Associação defende autonomia de médicos para uso de hidroxicloroquina

A Associação Médica Brasileira (AMB) elaborou uma nota pública na qual defende a autonomia dos profissionais para receitarem a hidroxicloroquina para pacientes da Covid-19. No texto, a diretoria da entidade vê motivação política nas críticas ao fármaco e aponta risco de “legado sombrio para a medicina brasileira, caso a autonomia do médico seja restringida, como querem os que pregam a proibição da hidroxicloroquina”.

Embora reconheça não haver, por ora, “estudos seguros, robustos e definitivos sobre a questão”, a entidade de classe diz ser “importante lembrar que o uso off label (não prevista na bula) de medicamentos é consagrado na medicina, desde que haja clara concordância do paciente”.

Para a AMB, “é bastante provável que cheguemos ao final da pandemia sem evidências consistentes sobre tratamentos”. E que “muitos sairão da pandemia apequenados, principalmente médicos e entidades médicas que escolherem manipular a ciência para usá-la como arma no campo político-partidário”.

A nota da AMB é divulgada dois dias após a Sociedade Brasileira de Infectologia recomendar o abandono desse medicamento no tratamento dos pacientes de COVID-19. A hidroxicloroquina voltou a ser defendida neste fim de semana pelo presidente Jair Bolsonaro, que há duas semanas divulgou ter sido infectado pelo coronavírus.

A entidade foi ainda a responsável pela mobilização que levou à escolha de Nelson Teich como ministro da Saúde após a saída de Luiz Henrique Mandetta do cargo, em abril.

Na nota divulgada hoje, a AMB conclui: “não podemos permitir que ideologias e vaidades, de forma intempestiva, alimentadas por holofotes, nos façam regredir em práticas já tão respeitadas. Não se pode clamar por ciência e adotar posicionamentos embasados em ideologia ou partidarismo, ignorando práticas consolidadas na medicina. Isso é um crime contra a medicina, contra os pacientes e, sobretudo, contra a própria ciência”, diz o texto, assinado pela diretoria da entidade.

Conversa de Romero Jucá aumenta urgência da aprovação da autonomia da PF, acredita delegados

presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral

Presidente da ADPF, Carlos Eduardo Sobral

Após a Folha de São Paulo divulgar áudio da conversa entre Romero Jucá e Sérgio Machado, a exoneração do peemedebista do ministério do Planejamento foi publicada no Diário Oficial da União, nesta terça-feira.Os trechos da conversa, gravados antes da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara dos Deputados, deixam claro que Romero Jucá, nome forte do governo interino de Michel Temer, articulava com o ex-presidente da Transpetro, Sérgio Machado, a paralisação da operação Lava Jato.

Para os delegados de Polícia Federal, a conspiração entre o peemedebista Romero Jucá e Sérgio Machado, que também é investigado na operação, expõe a fragilidade da instituição, ou seja, ela pode sofrer com interferências políticas a qualquer momento.

A única forma de proteger a PF das interferências políticas é a autonomia da instituição passar a ser prevista na Constituição como explica o presidente da Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal, Carlos Eduardo Sobral. ““Todos nós sabemos que muitos políticos poderosos são investigados na operação Lava Jato. E a melhor forma de proteger as investigações, em verdade, é protegendo as instituições. Polícia Federal, Ministério Público, Justiça. Então é preciso que a sociedade permaneça atenta para qualquer tipo de intervenção. E, no caso da Polícia Federal é preciso que nós avancemos e conquistemos a nossa autonomia”.

LEIA MAIS

“Essa foi a justificativa da procuradoria” afirma Julio Lossio sobre veto a autonomia da AMMPLA

Julio Lossio

Não muito satisfeito com a aprovação e promulgação da lei que transforma a EPTTC em autarquia municipal o prefeito de Petrolina Julio Lossio (PMDB), disse, em entrevista exclusiva a este Blog, ter sido ideia dele a mudança, mas que discorda da autonomia dada ao órgão para eleger o presidente, não por uma questão pessoal e sim jurídica acompanhando parecer da procuradoria o qual orienta que a escolha de um diretor de autarquia, de um presidente de autarquia ou de quem quer que seja, deve passar pelo crivo do prefeito, do governador, do presidente da república ou deve ser votado, mas não votado internamente, deve ser votado pela comunidade.

“Então não existe forma de se ascender ao poder sem ser ou por indicação direta do chefe do poder, que foi delegado ao povo, ou através de um eleição aberta da comunidade, portanto, essa foi a justificativa da procuradoria e eu acatei”, afirmou.