Aborto legal em menina estuprada no ES é ‘crime hediondo’, diz presidente da CNBB

O presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Walmor Oliveira de Azevedo, arcebispo de Belo Horizonte, publicou em sua página no Facebook uma nota em que chamou de “crime hediondo” o aborto realizado na menina de 10 anos que foi estuprada pelo tio em São Mateus (ES), cidade a 218 km da capital Vitória.

“Lamentável presenciar aqueles que representam a Lei e o Estado com a missão de defender a vida, decidirem pela morte de uma criança de apenas cinco meses, cuja mãe é uma menina de dez anos. Dois crimes hediondos”, escreveu dom Walmor nesta segunda (17).

“A violência sexual é terrível, mas a violência do aborto não se explica, diante de todos os recursos existentes e colocados à disposição para garantir a vida das duas crianças”, completa. O procedimento, legal e autorizado pela Justiça, foi realizado em maternidade pública do Recife. O hospital que fez um primeiro atendimento à menina no Espírito Santo se recusou a fazer o aborto.

Pela lei brasileira, o aborto é autorizado em casos de gravidez resultante de estupro, desde que o procedimento tenha consentimento da gestante ou, em caso de incapaz, de seu representante legal.

Em entrevista à Rede Aparecida, o presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e a Família da CNBB, dom Ricardo Hoepers, reafirmou o posicionamento de dom Walmor ao dizer que o aborto não deveria ser feito. “Tínhamos condições de manter as duas vidas. Essa é a posição da Igreja”, disse.

Acabou o mistério. CNBB anuncia o novo Bispo Auxiliar de Olinda e Recife e não é de Petrolina

(Foto: Site da CNBB)

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) postou em sua página na internet o nome do novo Bispo Auxiliar de Olinda e Recife, nomeado pelo o Papa Francisco.

Apesar da expectativa de que o novo Bispo fosse o padre petrolinense Antônio Malan, o Papa Francisco nomeou nesta quarta-feira (4), o padre Limacêdo Antônio da Silva como bispo titular de “Salde” e auxiliar da arquidiocese de Olinda e Recife, no Estado de Pernambuco. A decisão foi tomada com base no pedido feito por Dom Antônio Fernando Saburido, de poder contar com a colaboração de um bispo auxiliar.

Padre Limacêdo Antônio da Silva é natural de Nazaré da Mata (PE), nasceu em 29 de setembro de 1960. Foi ordenado diácono em 25 de janeiro de 1985, em Timbaúba (PE) e presbítero em 12 de janeiro de 1986, em Limoeiro (PE). Cursou Filosofia no Instituto Missionário Estrela Missionária, no Rio de Janeiro e Teologia no Mosteiro de São Bento, em Olinda (PE). Possui mestrado e doutorado em Dogmática, ambos pela Universidade Pontifícia Gregoriana, de Roma.

Como sacerdote exerceu as funções de vigário paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Apresentação, em Limoeiro (PE); assessor da juventude do meio popular, nos anos de 1987 a 1989; pároco da Paróquia São José, em Vertentes (PE); assessor da Infância Missionária, nos anos de 1995 a 2000; assessor das Comunidades Eclesiais de Base (Cebs), nos anos de 1988 a 1995; pároco da Paróquia São Sebastião, em Machados (PE); coordenador diocesano de Pastoral; membro do Conselho Pastoral, de 1995 a 2001; professor de eclesiologia no Seminário de Olinda (PE), em 2009; pároco da Paróquia Nossa Senhora das Dores, em Aliança (PE), nos anos de 2017 a 2018, entre outras.

Atualmente, padre Limâcedo exerce o posto de coordenador diocesano de Pastoral da diocese de Nazaré, em Pernambuco.

CNBB afirma que Igreja Católica não apoiará candidatos que promovam a violência

Coletiva de imprensa contou com a presença da ministra do STF (esq.)

Candidatos nas eleições de outubro que promovam a violência não terão apoio da Igreja Católica. O anúncio feito nessa quarta-feira (14) pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) foi feito durante o lançamento da Campanha da Fraternidade de 2018.

Segundo o arcebispo metropolitano do Brasil, o cardeal Sérgio Rocha, a instituição quer dar um fim à violência. “É lamentável que se apresente soluções para superar a violência com mais violência. A Igreja, é claro, nessas eleições, como sempre faz, estará orientando os próprios eleitores, não substituindo a consciência dos eleitores, mas sim ajudando a formar consciência” destacou o cardeal.

A cúpula da Igreja Católica também afirmou ser favorável à campanha do desarmamento, indo de encontro a opinião de Jair Bolsonaro (PSC-RJ), um dos presidenciáveis. Bolsonaro é católico, mas defende o armamento e a violência como elemento para diminuir os índices de criminalidade no país. Ele tem ampliado sua ligação com o eleitorado evangélico. Lideranças evangélicas, no entanto, ainda não se manifestaram sobre o apoio a Bolsonaro.

Críticas ao governo Temer

Durante o lançamento da Campanha da Fraternidade, a CNBB também criticou as reformas propostas pelo governo de Michel Temer (MDB). O secretário-geral da CNBB, dom Leonardo Steiner criticou as iniciativas do presidente nacional. “São violência, nós sentimos isso. Vejo que até o Carnaval, no enredo, mostrou tanto a violência quanto a corrupção, as chamadas reformas sem ouvir o povo, os aposentados” declarou Steiner.

O lançamento da campanha desse ano contou com a presença da ministra Cármen Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), que afirmou ser uma das funções do Judiciário combater à violência, sendo missão da instituição “superar as formas de violência que desaguam na sociedade”.

CNBB entra na luta contra reforma da Previdência e pede mobilização

Protesto contra a reforma da Previdência, em 15 de março, em São Paulo. Luta ganha adesão de mais um setor relevante da sociedade brasileira e pressiona governo Temer a ampliar debate sobre o tema

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), por meio do seu Conselho Permanente, divulgou ontem (23) uma nota na qual convoca “os cristãos e pessoas de boa vontade, particularmente nossas comunidades, a se mobilizarem ao redor da atual reforma da Previdência, a fim de buscar o melhor para o nosso povo, principalmente os mais fragilizados”.

A entidade faz dura crítica à Proposta de Emenda à Constituição do governo de Michel Temer. “Nenhuma solução para equilibrar um possível déficit pode prescindir de valores éticos-sociais e solidários. Na justificativa da PEC 287/2016 não existe nenhuma referência a esses valores, reduzindo a Previdência a uma questão econômica.”

No documento, em que manifesta “apreensão” em relação à proposta, a CNBB menciona o artigo 6º da Constituição Federal de 1988. “Não é uma concessão governamental ou um privilégio. Os direitos sociais no Brasil foram conquistados com intensa participação democrática; qualquer ameaça a eles merece imediato repúdio.”

A nota é assinada pelo arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, pelo arcebispo de Salvador, Dom Murilo Krieger, e pelo secretário-geral da entidade, dom Leonardo Ulrich Steiner.

As “informações inseguras, desencontradas e contraditórias”, nas quais o governo Temer, seus porta-vozes e aliados no Congresso Nacional se baseiam para tentar a aprovação da PEC a toque de caixa também são alvo da nota. Os bispos defendem iniciativas que facilitem o conhecimento da realidade e o “total” envolvimento da sociedade. Essas iniciativas devem ser adotadas “particularmente pelo Congresso Nacional”. “O debate sobre a Previdência não pode ficar restrito a uma disputa ideológico-partidária, sujeito a influências de grupos dos mais diversos interesses. Quando isso acontece, quem perde sempre é a verdade”, enfatizam os católicos.

Para a CNBB, “a opção inclusiva que preserva direitos não é considerada na PEC”. A instituição defende a necessidade de auditar a dívida pública, taxar rendimentos das instituições financeiras, rever a desoneração de exportação de commodities, identificar e cobrar os devedores da Previdência. “Essas opções ajudariam a tornar realidade o Fundo de Reserva do Regime da Previdência Social – Emenda Constitucional 20/1998, que poderia provisionar recursos exclusivos para a Previdência.”

A nota termina com uma exortação aos parlamentares, citando o papa Francisco: “A vossa difícil tarefa é contribuir a fim de que não faltem as subvenções indispensáveis para a subsistência dos trabalhadores desempregados e das suas famílias.” A citação termina com a referência explícita do papa ao tema previdência: “Não falte o direito à aposentadoria, e sublinho: o direito — a aposentadoria é um direito! — porque disto é que se trata”.

Cuidado com os biomas brasileiros é tema da Campanha da Fraternidade 2017

(Foto: MarcelloCasal/Agência Brasil)

Com o tema Fraternidade: biomas brasileiros e a defesa da vida, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) abriu hoje (1º) a Campanha da Fraternidade 2017.

Segundo a CNBB, o objetivo da campanha é dar ênfase à diversidade de cada bioma, promover relações respeitosas com a vida, o meio ambiente e a cultura dos povos que vivem nesses biomas.

“Este é, precisamente, um dos maiores desafios em todas as partes da terra, até porque as degradações do ambiente são sempre acompanhadas pelas injustiças sociais”, disse o papa Francisco, em mensagem ao Brasil.

O papa destacou que o desafio global pela preservação, “pelo qual toda a humanidade passa”, exige o envolvimento de cada pessoa junto com a atuação da comunidade local. Para ele, os povos originários de cada bioma ou que tradicionalmente neles vivem oferecem um exemplo claro de como a convivência com a criação pode ser respeitosa.

“É necessário conhecer e aprender com esses povos e suas relações com a natureza. Assim, será possível encontrar um modelo de sustentabilidade que possa ser uma alternativa ao afã desenfreado pelo lucro que exaure os recursos naturais e agride a dignidade dos pobres”, argumentou o papa.

Para o arcebispo de Brasília e presidente da CNBB, cardeal Sergio da Rocha, ninguém pode assistir passivamente à destruição de um bioma, por isso o assunto não pode ser deixado de lado pela Igreja. “Há muito a ser feito por cada um espontaneamente, como mudança no padrão de consumo, cuidados com a água e com o lixo doméstico, mas necessitamos de iniciativas comunitárias, que exigem a participação do Poder Público e ações efetivas dos governos”, disse. “Precisamos de um modelo econômico que não destrua os recursos naturais”, ressaltou.

Com informações do EBC

Presidente da CNBB contesta aborto como alternativa contra o vírus da zika

CNBB

Entidades lançam Campanha da Fraternidade de 2016 (Foto: Carolina Cruz/G1)

A recomendação do principal comissário de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU), Zeid Ra’ad Al Hussein, para que os países com casos de zika flexibilizem suas leis a fim de permitir o aborto nos casos de microcefalia foi contestada, nesta quarta-feira (10), pelo presidente da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Sérgio da Rocha, durante o ato de lançamento da Campanha da Fraternidade Ecumênica de 2016. “O aborto não é a resposta para o vírus da zika. Nós precisamos valorizar a vida em qualquer situação e qualquer condição que ela esteja. Menor qualidade de vida não significa menor direito a viver, com menos dignidade humana”, afirmou.

Neste ano, o foco da Campanha da Fraternidade Ecumênica, intitulada “Casa comum, nossa responsabilidade” é o saneamento básico.

Durante a campanha, serão distribuídos nas igrejas folhetos informativos sobre o saneamento básico. Além disso, as entidades orientam as igrejas a mobilizarem as comunidades para que se informem sobre o saneamento básico de sua região e cobrem melhorias do poder público.

De acordo com as entidades, o saneamento básico já era um tema previsto para a campanha havia dois anos, mas se tornou ainda mais urgente em 2016. As entidades ressaltam que o tema também serve como alerta para o combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor do vírus da zika, da dengue e da febre chikungunya.

Comissão da CNBB diz que processo de impeachment ameaça ditames democráticos e causa instabilidade

conselho-cnbb-2A Comissão Brasileira Justiça e Paz, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criticou hoje (3) o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que autorizou a abertura de processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Em nota, a CNBB questiona os motivos que levaram Cunha a aceitar o pedido de abertura do processo.

Manifestando “imensa apreensão”, a comissão da CNBB diz que a atitude de Cunha “carece de subsídios que regulem a matéria” e que a sociedade está sendo levada a crer que “há no contexto motivação de ordem estritamente embasada no exercício da política voltada para interesses contrários ao bem comum”. Para a CNBB, Cunha agiu por interesse pessoal.

A entidade disse hoje que “o impedimento de um presidente da República ameaça ditames democráticos, conquistados a duras penas”. “[…] Que autoridade moral fundamenta uma decisão capaz de agravar a situação nacional com consequências imprevisíveis para a vida do povo? […] É preciso caminhar no sentido da união nacional, sem quaisquer partidarismos, a fim de que possamos construir um desenvolvimento justo e sustentável”, acrescenta a comissão da CNBB.

O anúncio da aceitação do pedido de abertura do processo de impeachment foi feito no fim da tarde de ontem (2)  por Cunha. Poucas horas depois, Dilma fez pronunciamento no qual disse que não tem contas no exterior, nem participa de “barganhas” com o Congresso.