Lei de Ideologia de Gênero de Petrolina é alvo do STF, vereador Gilmar Santos volta a criticar proposta

(Foto: Blog Waldiney Passos)

Uma das polêmicas da Casa Plínio Amorim no primeiro semestre, a Lei nº 2.985/2018, do veador Elias Jardim (PHS), trata da ideologia de gênero. A matéria chegou até o Supremo Tribunal Federal (STF), que questionou o município e a Câmara de Vereadores em relação à censura a esse debate.

Crítico ao texto da lei, o vereador Gilmar Santos apontou vários erros na proposta durante o programa Super Manhã com Waldiney Passos. “Inventaram essa coisa chamada de ideologia de gênero, quem inventou foram os setores reacionários, evangélicos. Parte da bancada evangélica é crítica a Escola sem Partido e à ideologia de gênero”, afirmou.

A proposta ganhou força nos setores considerados por Gilmar como “conservadores” e foi “inventada”. Isso porque a ideologia de gênero não existe. O que há é a discussão de gênero, que não é uma disciplina escolar, mas um tema abordado por pesquisadores ao redor do mundo.

LEIA MAIS

“Meus colegas vereadores tem um comportamento machista”, dispara o vereador Gilmar Santos durante sessão na Câmara

(Foto: Blog Waldiney Passos)

O vereador Gilmar Santos (PT), ao fazer uso da tribuna na sessão da Câmara de Vereadores de Petrolina (PE), nesta quinta-feira (08), disse que se sente constrangido em fazer parte de uma Câmara Municipal, onde a maior parte de seus colegas vereadores demonstram um atitudes e comportamentos machistas.

Na sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher, o vereador do PT aproveitou a oportunidade para expressar, mais uma vez, sua insatisfação em relação a aprovação de um projeto, na Câmara, no fim do ano passado, o qual proíbe que os professores e professoras das escolas municipais abordem em sala de aula assuntos relacionados a ideologia de gênero.

Para Gilmar Santos, quando seus colegas votaram a favor desse projeto, demontraram um comportamento machista e aprovaram um projeto contra as mulheres.

“A Câmara na sua composição já expressa o machismo da própria sociedade. São 23 vereadores e apenas duas mulheres, uma licenciada. Então fica apenas uma mulher diante de 22 homens. Então há uma predominância do homem sobre os espaços de decisão. E inevitavelmente, o comportamento dos vereadores vai expressar esse machismo”, disse o vereador.

O vereador Ronaldo Silva (PSDB) reagiu as colocações de Gilmar Santos e disse que o momento não era para esse tipo de discussão no plenário. “Ele está mentindo. Nós não aprovamos nenhuma projeto contra as mulheres. Votamos um projeto contra a ideologia de gênero nas escolas e não contra as mulheres. Se ele estiver um projeto contra as mulheres que nós aprovamos nessa casa, ele apresente”, desafiou Ronaldo Silva.

Gilmar Santos retrucou. “Eu até sugiro que o vereador possa estudar mais sobre o que significa a palavra gênero. Gênero trata exatamente do feminino ou do masculino, ou seja, de como o indivíduo vai se identificar diante de suas relações, de sua vida”, explicou o vereador.

E acrescentou. “Porém, uma coisa é igualdade de gênero e a gente defender uma sociedade onde o homem, uma mulher sejam respeitados na sua dignidade, na sua igualdade. E outra coisa totalmente diferente é a ideologia de gênero. Esse projeto que foi aprovado aqui proibindo as professoras e os professores, de tratarem as questões sobre a sexualidade, a mulher, as manifestações de cada pessoa na sua identidade, ou seja, é uma postura extremamente machista. Se isso não é votar um projeto contra as mulheres, eu não mais o que é contra ou favor de alguma coisa”, disparou Gilmar Santos.

Lei que proíbe discussão sobre Ideologia de Gênero nas escolas de Petrolina é aprovada pela Câmara Municipal

(Foto: Blog Waldiney Passos)

Depois de muita discussão e debates acalorados, a maioria dos vereadores de Petrolina aprovou na manhã desta quinta-feira (7), o projeto de lei nº 132/2017, que proíbe as atividades pedagógicas que visem a reprodução de conceito de Ideologia de Gênero na grade de ensino de escolas públicas municipais e particulares de Petrolina.

Autor do projeto, o vereador Elias Jardim (PHS), disse que se sente feliz com a aprovação da matéria. Para ele, um projeto dessa envergadura é simplesmente em defesa da família e das crianças do município.

Durante o discurso do vereador na tribuna da Casa Plínio Amorim, algumas pessoas que estavam no plenário da câmara, gritaram contra o edil e chegaram a chamá-lo de fascista. Elias Jardim disse que respeita a ideologia dos manifestantes, mas vai defender seus princípios até o fim.

“A escola tem que ensinar matérias escolares. Questão de sexualidade fica com os pais. Isso está na constituição e também no estatuto da criança e do adolescente”, justificou o vereador.

O projeto foi aprovado em segunda discussão por 12 votos a favor e 2 contra (vereadores Gilmar Santos e Cristina Costa). Três vereadores se abstiveram (Gabriel Menezes, Aero Cruz e Zé Nildo do Alto do Cocar).

O vereador Major Enfermeiro se ausentou da sessão antes da segunda votação. Os vereadores Elismar, Paulo Valgueiro, Domingos de Cristália e Edilsão do Trânsito não participaram da sessão de hoje. Presente à sessão, a ativista Socorro Lacerda, que representou a União Brasileiro de Mulheres, lamentou a aprovação do projeto. “Nós, organizações que somos contrárias a esse retrocesso vamos tentar dialogar com o prefeito Miguel Coelho para que ele não sancione essa lei absurda”, conclui Socorro.

Vereadores votam hoje projeto que proíbe disciplina de Ideologia de Gênero nas escolas do município de Petrolina

Vereador Elias Passos Jardim (PHS)

Uma matéria polêmica está na pauta para ser votada na sessão desta quinta-feira (7) na Câmara Municipal de Petrolina. Trata-se do projeto de lei nº 132/2017, de autoria do vereador Elias Jardim(PHS), que proíbe as atividades pedagógicas que visem a reprodução de conceito de Ideologia de Gênero, na grade de ensino da rede municipal e da rede privada de Petrolina.

O projeto restringe toda e qualquer disciplina que tente orientar a sexualidade dos alunos ou que tente extinguir o gênero masculino ou feminino como gênero humano, bem como a utilização, elaboração, publicação, exposição e distribuição de quaisquer livros didáticos ou não, que versem ou se refiram, direta ou indiretamente sobre ideologia de gênero, diversidade sexual e educação sexual.

De acordo com a matéria, as bibliotecas municipais também ficam proibidas de expor e distribuir quaisquer livros didáticos ou não, que versem ou se refiram, direta ou indiretamente sobre ideologia de gênero, diversidade sexual e educação sexual.

O autor propõe ainda que sejam responsabilizados solidariamente pelo cumprimento desta lei os dirigentes das unidades escolares, diretores e o Secretario de Educação do Município. No âmbito da biblioteca publica municipal, a responsabilidade direta pelo cumprimento desta lei recairá, solidariamente, ao bibliotecário, diretor da biblioteca municipal e ao secretario municipal a qual as bibliotecas municipais estejam vinculadas.