Além de mostrar disparidade de gênero na renda, relatório indica que IR aumenta desigualdade

O Ministério da Fazenda divulgou nesta sexta-feira (29) o Relatório da Distribuição Pessoal da Renda e da Riqueza da População Brasileira, com base nos dados do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) de 2021 e 2022.

Entre as análises realizadas pela pasta, estava a estratificação da renda da população brasileira em 2021, em relação ao gênero dos contribuintes. Sobre a temática, o levantamento encontrou diversas disparidades financeiras entre homens e mulheres. Além de chegar à conclusão de que as mulheres contribuintes detêm quase metade a menos de patrimônio do que os homens, o relatório também apresentou o entendimento de que os critérios de tributação do imposto de renda ampliam ainda mais as desigualdades de gênero ao fazer o público feminino pagar uma parcela maior de sua renda do que o masculino.

O relatório sobre os dados do Imposto de Renda de ano-base 2021 apresenta diversos exemplos de como a população feminina brasileira ainda enfrenta consequências da desigualdade de gênero. Entre os dados iniciais, é indicado que, apesar de ter mais pessoas em idade ativa que os homens (51,7% contra 48,3%), as mulheres representam apenas 43,8% da população economicamente ativa e 43,2% dos declarantes do imposto de renda.

O relatório justifica esses números pela manutenção de uma exclusão das mulheres do mercado de trabalho. Entre regiões, o índice de mais baixa participação é do Norte, com 40,1% do público feminino em idade ativa no mercado de trabalho, o Nordeste é o segundo mais baixo, com 42,4%. Segundo o PNAD Contínuo de 2021, a maior taxa era do Sudeste, com 45,1%.

Como 43,2% do número total de declarantes do Imposto de Renda de 2021, o levantamento indica que apenas 37,2% da renda total é do público feminino. Além disso, é apresentado que as mulheres também detinham um menor número de rendimentos isentos de tributação.

Também foi identificado uma renda mensal de 31,8% a menos do que o dos homens, o que mantém a conclusão de que a maioria das mulheres recebe salários menores do que os colegas do público masculino. O levantamento também compara com os índices do PNAD para apresentar que quanto maior o estrato de renda, maior a desigualdade de renda entre gêneros.

Um ponto apresentado com destaque no relatório do Ministério da Fazenda é sobre o patrimônio dos contribuintes do Imposto de Renda. O levantamento apresenta que os bens líquidos das mulheres foram apenas 29% do total de declaração, com média individual de R$ 233,9 mil. No caso dos homens, essa mesma categoria foi de R$ 433,1 mil, um aumento de 46,1% quando comparado ao total das mulheres.

O relatório da Fazenda também faz uma ligação entre o tipo de vínculo empregatício das mulheres com o nível de rendimentos isentos que possui. Essa definição faz com que o relatório indique que o Imposto de Renda aumenta a desigualdade de gênero por aumentar a carga proporcional de tributação para as mulheres, mesmo essas tendo menor renda que a maioria do público masculino. A sugestão do material é revisar o critério de isenções fiscais sobre esse ponto de partida.

O relatório também sugere que o preenchimento da declaração do Imposto de Renda insira informações de raça, para que mais estudos sobre essa estratificação sejam possibilitadas nas análises de renda.

JC Onlibne

Cartaz na Univasf fala que uso do banheiro é livre “correspondente ao gênero com o qual se identifica”

A Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), em Petrolina (PE), foi alvo de uma polêmica nos últimos dias devido a um cartaz com os dizeres “aqui você é livre para usar o banheiro correspondente ao gênero com o qual se identifica”.

A divulgação do conteúdo gerou muita discussão nas redes sociais com um debate muito dividido. Várias pessoas, principalmente do público LGBTQI+, se posicionaram a favor do posicionamento na universidade, enquanto outras disseram ser contrárias à determinação.

Lei sancionada em Garanhuns veda ideologia de gênero nas escolas

O prefeito de Garanhuns, Izaías Régis, sancionou nesta quarta-feira (13), uma lei que veda a adoção da ideologia de gênero nas práticas pedagógicas das escolas municipais da cidade, no Agreste do Estado.

“É vedada a abordagem direta ou indireta, bem como a prática de atividades pedagógicas, inclusive extraclasse, sobre temática referente a teoria, questões, identidade ou ideologia de gênero”, diz o documento, que foi assinado na presença de representantes da sociedade civil, do Instituto Histórico Geográco e Cultural de Garanhuns e das igrejas católica e evangélica.

De acordo com a gestão municipal, a Lei nº 4432/2017 resguarda como princípios educacionais a igualdade de condições, liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento a arte e o saber e o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas.

A Câmara de Vereadores de Garanhuns tinha aprovado em duas votações, por 11 a um, o projeto de lei que tratava do assunto, de autoria do vereador Audálio Ramos. O documento assinado pelo gestor municipal será enviado para publicação no Diário Oficial do Município e passa a valer na data de publicação.

Em Petrolina projeto semelhante de autoria do vereador Elias Jardim foi aprovado semana passada, a matéria agora vai para sanção do executivo, caso não o faça no prazo estabelecido pela Lei Orgânica do Município, o presidente da Câmara poderá promulgar a lei.

Com informações do NE10

Projeto de Lei proíbe ensino de ideologia de gênero nas escolas públicas e privadas de Petrolina

Tema deve movimentar sessão desta terça. (Foto: Blog Waldiney Passos)

O Projeto de Lei nº 132/2017, de autoria do vereador Elias Jardim (PHS), será apresentado aos demais parlamentares de Petrolina nesta terça-feira (7). O texto será apreciado durante a sessão ordinária, que começa às 9h na Câmara Municipal.

A matéria prevê a proibição de atividades pedagógicas que visem a reprodução de conceito de ideologia de gênero, na grade de ensino da rede municipal e da rede privada da cidade, além de dar outras providências. O tema é polêmico e deve conduzir os debates da sessão desta terça.

‘Gênero e Sexualidade na Escola’ foi tema da formação de gestores e coordenadores da Rede Municipal de Juazeiro

(Foto: ASCOM)

Gestores e coordenadores das escolas da Rede Municipal de Ensino de Juazeiro participaram nessa terça-feira (23), da formação sobre ‘Gênero e Sexualidade na Escola’. O evento aconteceu no auditório da Secretaria de Educação e Juventude (SEDUC) e faz parte da programação da IV Edição do ‘Maio da Diversidade’, realizado pela Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (SEDIS).

O Profº Emmanuel Victor Hugor, diretor do IFBA Juazeiro falou sobre a importância do educador repensar o seu papel enquanto agente de Educação. “O mais importante é derrubar barreiras, rever a nossa postura e entender que diversidade existe, e a escola é o lugar em que todos devem trabalhar juntos, sem excluir, ninguém é igual a ninguém, e todos têm o direito a educação de qualidade, é isso que temos que garantir. Não dá mais para fazermos uma Educação que traga consigo preconceitos na sua raiz”, ressaltou.

“Nós precisamos nos preparar mais para atender todos os alunos. A escola pode ajudar muito, inclusive junto às famílias, para que essas crianças e adolescentes sejam tratadas com respeito e dignidade, sem distinção”, avaliou a gestora da Escola de Tempo Integral, Ileane Imoto.

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Ministério tira ‘identidade de gênero’ e ‘orientação sexual’ da base curricular

(Foto: Internet)

Sem alarde, o Ministério da Educação alterou o texto da nova versão da base nacional curricular e retirou todas as menções às expressões “identidade de gênero” e “orientação sexual”. O recuo ocorreu após divulgar a jornalistas uma versão prévia do documento que servirá como referência sobre o que deve ser ensinado em todas as escolas públicas e privadas do país.

A mudança aparece em versão atualizada do documento divulgada na tarde desta quinta­-feira (6) no site oficial da base. Uma versão anterior, onde as expressões ainda apareciam, havia sido divulgada com embargo a jornalistas na terça (4).

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Inicia hoje (15) seminário que discute gênero e sexualidade no IF Sertão-PE

Entrada do IF Sertão-PE (Foto: Amanda Franco/G1)

Entrada do IF Sertão-PE (Foto: Amanda Franco/G1)

Nesta quarta-feira (15) e quinta (16), será realizado o II Seminário de Gênero e Sexualidade: Diálogos Possíveis no campus Petrolina do Instituto Federal do Sertão pernambuco (IF Sertão-PE). O evento irá promover uma programação extensa com exibição de documentários, rodas de conversa, apresentações culturais e intervenções artísticas. A entrada é gratuita.

Aqueles que estudam o IF Sertão-PE não necessitam de inscrição. Para o público externo serão disponibilizadas 30 vagas. De acordo com a programação, na quarta-feira (15) às 19h haverá uma apresentação Cultural Grupo Carcará no Auditório Central do IF Sertão.  Já às 19h30 às 21h, acontece a abertura com uma exposição temática sobre ‘Igualdade de gênero: Feminismo contemporâneo e a cultura do estupro’ com a mestranda em Antropologia da UFPE e graduada em Ciências Sociais da Univasf, Tainã Aynoã Barros.

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Número de mulheres que fazem doutorado no exterior ultrapassa o de homens

mulher negra

As mulheres são maioria entre os doutores brasileiros titulados no exterior em 2014 – mais de 60%, de acordo com estudo divulgado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE). No entanto, as doutoras ainda estão em desvantagem em relação aos homens – ganham, em média 16,5% a menos. Enquanto 71,4% dos doutores estão empregados, entre as doutoras, esse índice cai para 48,82%.

O estudo mostra que no Brasil há 14.173 doutores titulados no exterior entre 1970 e 2014. Desse total, 8.357, ou 59%, são homens e, 5,786, ou seja, 41%, são mulheres. Até 2011, os homens eram os que mais saíam do Brasil para obter a titulação. Em 1970, apenas 12 mulheres haviam se titulado no exterior, enquanto os homens eram 29. A partir de 2012, esse cenário muda, e as mulheres doutoras ultrapassam os homens. Em 2014, 464 mulheres fizeram o doutorado fora, os homens com a mesma titulação eram 291.

“Isso coincide com a condução da mulher no mercado de trabalho. Nesse período, a maternidade deixou de ser a coisa mais importante, porque para fazer um doutorado pleno no exterior é preciso se ausentar por um tempo maior. No início, iam menos mulheres, mas isso vai mudando, e em 2012 a tendência se inverte e deverá se manter”, diz o consultor do CGEE Cláudio Cavalcanti Ribeiro.

Quanto à renda, no entanto, os dados de 2014 mostram que as doutoras formadas no exterior ganham em média R$ 15.239,12, enquanto os homens com a mesma titulação recebem em média, por mês, R$ 18.250,49. Eles também estão mais presentes no mercado formal. De acordo com os dados de 2014, os últimos disponíveis, 2.825 mulheres e 5.988 homens estão empregados. Os dados consideram o total de doutores no país, formados desde 1970.

A diferença se dá, segundo a assessora técnica do CGEE Sofia Daher, entre outros fatores, pela posição ocupada pelas mulheres. “Uma das coisas que talvez explique a remuneração é o tipo de ocupação. Dirigentes, membros superiores de instituições costumam ter remuneração maior e há menos mulheres nessas posições”, diz.

Empregos

O Estudo sobre os Doutores Titulados no Exterior: expansão da base de doutores no exterior e novas análises (1970-2014) foi apresentado pela primeira vez nessa terça-feira (29) a um grupo de especialistas e jornalistas. O objetivo é traçar um perfil dos doutores formados integralmente fora do país.

“Independentemente do crescimento e da maturidade da pós-graduação brasileira, não podemos deixar de formar pessoas no exterior de jeito nenhum. Existem áreas em que o Brasil não está com competência instalada. Além disso, é bom mandar gente para países que tenham visões e linhas de pesquisa diferentes a fim de formar pesquisadores brasileiros com ideias e visões diferentes”, afirma Cláudio Ribeiro.

O estudo mostra que os doutores titulados no exterior são mais valorizados pelo mercado brasileiro. Eles ganham em média R$ 17.284,40. Os doutores formados no Brasil têm, por sua vez, uma remuneração média de R$ 13.860,86. A maioria dos que se titularam fora é empregada pela administração pública federal (53%) e estadual (18%). Atua no setor da educação (78%), na administração pública (9%), atividades profissionais, científicas e técnicas (6%), além de outros setores.

Formações nos Estados Unidos ou na Grã-Bretanha são mais valorizadas do que na Itália ou Argentina, por exemplo. Os doutores formados nos dois primeiros países ganham mais, em média.

Mais doutores

Segundo os pesquisadores, é necessário qualificar a formação de doutores. Uma vez que manter um pesquisador fora durante todo o doutorado custa caro, é necessário qualificar essa formação, direcionando as áreas e as universidades.

Na publicação, o Ciência sem Fronteiras (CsF) é citado como um dos principais programas que oferecem doutorado pleno. O programa financia mais de 3,3 mil doutorados plenos no exterior. Esses doutores não foram considerados no estudo por ainda não estarem titulados.

“O CsF fez um esforço de radicalizar a formação no exterior. Ele trabalha em vários níveis, não é um programa só de doutores. Eu acho que ele levou a um ponto único a discussão da política pública brasileira de formação, ao entendimento de que é preciso que o intercâmbio no exterior se generalize, se intensifique”, diz o diretor do CGEE, Antonio Carlos Galvão.

Câmara municipal sediará seminário para mulheres na segunda

 

Sem título

Na próxima segunda-feira (14), das 09h às 12h, a Câmara Municipal de Petrolina, sediará Seminário com o tema \” Mulher: Empoderamento, Gênero,Raça e Igualdade de Direitos\”.#amores.

O evento faz parte da programação da campanha 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, e conta com as parcerias  da  Casa Plínio Amorim, Univasf e Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

As temáticas abordadas serão: mulheres no espaço de poder; violência contra à mulher, enfatizando a situação da mulher negra; gênero: quem é essa mulher?

A Secretária Executiva da Mulher, Roseane Farias, informou que o seminário é aberto ao público e será uma manhã de troca de conhecimentos.