Governo prevê corte de verbas do esporte para 2018, e atletas repudiam: “Absurdo”

Principal programa do Ministério do Esporte, o Bolsa Atleta tinha previsão de consumir R$ 137 milhões este ano. (Foto: Internet)

O governo federal enviou à Câmara dos Deputados uma proposta para a Lei Orçamentária do Ano (LOA) para 2018 que promete afetar radicalmente o esporte brasileiro. De acordo com uma reportagem do site “UOL”, a verba para 2018 deve cair 87% em relação a 2017.

O montante correspondente ao item “concessão de bolsas a atletas”, por exemplo, é de R$ 70 milhões. O Bolsa Atleta, cujo custo anual chega a R$ 130 milhões, se não for totalmente alterado, poderá até mesmo ser encerrado.

Ao saber da notícia, vários atletas, inclusive olímpicos, repudiaram a ação do governo. “Me entristece ver que estas áreas (como a do esporte) são penalizadas antes de haver uma severa correção de verbas e benefícios recebidos por diversas classes de agentes públicos”, disse David Moura, medalhista de prata no Campeonato Mundial de Judô 2017.

Bolsa Atleta

Principal programa do Ministério do Esporte, o Bolsa Atleta tinha previsão de consumir R$ 137 milhões este ano. Em 2016, foram R$ 143 milhões. Mas o governo cortou o montante até chegar em R$ 125 milhões. O item “concessão de bolsa a atletas” da LOA 2018 prevê apenas R$ 70 milhões. Sendo que somente os atletas beneficiados entre maio e junho pelo Bolsa Pódio deverão consumir R$ 31,5 milhões em 12 meses.

Servidor aposentado custa o triplo de empregado privado

650x375_inss-previdencia-social-concursos-destaque-do-dia_1593865Um funcionário público da União que se aposentar neste ano, aos 60 anos de idade e com expectativa de viver até os 80, custará R$ 3,34 milhões para os cofres do governo. Esse é o valor médio, por servidor, que será desembolsado pela União para garantir o pagamento das aposentadorias ao funcionalismo, segundo cálculo da Consultoria de Orçamento da Câmara dos Deputados. Se esse servidor for um militar, o montante é ainda maior: R$ 4,92 milhões.

No caso dos empregados da iniciativa privada, que contribuem com o INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), o valor por pessoa apresenta um desequilíbrio menor, mas ainda assim tem impacto considerável para os cofres públicos. Um trabalhador da área privada que se aposentar neste ano, com expectativa de mais 20 anos de vida, custará, em média, R$ 1,1 milhão aos cofres públicos.

Esse custo existe devido a desequilíbrios históricos dos regimes de Previdência no Brasil, que têm distorções e beneficiaram grupos específicos. Esse valor extra não deveria existir em nenhum caso, porque representa um desembolso além daquilo que o governo já paga à Previdência na condição de empregador.

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Mais caro da história, Enem 2016 bate recorde na arrecadação com inscrições

(Foto: Bernardo Soares)

Nas gestões anteriores, a estimativa média de gastos era de aproximadamente R$ 500 milhões. (Foto: Bernardo Soares)

A atual edição do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) é a campeã no valor arrecadado com inscrições e, ao mesmo tempo, tem a maior previsão de custo para os cofres do governo federal desde 2009, ano em que a prova assumiu o atual formato.

De acordo com dados do Ministério da Educação (MEC), a previsão orçamentária para o Enem 2016 é de R$ 788.345.024, o maior valor absoluto autorizado a ser empregado na realização do exame. Com as 8,732 milhões de inscrições, o MEC arrecadou R$ 136,2 milhões, o que também representa o maior valor da série. Em média, se descontado dos gastos o a arrecadação com inscrições, o custo médio por aluno será de R$ 74,67 neste ano.

O MEC informou que ainda não pode detalhar os custos por área (impressão de provas, segurança e correção). A pasta deu como exemplo o valor que pode ser gasto com correção de redações.

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Pesquisadora do Ipea alerta sobre aumento com gastos da Previdência Social nos próximos anos

(Foto: Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados)

Professora Ana Amélia afirma que em 30 anos o gasto com a Previdência Social vai dobrar (Foto: Lucio Bernardo Junior/Câmara dos Deputados)

O gasto com a Previdência Social no Brasil deve dobrar em 30 anos. O alerta é da professora Ana Amélia Camarano, doutora em Estudos Populacionais e pesquisadora do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). A professora participou de palestra promovida pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) da Câmara nesta quarta-feira (29), sobre a Previdência Social e o envelhecimento da população.

Segundo a professora, hoje o gasto previdenciário representa 7,5 % do Produto Interno Bruto (PIB) e tende a ser de 15% em 30 anos. Isso porque, conforme a especialista, a população brasileira está envelhecendo em ritmo acelerado, ao mesmo tempo em que começa a diminuir a população em idade de trabalhar.

“Hoje, no Brasil, 13% da população tem mais de 60 anos. A previsão é que, em 2040, chegue a 25%. Ou seja, vai dobrar o contingente de idosos”, disse. “Ao mesmo tempo, já está diminuindo a população jovem, daqui a pouco começará a diminuir a população em idade de trabalhar”, completou. “Então você vai ter uma população super envelhecida, convivendo com uma população trabalhadora reduzida. Então, quem vai trabalhar para pagar as contas, quem vai trabalhar para contribuir com a Seguridade Social?”, questionou.

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