Na tentativa de evitar novos desastres ambientais e contaminação do Velho Chico, Alepe promove audiência pública em Petrolina

Lucas Ramos representou Alepe no evento (Foto: Blog Waldiney Passos)

Políticos, técnicos, representantes de entidades e a sociedade civil estão reunidos na manhã dessa segunda-feira (3) na Câmara de Vereadores de Petrolina para discutir o risco de contaminação do rio São Francisco pela lama de rejeitos da barragem de Brumadinho (MG).

A Audiência Pública foi proposta pela Frente Parlamentar da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), a pedido do deputado estadual Lucas Ramos (PSB). Segundo Lucas, esse é importante, já que Petrolina é um polo agricultor.

“Esse rio é do turismo, da pesca artesanal, da geração de emprego. Ninguém quer estar diante da notícia de estar consumindo água imprópria, por isso iniciamos esses debates, passando Cabrobó e Floresta, cidades berços da Transposição do rio. Nós temos que buscar soluções para evitar novos crimes ambientais como Brumadinho e sobretudo, garantir a saúde do rio São Francisco”, destacou em entrevista ao Blog.

Segundo Lucas, torna-se necessário elaborar ações permanentes. Por isso as audiências são importantes. “Essa agenda permitirá que elaboremos um relatório e apresentemos ao Consórcio dos Governadores do Nordeste, precisa um esforço conjunto. Esse relatório será apresentado ao Ministério Público Estadual e Federal”, finalizou.

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Frente Parlamentar da Alepe promove debate em Petrolina sobre risco de contaminação do rio São Francisco com rejeitos de Brumadinho

A Frente Parlamentar da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) vem a Petrolina nesta segunda-feira (3) para discutir a temática do rio São Francisco. Às 9h será realizada uma Audiência Pública sobre os riscos da contaminação do Velho Chico com os rejeitos da barragem de Brumadinho (MG).

O evento acontece na Câmara de Vereadores local, conduzido pelo deputado Lucas Ramos (PSB), coordenador do colegiado. A audiência contará com a presença de ambientalistas, pesquisadores, representantes da sociedade civil e de instituições públicas como prefeituras e câmaras de municípios do Vale do São Francisco.

“Estamos somando esforços para construirmos soluções que possam evitar uma contaminação das águas do rio mais importante do Nordeste, o que prejudicaria diretamente a agricultura familiar e irrigada, a pesca artesanal, o abastecimento, o turismo e a geração de energia”, explica Lucas Ramos.

A Barragem de Brumadinho se rompeu em janeiro desse ano. Uma comissão especial da Casa Plínio Amorim fez uma excursão em Minas Gerais e coletou dados. Agora é a vez da Alepe debater o tema em Petrolina. A Frente Parlamentar em Defesa do Rio São Francisco foi criada por Lucas Ramos e conta com os deputados Fabrizio Ferraz (PHS), Isaltino Nascimento (PSB), Dulcicleide Amorim (PT), Roberta Arraes (PP) e Pastor Cleiton Collins (PP).

Relatório afirma que rio São Francisco está contaminado com rejeitos de Brumadinho

(Foto: Renê Cordeiro/Arquivo Pessoal)

O que o Comitê da Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF) previa no mês passado se concretizou. Em relatório apresentado hoje (22), a Fundação SOS Mata Atlântica afirmou que os rejeitos da barragem Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG) atingiram o rio São Francisco.

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Equipes estiveram em Brumadinho e no Alto São Francisco entre os dias 8 e 14 desse mês para verificar a presença de rejeitos. Dos 12 pontos analisados, nove estavam com condição ruim e três regular, o que torna o trecho a  partir do Reservatório de Retiro Baixo, entre os municípios de Felixlândia e Pompéu até o Reservatório de Três Marias, no Alto São Francisco, com água imprópria para usos da população.

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Agência determina extinção de barragens como a de Brumadinho

(Foto: TVGlobo/Reprodução)

O rompimento da barragem de Brumadinho (MG) fez com que a Agência Nacional de Mineração (ANM) determinasse a extinção da chamada “montante”. Nessa segunda-feira (18) o Ministério de Minas e Energia (MME) determinou prazos em um resolução foi publicada no Diário Oficial da União.

“Essa resolução estabelece medidas regulatórias cautelares, objetivando assegurar a estabilidade de barragens de mineração, notadamente aquelas construídas ou alteadas pelo método denominado “a montante” ou por método declarado como desconhecido”, diz o texto.

A ANM reavaliará até 1º de maio de 2019 as medidas regulatórias cautelares objeto desta resolução e, se for o caso, fará as adequações cabíveis considerando, dentre outras informações e dados, segundo a resolução. Atualmente no país há 84 barragens no modelo de montante, das quais 43 são de alto dano potencial. Com informações de Exame.

Rejeito de Brumadinho ameaça um dos principais afluentes do Rio São Francisco

Usina hidrelétrica de Retiro Baixo (Foto: Google Maps)

A chegada dos rejeitos da barragem de Brumadinho (MG) na hidrelétrica Retiro Baixo, instalada no Rio Paraopeba, representa uma ameça a este, que é um dos principais afluentes do Rio São Francisco, e pode comprometer as operações da usina.

A Agência Nacional de Águas (ANA), confirmou que a barragem da usina hidrelétrica Retiro Baixo, localizada a 220 km do local do rompimento “possibilitará amortecimento da onda de rejeito”. Segundo a ANA, a estimativa é que essa onda atinja a usina dentro de dois dias.

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A hidrelétrica Retiro Baixo está localizada entre os municípios mineiros de Curvelo e Pompeu. A usina tem duas turbinas em operação, com capacidade instalada de 82 megawatts, energia suficiente para atender 200 mil habitantes, e opera desde 2010. Seu reservatório é de 22 quilômetros quadrados.

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