LDO pode causar impacto de R$ 100 bilhões nos cofres públicos

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A Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) aprovada pelos deputados e senadores nessa semana deve provocar um rombo de R$ 100 bilhões nos cofres públicos. Isso porque os políticos aprovaram medidas que vão elevar os custos do país.

Entre as medidas estão a manutenção dos benefícios tributários à indústria de refrigerantes de Manaus, cujo impacto é de R$ 1,78 bilhão. Outra questão é não cobrança da dívida tributária de produtores rurais, que custará R$ 13 bilhões só este ano.

Benefícios

Os deputados e senadores também derrubaram o veto que proibia o reajuste no funcionalismo público e a criação de cargos no serviço público federal. Os políticos também rejeitaram o trecho que previa corte de 5% no custeio administrativo para 2019, composto por despesas do dia a dia do governo, como água, luz, telefone, aluguéis e diárias.

A LDO orienta a elaboração do Orçamento do ano seguinte, com parâmetros econômicos e lista de ações prioritárias para o governo. O texto aprovado manteve a meta de déficit primário (resultado negativo nas contas do governo sem o pagamento dos juros da dívida pública) em R$ 132 bilhões (1,75% do PIB).

De acordo com TCU, rombo da Previdência dos Estados pode ser maior do que o esperado

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Na avaliação do Tribunal de Contas da União (TCU) os dados apresentados pelas Previdências dos Estados brasileiros não são confiáveis e o déficit desses regimes pode ser maior do que o divulgado. Após a realização de auditorias em 22 Estados e no Distrito Federal, o TCU verificou que grande parte deles não disponibilizou os dados completos sobre a quantidade de servidores efetivos, inativos e pensionistas.

Vale ressaltar que compete a cada Estado gerir o seu Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), ao qual os servidores estudais são vinculados. Caso as receitas não sejam suficientes para cobrir as despesas, o Estado tem a obrigação de cobrir o déficit.

“Existe um grande problema de confiabilidade nas informações, o que compromete a transparência. Pode estar existindo subdimensionamento do déficit. Ou seja, o problema é ainda mais grave do que está sendo apresentado”, afirmou Fábio Granja, secretário de controle externo da Previdência, Trabalho e da Assistência Social do TCU.

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Prefeito Miguel Coelho detalha reformulação do programa ‘Nova Semente’

Durante a coletiva, o prefeito apresentou todas as receitas e despesas da educação de Petrolina previstas para 2017 e fez um breve cálculo com a previsão do custeio do “Nova Semente”. (Foto: Blog Waldiney Passos)

Na tarde desta quinta-feira (26), o prefeito Miguel Coelho (PSB), apresentou, durante coletiva para imprensa local, os números que cercam o programa “Nova Semente”. Na oportunidade, o chefe do executivo municipal falou sobre a diminuição nos valores fornecidos pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), aumento de despesas, criação de novas unidades e prioridades na educação municipal.

Para explanação dos valores, Miguel fez um balaço comparando o primeiro ano do programa com os últimos três anos. “Nós fizemos um balanço do primeiro ano e depois nós pegamos os três anos anteriores a 2017 para poder fazer algo não extenso, mas que mostre a realidade mais próxima da gente”.

Ao iniciar sua fala, o prefeito apontou o primeiro detalhe dos valores fornecidos pelo Fundeb. De acordo com os dados apresentados, Petrolina vai ter uma diminuição de mais de R$ 5,5 milhões na receita da educação. Essa queda se deve ao fato da gestão de Lossio não ter cadastrado 1863 crianças no Censo/SIMEC, que é o sistema do Ministério da Educação, em 2016.

“De um ano para outro há uma queda de R$ 5,6 milhões. Esse valor foi por que a antiga gestão esqueceu de informar ao MEC que havia entrado mais 1863 crianças no Nova Semente. Esse lapso, essa falta de informação de poder cadastrar no SIMEC fez Petrolina perder R$ 5.613.219,00 do Fundeb”, afirmou Miguel.

Outro ponto destacado pelo gestor municipal foi o fato da receita do Fundeb, durante a existência do “Nova Semente”, ter aumentado cerca de 100% enquanto a despesa com o programa teve um aumento de 300%.

“Nós temos um aumento de aproximadamente 100% na receita do FUNDEB e uma despesa que começou em R$ 19 milhões e já está em quase R$ 80 milhões, um aumento três vezes maior que a receita. Essa conta já começa a mostrar sinais de dificuldade”, disse.

Receita Nova Semente

A previsão para 2017 é que a prefeitura de Petrolina receba cerca de R$ 151 milhões do Fundeb para a educação. Desse total, cerca de R$ 24 milhões deverá ser destinado para o “Nova Semente”. Porém, da foram que se encontra o programa, a previsão de custo para o Nova Semente é de R$ 79 milhões neste ano.

Além disso, o Fundeb paga o valor máximo de R$ 3.162,00 no ano por criança em uma creche integral. O custo previsto por aluno-ano para o “Nova Semente” em 2017 é de aproximadamente R$ 8 mil. Ou seja, a prefeitura teria que arcar com uma diferença de gasto de mais de R$ 4 mil por aluno-ano.

“Com esses números já é possível perceber o esforço e o sacrifício que teria de ser feito caso fosse para manter como está e como iriamos sacrificar os cofres públicos”.

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Financiamento da Educação em Petrolina

Durante a coletiva, o prefeito apresentou todas as receitas e despesas da educação de Petrolina previstas para 2017 e fez um breve cálculo com a previsão do custeio do “Nova Semente”. Os cálculos apontaram, primeiramente, uma receita de cerca de R$ 197 milhões. Nas despesas, só com folha de salários na rede municipal de ensino, há um gasto que gira em torno de R$ 118 milhões. E, acrescentando o valor do custo do Nova Semente, de R$ 79,5 milhões, a prefeitura ficaria com um saldo negativo aproximadamente R$ 800 mil.

Em um primeiro momento o déficit pode parecer pequeno quando comparado com a receita municipal na educação, contudo, quando se leva em conta outras despesas como merenda escolar, transporte, reformas, materiais e outras despesas dos 47 mil alunos da rede municipal, o déficit chega próximo a R$ 50 milhões.

“Como você vai manter um programa se você vai prejudicar toda a sua rede de ensino? A gente não poderia tomar essa decisão. Até por uma questão de justiça social, você não pode sacrificar 47 mil alunos em detrimento de poder atender 10 mil. Acho que todos que se preocupam com as crianças concordam com essa conta”.

Aumento desenfreado de unidades

Miguel chamou a atenção dos presentes para o aumento desenfreado do número de prédios do “Nova Semente” no ano de 2016, que foi quando aconteceu a eleição municipal. “Em 2011, o programa começou com 50 unidades do Novas Sementes. Em 2012, aumentou 35; em 2013, aumentou mais 22 unidades. Agora olhem 2014/2015: do ano de 2013 para 2014 aumentou duas unidades; de 2014 para 2015, só acrescentaram mais cinco. Agora no ano da eleição, você sai de 114 para terminar com 180”.

Segundo o prefeito de Petrolina, o ex-gestor esqueceu das crianças da cidade quando tentou prejudicar o início de seu governo com a criação de 30 novas unidades só entre outubro e dezembro, após o resultado das eleições.

“Se esse aumento não foi feito durante a gestão dele, devia ter algum significado, alguma conta dando errada. Se eles não conseguiram abrir tantas Nova Semente como eles alegaram que era o carro chefe da prefeitura, por que eles deixaram para abrir quase que 66 unidades só em ano de eleição? De outubro para dezembro foram 30. Metade dessas novas unidades, foram abertas não para beneficiar o aluno, mas para aumentar o custeio”.

Para explicar como era mantido o programa “Nova Semente”, mesmo com esse déficit, Miguel demonstrou as dívidas encontradas na prefeitura. “Hoje a prefeitura tem uma dívida entre curto e longo prazo, e dívidas não contabilizadas, de R$ 251 milhões. Só na educação há um déficit de mais de R$ 18 milhões do ano passado”.

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Solução

Miguel anunciou, mesmo diante das dificuldades apresentadas, um aumento de mais de 5 mil novas vagas na rede municipal de ensino. Em 2016 haviam sido ofertadas 47 mil vagas, em 2017, a previsão é que sejam 52 mil. Desse total de 52 mil, 17.407 são crianças da educação infantil, distribuídas entre CMEIs e Nova Semente.

Ainda assim, Petrolina apresenta um déficit de 15 mil crianças que não estão nas escolas. Esse número representa 45% da população de 0 a 5 anos. “Nós precisamos abrir ainda mais vagas”, frisou o prefeito.

O chefe do executivo munipal encontrou mais de 4 mil vagas ociosas no CMEI. “Diante desse cenário todo ainda encontramos 4.108 vagas ociosas no CMEI. A vaga existia, tinha a capacidade de receber o aluno, mas não estava matriculando no CMEI para poder levar para o Nova Semente. Quando você tem um déficit de mais de 15 mil crianças fora da sala de aula, não pode priorizar um programa ou outro, tem que priorizar a criança”.

Miguel afirmou que o pensamento do seu grupo é proteger a essência do Nova Semente, que são as crianças da cidade de Petrolina. “Elas são a essência do programa e elas são nossa prioridade. São elas que nós estamos atendendo”.

Gratuidade

Durante a coletiva, o prefeito anunciou oficialmente a gratuidade do programa ‘Nova Semente’ e declarou o fim das rifas, bingos para manutenção dos alunos nas unidades educacionais.

“A partir de agora, 20 de fevereiro, é de graça. Ninguém deve fazer rifa, bingo, feijoada. Não tem mais aquele negócio do pai não ter dinheiro para pagar e se não pagar o menino sai. A nossa prioridade é a educação das crianças. Independente da chateação que isso possa causar. Nós estamos preservando a essência do programa e as nossas crianças”.

Por fim, declarou também que vai adequar os prédios que estão com déficits de alunos para atender todas as exigências do MEC e garantiu um trabalho sério ao lado dos servidores que compõem a equipe do ‘Nova Semente’.

“Vamos continuar com esses prédios que tem déficits de vagas. É por isso que vamos continuar com mais de 90 prédios do Nova Semente. Vamos adequá-los para que possam atender tudo aquilo que o MEC preconiza. E vamos sim saber trabalhar com todas as sementeiras, merendeiras, coordenadoras, professoras. Da mesma boa vontade que eu tenho para atender essas crianças eu compartilho isso com as sementeiras que querem o bem das crianças”.

Só 7,3% dos alunos atingem aprendizado adequado em matemática no ensino médio

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O percentual de estudantes com aprendizado adequado no Brasil aumentou do ensino fundamental ao ensino médio, de acordo com dados divulgados hoje (18) pelo movimento Todos pela Educação. Persiste, no entanto, um gargalo em matemática, no terceiro ano do ensino médio. Ao deixar a escola, apenas 7,3% dos estudantes atingem níveis satisfatórios de aprendizado. O índice é menor que o da última divulgação, em 2013, quando essa parcela era 9,3%.

O índice é ainda menor quando consideradas apenas as escolas públicas. Apenas 3,6% têm aprendizado adequado, o que significa que 96,4% não aprendem o esperado na escola. “É algo muito frustrante. A gente não está conseguindo avançar na gestão da política pública educacional”, diz a presidente executiva do movimento, Priscila Cruz.

“Matemática é uma disciplina cujo aprendizado é muito mais dependente da escola. Se não aprendeu na escola, não aprende na vida. Diferentemente de leitura e interpretação de texto, que é algo que os estudantes acabam praticando fora da escola”, acrescenta. 

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Contas do governo têm déficit de R$ 38,4 bilhões, recorde para novembro

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O Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central) registrou em novembro um déficit primário de R$ 38,356 bilhões, o pior resultado para o mês desde 1997, início da série histórica do indicador. O dado foi divulgado ontem (26) pelo Tesouro Nacional.

O resultado primário é calculado com base nos gastos correntes do governo, excluindo da conta os custos com os juros da dívida pública. O resultado negativo recorde de novembro elevou o déficit primário registrado nos 11 primeiros meses do ano para R$ 94,158 bilhões, também o maior da série histórica. Entre janeiro e novembro de 2015, o déficit havia somado R$ 54,1 bilhões.

Para dezembro, o governo espera mais R$ 73,5 bilhões de déficit, o maior da história caso se concretize. A projeção se deve à expectativa do governo de quitar grande parte dos restos a pagar provenientes de exercícios anteriores. O governo federal possui um passivo de R$ 67,5 bilhões herdados de orçamentos passados, que são serviços e produtos adquiridos e ainda não pagos.

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