Gonzaga Patriota manifesta solidariedade ao presidente da OAB

Deputado Federal Gonzaga Patriota PSB/PE

Em nota, o deputado federal Gonzaga Patriota (PSB) manifesta solidariedade ao presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, por fala do presidente Jair Bolsonaro.

Confira a nota na íntegra:

Há quase 40 anos no parlamento, praticamente sem poder advogar, continuo inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), em meu Estado, Pernambuco, por se tratar de uma das mais sérias instituições do pais.

Fiquei muito feliz quando vi ser eleito presidente desta Ordem, Felipe Santa Cruz, filho do grande defensor do retorno do processo democrático brasileiro, Fernando Santa Cruz que, fora covardemente torturado, morto e teve o seu corpo ocultado da família e dos brasileiros, em 1974.

Conheci Fernando Santa Cruz, juntamente com Gregório Bezerra, ainda na adolescência, quando trabalhava na Rede Ferroviária Federal, em Recife e, junto com outros patriotas, defensores da derrubada da ditadura militar, participamos de várias reuniões e atos políticos.

Sua execução no Rio de Janeiro, em 1974, me deixou triste e chocado, como a de muitos outros companheiros de batalha, em Pernambuco e no Brasil, abatidos pelos defensores da ditadura militar de 1964.

Neste momento em que o presidente da república, Jair Bolsonaro, que exerce o cargo máximo do país, de forma irresponsável, diz saber como ocorrera esse desaparecimento e, que poderia contar o que aconteceu com esse grande brasileiro Fernando Santa Cruz, preso pela ditadura e desaparecido há 45 anos, me solidarizo com todos da sua família e, em particular, com o seu filho e meu presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, pelo inaceitável desrespeito do presidente da república.

Agora, não mais só como ferroviário e sindicalista, mas, também, como parlamentar, mais uma vez, à disposição da família de Fernando Santa Cruz, em busca do seu corpo e da identificação dos responsáveis pela sua covarde execução.

Deputado Gonzaga Patriota / PSB – PE.

Comissão de mortos e desaparecidos vai pedir explicações a Bolsonaro

Nesta segunda-feira (29), Bolsonaro disse que tem informações sobre o que aconteceu com Santa Cruz, mas não explicou o quê

A Cemdp (Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos) vai pedir explicações ao presidente Jair Bolsonaro sobre ele ter dito que tem informações a respeito do desaparecimento do servidor público Fernando Santa Cruz, ocorrido no Rio em 1974, aos 26 anos de idade, e pai do atual presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Felipe Santa Cruz.

Segundo depoimentos do ex-analista do DOI-CODI, uma unidade da repressão militar, Marival Chaves, Fernando Santa Cruz foi assassinado, junto com outros ex-integrantes da organização de esquerda AP (Ação Popular), numa operação executada por conhecidos militares da repressão, como o então coronel do Exército Paulo Malhães (1937-2014), que assumiu ter conhecimento de diversos atos de tortura e assassinato de opositores políticos.

Nesta segunda-feira (29), Bolsonaro disse que tem informações sobre o que aconteceu com Santa Cruz, mas não explicou o quê. “É muito grave essa declaração. Ele [Bolsonaro] está transformando um dever oficial, que é dar informações aos familiares, que ele já deveria ter cumprido, em uso político contra um crítico do seu governo”, disse a presidente da Cemdp, a procuradora da República Eugênia Augusta Gonzaga.

“É lamentável a declaração sob qualquer aspecto. Ele dizer que sabe e usar isso, é uma forma de reiterar a tortura dos familiares. E o mais grave, ele usa um golpe tão baixo contra uma pessoa que ele ataca politicamente”, disse Eugênia.

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