Este ano, a produção de milho em Petrolina (PE) para abastecer o consumo do período junino foi de 500 mil espigas, bem abaixo da expectativa. A procura pelo produto, cujo saco estava sendo vendido nas feiras livres ao preço médio de R$ 30, também foi inferior em relação ao ano passado, quando o cento era de R$ 50, de acordo com o Sindicato dos Agricultores Familiares (Sintraf).
A queda na produção acontece por causa de alguns motivos. Há anos, por exemplo, os pequenos agricultores se queixam do baixo valor do milho, que em 10 anos nunca passou dos R$ 0,35 a espiga; o inverno registrado no interior do município também não foi suficiente para animar os produtores e o retorno financeiro não cobre nem os custos.
“O preço do milho é sempre o mesmo; o valor de produção é muito grande se comparado aos benefícios; e a procura está a cada ano menor ainda. Um agricultor planta 3 hectares de milho e não faz R$ 8 mil, em contrapartida ele gastou de R$ 5 a R$ 6 mil para produzir. É muito trabalho para pouco retorno, então eles não consideram tão viável plantar milho”, avalia o secretária de Políticas Agrícolas do Sintraf, Eliete Ferreira.