‘Tu és a imagem e semelhança do teu deus!’, por Roberto Malvezzi

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O Filósofo e Sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez ele traz uma reflexão sobre as pessoas que têm atitudes avessas ao Deus que acreditam.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Viúvo, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos. Atualmente, reside em Juazeiro (BA) e atua na equipe da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) do São Francisco.

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Tu és a imagem e semelhança do teu deus!

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O Hidronegócio avança no Mercado Futuro; por Roberto Malvezzi (Gogó)

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O Filósofo e Sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez ele fala sobre o uso da água como negócio lucrativo.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos. Atualmente, reside em Juazeiro (BA) e atua na equipe da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) do São Francisco.

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O Hidronegócio avança no Mercado Futuro

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Peixes de Piracema. Aos que estão desanimados; por Roberto Malvezzi (Gogó)

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O Filósofo e Sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez uma mensagem para aquelas pessoas que estão desanimada, mas têm fome e sede de justiça.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos. Atualmente, reside em Juazeiro (BA) e atua na equipe da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) do São Francisco.

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O ciclo das águas e as enchentes; por Roberto Malvezzi (Gogó)

Roberto Malvezzi (Gogó). (Foto: CPT/arquivo)

O Filósofo e Sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez sobre as enchentes causadas pelas chuvas.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos. Atualmente, reside em Juazeiro (BA) e atua na equipe da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) do São Francisco.

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O ciclo das águas e as enchentes

Roberto Malvezzi (Gogó)

O ciclo das águas começa com as chuvas, a partir da evaporação dos oceanos. No Brasil e em parte do continente latino-americano, engrossado pela evapotranspiração da floresta Amazônica. Então, os rios voadores espalham chuvas por quase todo território nacional, que serão armazenadas em aquíferos como Guarani, Urucuia e Bambuí no Planalto Central. Depois, eles distribuem essas águas para todas as grandes bacias brasileiras.

Outra parte corre nos mananciais de superfície e volta ao mar, ou fica armazenada em mananciais de superfícies, como lagoas e lagos. Outra parte evapora e retorna para a atmosfera.

Assim, o ciclo das águas é fundamental para o ciclo da vida. Aqui na Caatinga, quando chove, a caatinga que parecia morta (estava hibernada) como que ressuscita, a vegetação fica verde em uma semana, reaparecem várias espécies de pássaros, insetos e outros animais que a gente não sabe dizer de onde vieram. Como diz um amigo criador de cabras, “até as cabras entram no cio”.

Entretanto, vêm também as enchentes. Não é culpa da natureza. As pessoas foram morar em lugares onde o espaço era das águas. Aqui na cidade de Juazeiro da Bahia, as enchentes ocorrem onde antes eram as lagoas marginais do Velho Chico e às margens dos riachos que ligavam essas lagoas à calha central do grande rio. Os riachos continuam como canais de esgoto a céu aberto. Todos os anos, quando a chuva é intensa como agora, vêm as tragédias socioambientais sobre a população que habita essas áreas de risco, muitas vezes transformando-se em tragédias humanitárias.

O saneamento básico da cidade – abastecimento de água potável, coleta e tratamento do esgoto, manejo dos resíduos sólidos e drenagem das águas pluviais – avançou muito em termos de abastecimento de água e coleta de esgoto. Diz o SAAE que a 95% da cidade. Mas, avançou pouco em termos de manejo dos resíduos sólidos e, menos ainda, na drenagem das águas de chuva. Um prato cheio para os adversários políticos em época de eleições municipais.

Um trabalho sério de avanço na drenagem das águas de chuva precisaria localizar todas as áreas alagáveis, fazer obras de drenagem que garantam o escoamento em tempos de chuva. Se não for possível, é preciso a relocação da população das áreas de risco, o que implica também numa política habitacional para a população relocada. Que a área das águas seja das águas. Essas ações implicam em planejamento técnico, humanitário, recursos financeiros e vontade política.

Será que algum candidato nessas eleições tem mesmo interesse em resolver esse desafio socioambiental da cidade?

A Inovação das Candidaturas Coletivas; por Roberto Malvezzi (Gogó)

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O Filósofo e Sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez sobre as candidaturas coletivas.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos. Atualmente, reside em Juazeiro (BA) e atua na equipe da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) do São Francisco.

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Manaus é a metáfora do saneamento privatizado; por Roberto Malvezzi (Gogó)

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O Filósofo e Sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez sobre a privatização do saneamento básico.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos. Atualmente, reside em Juazeiro (BA) e atua na equipe da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) do São Francisco.

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Live aborda situação das comunidades rurais durante pandemia

sexta-feira (19), o Fórum de Entidades Populares de Campo Alegre de Lourdes (BA) irá realizar a Live “Defesa da vida nas comunidades rurais em tempos de pandemia”.

Em um momento que o novo coronavírus avança nos pequenos municípios e nas comunidades rurais do Brasil, a transmissão ao vivo tem o objetivo de chamar a atenção para a importância das medidas protetivas capazes de impedir a propagação da doença e preservar a vida das populações que estão mais vulneráveis.

A Live terá início às 19h e poderá ser assistida através da página da Diocese de Juazeiro no Facebook. O bate-papo vai contar com o filósofo e agente pastoral Roberto Malvezzi (Gogó), a doutora em Saúde Pública e professora da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf)  Ângela Carneiro e o pároco de Campo Alegre de Lourdes, Pe. Bernardo Hanke.

Eco-nomia e Eco-logia; por Roberto Malvezzi (Gogó)

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O Filósofo e Sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez ele faz um paralelo entre economia e ecologia.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

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Em busca da “sustentabilidade total”: Francisco propõe mais sete anos de Laudato Si’. Por Roberto Malvezzi (Gogó)

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O Filósofo e Sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez ele aborda um documento do Papa Francisco para as questões socioambientais.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

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De Mussolini a Bolsonaro: trabalhando com os porões da alma humana. Artigo de Roberto Malvezzi (Gogó)

De Mussolini a Bolsonaro: trabalhando com os porões da alma humana.

Roberto Malvezzi (Gogó)*

– Io non ho creato il fascismo, l’ho tratto dall’inconscio degli italiani. Se non fosse stato così, non mi avrebbero seguito per venti anni (Mussolini) –

Em livre tradução pessoal: “não criei o fascismo, tirei-o do inconsciente dos italianos. Se não fosse assim, eles não teriam me seguido por vinte anos”.

Há um belo filme italiano – Estou de Volta – que diz respeito à ressurreição de Mussolini na Itália nos dias atuais. É uma metáfora do retorno do fascismo – e seus fascínios – nos dias de hoje na Itália carregada de negros, egípcios, latinos, do povo de saco cheio de tantos partidos, da classe política, da saudades de um comandante autoritário, enfim, de Benito Mussolini. Feito em tom de comédia e farsa, vai fundo na alma italiana saudosista de um ditador.

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As boas coisas da paralisação dos caminhoneiros; por Roberto Malvezzi (Gogó)

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O filósofo e sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez ele aborda a crise do combustível causada pela a greve dos caminhoneiros.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos. Atualmente, reside em Juazeiro-BA e atua na equipe da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) do São Francisco.

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As boas coisas da paralisação dos caminhoneiros

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Artigo: exército, das favelas de Canudos para as favelas do Rio

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O filósofo e sociólogo Roberto Malvezzi (Gogó), mais conhecido como Gogó, divulgou novo artigo de sua autoria. Dessa vez, ele faz uma comparação entre a Guerra de Canudos, que aconteceu no interior da Bahia, com a intervenção do exército na cidade do Rio de Janeiro.

Roberto Malvezzi nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Atualmente reside em Juazeiro (BA) e atua na equipe da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) do São Francisco.

Veja o artigo na íntegra.

Exército: das favelas de Canudos para as favelas do Rio

Roberto Malvezzi (Gogó)

Favela, poucos sabem, é uma árvore típica da Caatinga. Espécie absolutamente inteligente, adaptada ao clima semiárido, é dotada de muitos espinhos e um poderoso ácido que fazem sua defesa contra os predadores. Quem tocar numa favela, sai queimado.

Quando o Exército Brasileiro atacou Canudos, teve três fragorosas derrotas antes da batalha final em 1897. O espaço mais árduo para a conquista final foi o ‘Morro das Favelas” (Alto da Favela), um espaço permeado pela árvore urticante e um dos enfrentamentos mais hostis para os soldados.

Quando terminou a guerra, os soldados voltaram em grande parte para o Rio de Janeiro. Dispensados, sem soldos, sem emprego, foram morar nos morros do Rio, começando pelo Morro da Providência, a primeira favela do Rio. Então, para ligar a hostilidade das caatingas com a hostilidade do novo lugar de moradia, associaram a árvore ácida da caatinga com as condições de vida dos morros cariocas, as habitações precárias, também associada à ideia de lugar alto. Até hoje estão aí as favelas.

Soldados rasos e policiais normalmente vem das classes populares mais baixas. Literalmente, vão servir de “bucha de canhão” para serem guardiões do capital, em nome da pátria. Assim aconteceu com os soldados de Canudos.

Um general do Exército fez uma declaração esses dias exigindo, ao menos verbalmente, que os soldados que agora vão atacar as favelas do Rio de Janeiro, tenham poder de polícia e que não tenham responsabilidade penal pela eliminação de cidadãos. É uma declaração de guerra aos favelados do Rio.

Estima-se que o tráfico de drogas internacional movimenta cerca de 500 bilhões de dólares ao ano, grande parte circulando pelo ético e asséptico sistema bancário global. No Brasil, helicópteros, aviões, caminhões, muitas vezes transportando de 500 kg a toneladas de drogas, pegos em flagrante, jamais tem seus donos identificados, muito menos presos.

Então, vez em quando em nossa história o Exército Brasileiro cruza com as favelas e os favelados. Essa relação nunca foi amiga e nem de convívio. Mas, a história nos recorda que a primeira favela brasileira foi parida pelo nosso Exército.

Artigo: de Mandela a Lula por Roberto Malvezzi (Gogó)

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

O filósofo e sociólogo Roberto Malvezzi, mais conhecido como Gogó, divulgou um novo artigo de sua autoria. Dessa vez, ele traça um paralelo entre o líder Negro Nelson Mandela e o ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva.

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Chegou ao interior da Bahia em janeiro de 1979, para ficar um mês nas comunidades rurais de Campo Alegre de Lourdes, divisa com o Piauí. Era um trabalho organizado pela paróquia da cidade.

Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos. Atualmente, reside em Juazeiro-BA e atua na equipe da Comissão Pastoral dos Pescadores (CPP) e Comissão Pastoral da Terra (CPT) do São Francisco.

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De MANDELA a LULA

Roberto Malvezzi (Gogó)

Muitas vezes me pergunto se Lula tem as condições de se tornar um herói da Senzala brasileira como Mandela na África do Sul. Aquele pegou 40 anos de cadeia para ver sua causa triunfar, e não era nada mais humana que o reconhecimento legal de igualdade entre brancos e negros naquele país.

Estive em Soweto, que era considerado um bairro de Johannesburgo, mas na verdade era uma cidade com 2 milhões de negros confinados, que tinham que ter um alvará para sair do confinamento e reapresenta-lo ao voltarem ao seu gueto. Lá estava o Museu da Imagem e do Som do Apartheid, com cenas dantescas de lutas dos negros para conseguir seu simples direito à cidadania.

Os 40 anos de prisão de Mandela levaram os negros a celebrar sua liberdade um dia, ainda que tardia.

Todos que tem um mínimo de respeito pelos fatos sabem que Lula não é um comunista. Nem parece ter pendores para tantos anos de cadeia em função de uma causa. Sua proposta sempre foi um capitalismo mais inclusivo, traduzido na famosa frase que o “povo tem direito a três refeições por dia”. Foi o que fez.

Tivemos muitos confrontos com Lula, na questão do São Francisco, Belo Monte, obreirismos da copa e das olimpíadas, etc. Mas, por beneficiar a vida do povo simples com água, energia, alimentos, melhoria da habitação, além do acesso de uma ínfima parte do povo às universidades, colhe todo ódio que os escravagistas de ontem e hoje lhe atribuem. Para os escravagistas, se for pelas mãos do Lula, nosso povo nem pode beber um copo de água limpa e comer um prato sadio de comida.

Já condenado em segunda instância, o dilema agora é se será preso, ou simplesmente impedido de concorrer às eleições em 2018. Se for preso, condenado a 12 anos de prisão, entrando na cadeia aos 72, estará eliminado dos processos eleitorais, ao menos como candidato. Foi condenado por ser suposto dono de um apartamento que nunca usou e agora por usar um sítio de um amigo.

Terá Lula a grandeza histórica de um Mandela, se for preso, de fazer de sua prisão um gesto histórico, superando o simples gesto político, no sentido de superar um país historicamente dividido entre a Casa Grande & Senzala? Só a história dirá.

Seus adversários ainda cometem a imbecilidade de perguntar o porquê após a condenação ele não cai nas pesquisas. O fato é que poderá eleger quem quiser de dentro da cadeia. Dessa humilhação, de perder para um prisioneiro, seus inimigos não têm como escapar.

OBS: Há uma cena de José Serra pisando num abaixo assinado contra a previdência. O que um homem pode fazer para acabar com sua biografia! Um bispo da cúpula da CNBB me dizia que sua maior decepção no golpe era exatamente o Serra. Talvez sua fúria se deva aquela frase de Kátia Abreu, quando lhe arremessou um copo de vinho na cara: “você jamais será presidente”.

Artigo: Judiciário, o mais reacionário dos poderes brasileiros

Roberto Malvezzi (Gogó).(Foto: CPT/arquivo)

Por Roberto Malvezzi (Gogó)*

Desde a década de 80, pelo trabalho na Comissão Pastoral da Terra, temos nos defrontado com o poder Judiciário Brasileiro. E praticamente só temos más recordações. De 1985 a 2016 foram registrados 1834 assassinatos no campo, somente 112 foram levados a julgamento e, desses, somente 31 mandantes foram condenados e oito já foram soltos (Banco de Dados da CPT).

O Barão de Jeremoabo, escravista, tão autoritário quanto sagaz, adaptando Maquiavel à realidade sertaneja de seu tempo, já dizia: “aos amigos tudo, aos inimigos a lei”.

O Judiciário Brasileiro é o mais classista e reacionário dos poderes brasileiros. Aqui pelo Nordeste, além de prefeitos, deputados, senadores, governadores, as famílias tradicionais sempre controlaram o judiciário com seus advogados, juízes, desembargadores e ministros. Portanto, um instrumento de preservação do poder das classes dominantes.

Hoje, com concurso para ingressar na carreira, temos alguns juízes que vieram de outros extratos sociais, mas continuam exceções. A única instância do Judiciário mais próxima dos trabalhadores era a Justiça do Trabalho, exatamente por isso está sendo extinta.

Aprendemos rapidamente que quem faz as leis é o poder econômico, embora sob a máscara do Legislativo. Mas, também, “quem aplica a lei é o juiz”. Numa cidade, a maior autoridade é o juiz. Se ele decidir lhe prender arbitrariamente, você não tem a quem recorrer, a não ser a instâncias superiores, espaço de seus amigos e colegas. Por isso, nosso povo morre de medo dos juízes. Somos capazes até de questionar Deus, mas não o juiz.

Esse poder de aplicar a lei ficou evidente agora no julgamento de Lula no TRF4. O caso de Lula passou à frente de 257 outros casos que estavam pendentes. O desembargador quis, funcionou.

Além do mais, o Judiciário é uma casta de privilegiados. Não são eleitos, são inalcançáveis para o cidadão comum e ganham nababescamente. O salário de cada um dos juízes que condenou Lula ultrapassa 30 mil reais líquidos (bruto chega a 40 ou até 50 mil reais), muitas vezes ultrapassando esse teto. Portanto, com essa remuneração, em dez meses qualquer um deles pode comprar um tríplex que a OAS teria dado a Lula.

Enfim, precisamos saber que atravessamos um golpe de estado, não um passeio na praia no final de semana. Porém, está claro que já passou da hora de montarmos uma estratégia de desmascaramento do judiciário, assim como fazemos com os outros poderes. Caso contrário, sempre estaremos a mercê de suas arbitrariedades.

OBS: Rosângela Morro celebrou o impedimento de Lula ir à Etiópia para um evento da FAO de combate à fome com a seguinte frase: “A liberdade tem limites que a Justiça impõe”.

Acontece que o programa brasileiro de combate à fome é referência no mundo, assim como o do combate à sede construído aqui no Nordeste pela Articulação no Semiárido Brasileiro (ASA). Aqui reside o abismo que nos separa, isto é, enquanto algumas pessoas estão preocupadas em resolver a fome e a sede no mundo, outras celebram o boicote em nome da lei e da justiça.

*Roberto Malvezzi (“Gogó”), é graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Artigo: uma palavra por Lula, por Roberto Malvezzi

(Foto: CPT/arquivo)

Roberto Malvezzi (“Gogó”), nasceu em 1953, no município de Potirendaba, São Paulo. É graduado em Estudos Sociais e em Filosofia pela Faculdade Salesiana de Filosofia, Ciências e Letras de Lorena, em São Paulo. Também é graduado em Teologia pelo Instituto Teológico de São Paulo.

Chegou ao interior da Bahia em Janeiro de 1979, para ficar um mês nas comunidades rurais de Campo Alegre de Lourdes, divisa com o Piauí. Era um trabalho organizado pela paróquia da cidade.

Casado, teve com sua esposa dois filhos e duas filhas, todos baianos. Atualmente, reside em Juazeiro-BA e atua na Equipe CPP/CPT do São Francisco.

UMA PALAVRA POR LULA

Roberto Malvezzi (Gogó)

Desde a juventude acompanho a trajetória pública de Lula, desde as greves do ABC, na resistência à ditadura, o início do PT, sua expansão pelo Brasil. Mas, eu venho do ramo das Pastorais Sociais, das CEBs, das lutas sociais, da Teologia da Libertação, nunca fui filiado a nenhum partido. Sou do grupo que nunca vai ao poder, prefere ficar no meio do povo.

Lula uma vez no poder, fomos os primeiros a confrontá-lo, em vista da Transposição. Ela está quase concluída, a revitalização do São Francisco, como sabíamos, não saiu do zero, exceto algumas obras de saneamento nos municípios da bacia.

Dia 24 ele será julgado em segunda instância. Por ser um processo mais político que jurídico, já está condenado. A prisão vai depender das circunstâncias. Parece que não será nesse primeiro momento.

Mas, no dia 24 estará em jogo não apenas o Lula com seus erros e acertos históricos. O que tanta gente não se conforma é o caráter parcial desse julgamento, como forma de perseguição pessoal, da condenação sem provas, ignorando o princípio milenar do direito “in dubio pro reo”, com origem no direito romano, mas que é esgarçado em todo regime de exceção.  Só o fato da juíza Luciana Correa Torres de Oliveira penhorar o tal tríplex como sendo da OAS, enquanto Moro condenou Lula a nove anos por lhe atribuir a propriedade, indica o absurdo em que se meteu o judiciário brasileiro nesse caso.

Hoje – basta ouvir o diretor do filme “Snowden” – está comprovada a participação dos Estados Unidos no golpe para destruir ou se apossar de empresas competitivas que não estejam sob seu controle, como a Petrobrás e a Embraer, ou para derrubar governos que não lhes são submissos. Temos os 10% de brasileiros que apoiam Temer e o golpe, os milionários e bilionários, aquelas velhas almas colonizadas que beijam o traseiro dos estadunidenses e oprimem nosso povo.

Não precisamos citar mais esses seres humanos abjetos como Eduardo Cunha, Geddel e o papel que cumpriram nesse processo. No tangente ao desmonte do estado brasileiro o golpe já está praticamente concluído. Falta eliminar as sementes da reação.

O processo deixa transparecer claramente a moral farisaica, que “coa mosquito e engole camelo”, investigando de forma enfadonha uns recibos de aluguel, mas fazendo vistas largas às corrupções monumentais de pessoas de outros partidos, de vasto conhecimento público e com provas inequívocas.

Lula poderá sair condenado e preso, mas sua vitória sobre seus algozes já está concluída, pelas intenções de voto que o povo lhe deposita. Historicamente seus perseguidores já perderam a guerra, particularmente Dallagnol e Moro.  Acusaram, condenaram, mas não provaram, enquanto Lula está vivo no coração do povo.

O povo sabe ler a história e ela não termina no golpe.