Novo modelo de produção de ovinos e caprinos é apresentado a produtores durante a 8ª Expocuraçá

Unidade produtiva do Bioma Caatinga. (Foto: ASCOM)

Durante os dias 21, 22 e 23 deste mês, criadores de ovinos e caprinos que participaram da 8ª Expocuraçá, tiveram a oportunidade de conhecer um novo modelo de produção desses animais, durante o evento realizado no parque de exposições da cidade de Curaçá (BA), pela prefeitura municipal com o apoio do Sebrae.

No local foi montada uma estrutura onde os produtores puderam aprender sobre todas as etapas do processo inovador, que compreendia a uma unidade produtiva (aprisco) com capacidade para 50 matrizes com o objetivo de demonstrar para os produtores a maneira correta de criar os animais para se obter lucro em um espaço menor de tempo; um Creep feeding, que é uma espécie de cocho privativo, onde é feita a suplementação de um a dieta de animais jovens, principalmente borregos e cabritos, oferecendo alimentos para animais que ainda estão mamando; e por fim um sistema de confinamento do cabrito e do cordeiro, mostrando para o produtor rural que se ele investir em alimentação terá retorno no seu negócio.

A nova estratégia defendida pelo Projeto Bioma Caatinga, desenvolvido pelo Sebrae Juazeiro e a Fundação Banco do Brasil, estimula os criadores a produzirem em confinamento o cordeiro e cabrito, abatidos em três momentos e por definição do seu produto: O cabrito e o Cordeiro Lechal ou mamão, como também é conhecido no Brasil, que deverá ser abatido e comercializado com 30 dias de vida, o Cabrito e o Cordeiro precoce que deverá ser abatido e comercializado com 60 dias de vida, e o cabrito e o cordeiro que deverá ser abatido e comercializado até 150 dias de vida.  

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Eventos na Univasf Juazeiro discutem bioma Caatinga

Até a sexta-feira (3) pesquisadores da Embrapa, estudantes e profissionais da área discutem o Bioma Caatinga na Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), campus Juazeiro. Dois eventos abordam as riquezas da área equivalente a 11% do território nacional.

O II Simpósio do Bioma Caatinga e o VI Workshop de Mudas e Sementes da Caatinga acontecem em paralelo e contam com a participação de pesquisadores da região e cidades vizinhas. Iniciado hoje (31), o workshop está dividido em três temas.

Ambos os congressos têm apoio do Ministério do Meio Ambiente, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Sertão Pernambucano (IF Sertão-PE), Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe), Universidade de Pernambuco (UPE), Prefeitura Municipal de Petrolina, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), Instituto Regional da Pequena Agropecuária Apropriada (Irpaa), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Monsanto, Mineração Caraíba S/A, Plante Bem, Agropodas, Brotar, Rede de Sementes da Caatinga, Isla Sementes e Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais de Petrolina (STTR).

Sebrae-BA e Fundação Banco do Brasil lançam terceiro ciclo do Programa Bioma Caatinga em Juazeiro

A solenidade de lançamento do terceiro ciclo do Programa Bioma Caatinga aconteceu nesta sexta-feira (11), no Grande Hotel de Juazeiro, com as presenças do Superintendente do Sebrae-BA, Jorge Khoury, do Ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, o gerente regional do Sebrae/Juazeiro, Carlos Rafael Cointeiro, prefeitos e representantes dos municípios de Curaçá, Uauá, Remanso, Casa Nova e Juazeiro.

Na etapa anterior, executada no período de abril/2016 a março/2017, o Programa atendeu 1.054 Produtores Rurais, 186 Micro e Pequenas Empresas (MPEs) e ainda foi possível estabelecer uma relação de parcerias entres produtores e MPES, envolvendo quem produz, quem disponibiliza os insumos, quem processa, quem vende e quem compra, fortalecendo-as e tornando-as mais competitivas para o mercado.

No terceiro ciclo, o Programa Bioma Caatinga vai atender 600 criadores de caprinos e ovinos, além de empresas ligadas ao setor com a estratégia de mudar um conceito tradicional de comercialização, que geralmente é feita com a presença de intermediários, feiras de comercialização, venda direta nas fazendas, venda direta de produtores em açougues e mercados.

O objetivo é exercitar a forma mais competitiva de comercialização, colocando os produtores diretamente comercializando com açougues, mercadinhos e supermercados que comercializam os produtos de caprinos e ovinos.

“Com a efetivação do Programa Bioma Caatinga, através dessa parceria entre Sebrae, Banco do Brasil e Fundação Banco do Brasil, o caprino e ovino passaram a ser um produto de qualidade com sua carne sendo vendida nos pontos comerciais dos municípios atendidos pelo o programa. A expectativa nossa do momento é que a gente possa aumentar isso, fazendo com que a gente avança mais e diminua por exemplo, o tempo de cada processo desse, a ponto de poder, evidentemente, servir um produto aceitável a nível de qualidade e preço”, enfatizou o Superintendente do Sebrae-BA, Jorge Khoury.

O ciclo 3 do Bioma Caatinga terá um investimento de R$ 1.570.043,96 (Um milhão, quinhentos e setenta mil, quarenta e três reais e noventa e seis centavos), sendo que R$ 791.795,96 (Setecentos e noventa e um mil, setecentos e noventa e cinco reais e noventa e seis centavos) serão recursos do Sebrae e R$ 778.248,00 (Setecentos e setenta e oito mil, duzentos e quarenta e oito reais) oriundos da Fundação Banco do Brasil.

Durante a solenidade, produtores rurais e Agentes de Desenvolvimento Rural Sustentável (ADRs) que trabalharam no segundo ciclo do Bioma Caatinga foram homenageados por se destacarem na execução do Programa.

Sebrae Juazeiro e Fundação Banco do Brasil lançam nova etapa do Programa Bioma Caatinga nesta sexta (11)

(Foto: ASCOM)

A terceira etapa do Programa Bioma Caatinga irá levar ações de tecnologia para criação, acesso a mercados, crédito e boas práticas de gestão da propriedade rural para 600 criadores de caprinos e ovinos de Juazeiro, Casa Nova, Remanso, Uauá e Curaçá, no Norte da Bahia. Esses municípios, juntos, concentram o maior rebanho de caprinos e ovinos do país, com cerca de 6 milhões desses animais.

O lançamento do programa será nesta sexta-feira (11), às 9h da manhã, no Grande Hotel de Juazeiro e vai contar com a presença do superintendente do Sebrae Bahia, Jorge Khoury, do ministro do Meio Ambiente, Edson Duarte, e de prefeitos das cidades atendidas pelo programa.

O Bioma Caatinga busca promover o desenvolvimento e fortalecimento da base produtiva e gerencial da caprinocultura e ovinocultura da Bahia, no Território de Identidade “Sertão do São Francisco”. O programa nasceu de uma articulação entre o Sebrae Bahia  e o Banco do Brasil e foi estendido para nove Estados do Nordeste a também para o Norte de Minas Gerais, com características diferenciadas e foco no setor de ovinocaprinocultura.

Na região semiárida, o programa é desenvolvido desde 2014, com o apoio de uma equipe de profissionais, entre técnicos agrícolas, zootecnistas e veterinários, na sede e zona rural dos municípios. A iniciativa atende produtores rurais no campo e também empresas ligadas à caprinovinocultura, como casa de rações, lojas de produtos veterinários, abatedouros, açougues, frigoríficos, mercadinhos e supermercados. Na última edição, o programa recebeu investimentos de R$ 1,5 milhão para melhoria de gestão, inovações e acesso a mercados.

Segundo o gestor do projeto de Fruticultura do Sebrae em Juazeiro, Carlos Robério Araújo, o foco do terceiro Ciclo do Bioma Caatinga é inovar no conceito tradicional de comercialização, que geralmente é feita com a presença de intermediários, em feiras de comercialização, compra direta nas fazendas, venda direta de produtores em açougues e mercados.

“Já no segundo ciclo do Bioma, iniciamos uma forma mais competitiva de comercialização, colocando os produtores em contato direto com a rede de varejo. Para isso incluímos os profissionais de mercado e comercialização, correspondente de crédito e comunicação no sentido de ampliar essa experiência”, ressalta.

Na solenidade de lançamento, também participarão os prefeitos de Juazeiro, Uauá, Casa Nova, Remanso e Curaçá, respectivamente Paulo Bonfim, Lindomar Dantas, Wilker Torres, Zé Filho e Pedro Oliveira, além de presidentes dos Sindicatos Rurais dessas cidades e instituições como ACCOSSF, Univasf, Uneb, Embrapa, Codevasf e o IPC – Instituto Preservação da Caatinga.

Projeto de recuperação de matas ciliares do Rio São Francisco já apresenta resultados

(Foto: ASCOM)

O bioma Caatinga é o único ecossistema integralmente brasileiro e está no mesmo patamar de importância da Amazônia e Pantanal. Nele existem pelo menos 4,5 mil espécies vegetais, embora se acredite que o número seja ainda maior.

Segundo o biólogo e professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf, Campus de Ciências Agrárias, Petrolina, PE), José Alves de Siqueira, 41% da região nunca foi investigada.

Apesar da relevância para a população local, a Caatinga sofre com invasões de espécies não nativas, desmatamento e degradação ambiental.

Com o objetivo de reflorestar o bioma, incluindo a recuperação das matas ciliares do Rio São Francisco, a Agrovale e o Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (CRAD), da Univasf, iniciaram um projeto de parceria, em 2016, que já apresenta os primeiros os resultados.

“A invasão biológica da algaroba, por exemplo, é atualmente um dos maiores gargalos para a recuperação de matas ciliares do Velho Chico. Os esforços concentrados da Univasf com a Agrovale têm potencial para diminuir os impactos negativos da algaroba em nosso ecossistema”, diz José Alves de Siqueira, que é autor do livro ‘Flora das Caatingas do Rio São Francisco (2012)’ e vencedor do Prêmio Jabuti 2013 na categoria Ciências Naturais.

De acordo com a coordenadora da Agrovale, Thaisi Tavares, responsável pelo setor de Meio Ambiente e Qualidade da empresa, a ação conjunta tem efeitos práticos para os cidadãos de Petrolina (PE), Juazeiro (BA) e cidades vizinhas.

“Ao buscarmos a conservação das espécies e a reintrodução de espécies nativas, conseguimos um meio ambiente mais agradável, gerando oxigênio mais limpo e temperaturas mais equilibradas”, salienta.

A perspectiva de duração desta parceria é de cinco anos e envolve uma equipe multidisciplinar de biólogos e engenheiros agrônomos. Nesse período, será acompanhado o desenvolvimento de espécies típicas das matas ciliares como jatobá, ingazeira e o marizeiro, a partir do manejo dos locais invadidos pelas algarobas.

Ainda durante o trabalho, serão identificados os melhores modelos para a recuperação das áreas ribeirinhas do Velho Chico.