Novo remédio para hepatite C poderá baixar custo do tratamento no SUS

O novo medicamento ravidasvir, utilizado em combinação com sofosbuvir, que o Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detém o registro, poderá reduzir em até 20% o custo do tratamento de hepatite C pelo Sistema Único de Saúde (SUS), hoje entre R$ 6,2 mil e R$ 6,5 mil por paciente. A estimativa é feita pelo diretor de Farmanguinhos, Jorge Mendonça.

Por intermédio de Farmanguinhos, a Fiocruz assinou nessa semana acordo de parceria para registro do ravidasvir na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A parceria técnica e científica foi firmada com a organização não governamental (ONG) Iniciativa Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi) e a farmacêutica egípcia Pharco Pharmaceuticals.

À Agência Brasil, Jorge Mendonça detalhou que a farmacêutica egípcia Pharco fez testes, em conjunto com a DNDi, para mostrar a efetividade do ravidasvir, juntamente com o sofosbuvir, nas populações da Tailândia e da Malásia. Foi registrado percentual de cura, na média, de 97%. “Uma média bastante alta, comparada com padrões mais modernos utilizados para tratamento efetivo da hepatite C”. A hepatite C é uma inflamação do fígado provocada pelo vírus HCV que, quando crônica, pode levar à cirrose, à insuficiência hepática e ao câncer.

Etapas
Após a assinatura do acordo, Mendonça explicou que a próxima etapa será submeter o medicamento para aprovação na Anvisa. Em seguida, esperar o registro ser publicado pela Agência para, posteriormente, fornecê-lo ao Ministério da Saúde para tratamento da hepatite C, em conjunto com o sofosbuvir. Jorge Mendonça estima que esse é um processo longo, que deverá levar entre um ano a um ano e meio.

“Contudo, a gente entende que quanto mais ofertas para o tratamento da hepatite C estiverem disponíveis no SUS, a gente traz mais possibilidades para os médicos e mais possibilidades para os pacientes usarem medicamentos que são de primeira linha e que podem trazer mais conforto e mais adesão ao tratamento por parte desses pacientes”, manifestou o diretor de Farmanguinhos.

Além do sofosbuvir, Farmanguinhos já detém o registro do antiviral daclatasvir, o que reforça o papel do Instituto como apoiador do Complexo Econômico Industrial da Saúde (Ceis) e promotor da independência nacional no tratamento da hepatite C. “Durante muito tempo, não havia muitas opções de tratamento eficazes para a hepatite C. Agora, porém, com os medicamentos desenvolvidos por Farmanguinhos, já há chances de cura”, diz Mendonça.,

“Hoje em dia, é um tratamento, em média, de 12 semanas, com taxa de cura efetiva acima de 95%”. O diretor analisou que com o registro do Ravidasvir, não haverá aumento da taxa de cura. “Mas a gente pode, no futuro, que é um dos objetivos da transferência do Ravidasvir também, reduzir o custo do tratamento para o SUS e, com isso, a chance de aumentar o acesso das populações atualmente não atendidas também se torna mais sustentável pelo SUS”.

O principal objetivo do registro do Favidasvir é que a Fiocruz consiga contribuir para a sustentabilidade orçamentária desse programa de tratamento das hepatites virais pelo SUS, que é bastante custoso para o Ministério da Saúde, argumentou Jorge Mendonça.

Busca ativa

Segundo o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais, divulgado pelo Ministério da Saúde em junho de 2022, foram confirmados 718.651 casos de hepatites virais no Brasil registrados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), no período de 2000 a 2021. Desse total, 168.175 (23,4%) são referentes aos casos de hepatite A, 264.640 (36,8%) aos de hepatite B, 279.872 (38,9%) aos de hepatite C e 4.259 (0,6%) aos de hepatite D.

Como se desconhecem os casos ocorridos durante a pandemia da covid-19, Jorge Mendonça disse que o próximo passo que os programas de hepatites virais do mundo vão dar é chamado de “busca ativa”. Ou seja, em vez de ficar esperando o paciente vir em busca de tratamento, serão feitas testagens em massa para tratar esses pacientes, já que a hepatite C, nos primeiros momentos e até nos primeiros anos da doença, não traz sintomas. A ideia é buscar esses indivíduos e tratar logo antes que a hepatite C fique crônica nele. “Isso é fundamental para efetividade do tratamento e para a saúde do paciente”, conclui Mendonça.

Agência Brasil

Secretaria de Saúde de Petrolina vai realizar testes rápidos de hepatites virais na próxima sexta-feira

A prefeitura de Petrolina, através da Secretária de Saúde, vai realizar na próxima sexta-feira (27) uma ação na próxima sexta-feira (27) com foco em orientações preventivas, aplicação de vacinas e a realização gratuita de testes rápidos para diagnóstico de hepatites B e C. O evento é em comemoração do “Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais”, celebrado no dia 28 de julho.

Em Petrolina, em 2017 foram registrados 23 casos de Hepatite B e 30 casos de Hepatite C. Até junho de 2018, já são oito casos do tipo B e 16 casos do tipo C. Quando há a confirmação da doença, o paciente inicia o tratamento com antivirais de forma gratuita no Serviço de Assistência Especializada (SAE), num local anexo ao CTA.

O CTA/ SAE está situado à Rua Joaquim Nabuco, S/N, em frente ao Hospital Dom Malan/IMIP. O funcionamento da unidade é de segunda a sexta-feira, das 7h às 18h.

Rotary Club realiza teste grátis de hepatite C em Juazeiro

O Rotary Club Juazeiro realiza nesta sexta-feira (17) e sábado (18), no Juá Garden Shopping, testes grátis para detectar a hepatite C. Os testes serão realizados entre 11h e 18h. A ação faz parte da campanha hepatite zero criada para erradicar as hepatites em todo o mundo. Em Juazeiro, a campanha será realizada em parceria com a Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Saúde e o Juá Garden Shopping. Na oportunidade uma equipe da Secretaria de Saúde de Juazeiro também vai realizar, gratuitamente, testes rápidos para detectar Hepatite B, Sífilis e AIDS. O resultado do exame é divulgado cerca de vinte minutos depois de colher o sangue.
Hoje existe mais de meio bilhão de portadores das Hepatites B e C no mundo e, segundo a Organização Mundial de Saúde, as hepatites virais são um dos maiores problemas mundiais de saúde e matam duas vezes mais do que a AIDS. Mas a doença tem tratamento e recentemente a ciência chegou ao consenso de que as Hepatites Virais podem ser erradicadas do planeta no prazo de 15 a 20 anos.
No ano passado foi realizada a semana em todo o Brasil a Semana Hepatite Zero. Foram realizados mais de 105 mil testes. Mais de mil deram positivos. Por isso é importante que a pessoa faça o teste para identificar se tem ou não a doença. Quanto mais cedo for detectada mais fácil fica o tratamento.