% têm obras não iniciadas, em ritmo lento ou paralisadas, e 39% delas se encontram com os convênios terminados e sem a conclusão das obras. As licenças ambientais para as obras estão vencidas em 39% dos convênios.

O Ministério das Cidades afirma que encaminhou um plano de ação em setembro com respostas aos questionamentos do TCU. A pasta também disse que “tem realizado rotineiramente reuniões com proponentes que possuem obras paralisadas, e que, nos casos mais graves, tem aplicado sanções”.