O Juiz Sanfoneiro, Dr. Ednaldo Fonsêca, rende homenagens ao Rei do Baião

Dr. Ednaldo Fonsêca rende homenagens ao ídolo e conta sobre a emoção de ter tocado para o Rei do Baião. (Foto: ASCOM)

A semana é toda dedicada ao Rei do Baião, que comemoraria 104 anos caso estivesse vivo, no último dia 13/12. Para falar sobre este ícone da música nordestina o Juiz Sanfoneiro, Dr. Ednaldo Fonsêca conta que conheceu Luiz Gonzaga, quando tinha 12 anos, e que o mesmo, após ouvi-lo tocar, o incentivou a seguir em frente com a sanfona. Conselho que o mesmo levou a sério. Hoje o Juiz Sanfoneiro tem como bandeira musical o forró pé de serra, cantada pelo eterno Lua.

Dr. Ednaldo Fonsêca rende homenagens ao ídolo e conta sobre a emoção de ter tocado para o Rei do Baião. “Eu tinha 12 anos. Ele (Luiz Gonzaga) passava por Belém de São Francisco, onde eu morei alguns anos, e fui chamado para tocar pra ele. Fui bastante envergonhado e ele com a voz de bronze, disse: – esse é o sanfoneiro mirim? Toque pra eu lhe ouvir, cabra!”, relembrou.

“Toquei duas músicas. Ainda não cantava. Quando terminei, ele fez o seguinte comentário: Toca direitinho. Mas, tem dois defeitos: toca olhando pros teclados e eu de imediato, respondi: é por que eu tenho vergonha. De imediato ele respondeu: tocar sanfona não faz vergonha a ninguém, não. E o outro defeito é que você deve aprender música, teoria musical, pois eu perdi muito em não fazer isso. Vá em frente, meu filho. Nossa! Pra mim, foi um sonho!”, confessou o Juiz Sanfoneiro.

Importância cultural

Dr. Ednaldo Fonsêca assegurou, que Luiz Gonzaga tem uma grande importância na cultura musical brasileira. Lembrando que o seu trabalho musical popularizou o acordeon e uma instrumentação típica do nordeste (zabumba, triângulo e sanfona) utilizando a música e poesia para contar as alegrias e tristezas da vida do sertanejo. “Sua obra popularizou a maneira nordestina de produzir arte no sul e sudeste, numa época em que a migração foi bastante significativa. Acolhida inicialmente pelos nordestinos que moravam no sul, a música de Luiz Gonzaga conquistou não só essas regiões, mas todo o país. Foi o precursor do Xote, Baião, Xaxado (Forró), popularizado hoje em todo país com o rótulo de forró pé-de-serra”.

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Juiz sanfoneiro Ednaldo Fonseca visita Blog e fala de projetos futuros

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“Dançando Xote” e “Clube da Sanfona”: duas novidades do Juiz Sanfoneiro Ednaldo Fonseca/Foto: Waldiney Passos

Afastado dos palcos desde o final de 2006, tendo dedicando esse tempo à conclusão do curso de doutorado em Ciência do Direito na Argentina, especialização em Direito Eleitoral e também didática do ensino superior, dentre outras atividades profissionais, o Juiz Dr. Ednaldo Fonseca, está de volta ao mundo artístico, deixando a toga de lado e colocando a sanfona nos ombros, para alegria dos amantes da boa música e da cultura nordestina.

Essa semana, o Juiz Sanfoneiro nos deu a honra de uma visita à sede do nosso Blog, oportunidade em que falou dos novos projetos. “Pois é, estive afastado praticamente durante dez anos e certamente me dediquei a outras coisas, cuidei da minha vida acadêmica, da minha vida profissional, da própria magistratura também, além de meditar durante esse longo tempo a respeito da música, da sua viabilidade, do seu resgate, da sua manutenção. Enfim, tudo o que se dizia respeito também ao cenário musical me deu bastante tempo pra fazer essa reflexão”, afirmou Ednaldo Fonseca.

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Intitulado “Dançando Xote” o novo CD do cantor e compositor traz 8 faixas e é um trabalho de manutenção e resgate também da música cultural nordestina, que é o forró pé-de-serra. “Na verdade o “Dançando Xote”, não diz respeito a nenhuma música, mas eu faço referência a um segmento da música que é o xote, o dançando é o gerúndio, porque todo mundo vive dançando xote”, explicou.

O Cd foi dividido em duas edições: o volumo 1,  que é esse trabalho que Dr. Ednaldo está apresentando agora e o volume 2, que já está preparado para ser lançado daqui há um ano. “Um outro roteiro musical com mais 8 músicas justamente para poder dar continuidade a esse tipo de dança do xote”, enfatiza afirmando esperar com isso trazer novidades, inclusive, com inovações de alguns instrumentos, sem sair da linha do forró pé-de-serra, “mas também não fica aquela coisa repetitiva de você está sempre com a zabumba, sempre com um triângulo e sempre com sanfona e nada mais. Na verdade, eu trago novos instrumentos que aderem a essa proposta do forró pé-de-serra, não de ser moderno demais, mas dá uma roupagem que nossos ouvidos ouçam com delicadeza o que há de mais puro no forró pé-de-serra, como por exemplo a inserção do bongo, instrumento que é muito usado nas músicas do bolero antigo”, justificou.

Clube da Sanfona

Dr. Ednaldo Fonseca também volta ao mundo artístico com outro grande projeto que é o “Clube da Sanfona”, que segundo ele, “tem o objetivo de promover o resgate que é exatamente trazer a atualidade o instrumento por onde tudo começou, que é a sanfona de 8 baixos, o chamado Pé de Bode, que quem tocava era o pai de Luiz Gonzaga, Januário, e foi através dele foi que deu nascimento a sanfona de tecla e botão, que é a sanfona comum de 80 e 120 baixos”.

“Isso está se acabando por que os tocadores de 8 baixos já estão ficando pessoas idosas, os mais novos não se interessaram tanto em  dar continuidade a essa cultura e nós nos preocupamos muito com isso, então eu tive pensando nisso durante esses 10 anos, por que não fundarmos aqui em Petrolina o “Clube da Sanfona”, para isso já estamos com um espaço na beira de rio, um local bom para ver. onde todo mundo possa levar sua família, saborear uma boa comida típica regional e, claro, ouvir a boa música”, adiantou.

Sento Sé: Prefeito e vice podem trilhar caminhos diferentes

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Informações oficiosas veiculadas em alguns jornais da região noticiam a possibilidade do atual prefeito do município de Sento Sé-BA, Ednaldo Barros (PSDB), que enfrenta vários processos na justiça, lançar como pré-candidato o seu sobrinho, Uendel Barros, filho de sua irmã Urani Barros.

Se comprovado, esse cenário pode representar um racha com o vice-prefeito, Manoel Paixão.