Brumadinho: entidades fazem visita técnica e não detectam contaminação da Bacia do São Francisco

(Foto: Polícia Federal/Divulgação)

Um relatório elaborado pelo Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam) apontou que não há, até o momento, contaminação da Bacia do Rio São Francisco por rejeitos de minério da barragem de Brumadinho (MG). O Igam é uma das entidades que realizou uma visita técnica entre 9 e 16 de maio ao longo dos rios Paraopeba e São Francisco, em Minas.

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A expedição técnica foi coordenada pela Polícia Federal e contou com a participação da Universidade de Brasília (UnB), Agência Nacional de Águas (ANA), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Serviço Geológico Brasileiro (CPRM), além do apoio do Ministério Público do Estado de Minas Gerais, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Empresa Mineira de Pesquisa Agropecuária (Epamig), Prefeitura Municipal de Felixlância e empresas de consultoria ambiental.

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A Fundação SOS Mata Atlântica havia informado na semana passada que o Rio São Francisco já está contaminado com rejeitos da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Entretanto, em um relatório divulgado na quarta-feira (27) o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) negou a contaminação.

O documento foi elaborado em parceria com o Instituto Federal de Florestas (IEF), tendo como base dados coletados pelo Instituto Mineiro de Águas (Igam), principal órgão monitorador do desastre ocorrido em 25 de janeiro.

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Segundo o Ibama, “até o momento, os dados oficiais de qualidade de água não indicam que os rejeitos atingiram o trecho do rio Paraopeba a jusante da UHE de Retiro baixo, portanto também não atingiram o reservatório da UHE de Três Marias e o rio São Francisco”.

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(Fotos: Sisema/Divulgação)

Desde o rompimento da barragem de Brumadinho (MG) em 25 de janeiro o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam) monitora a qualidade da água do rio Paraopeba, principal atingido pelos rejeitos da Mina Córrego de Feijão. Na semana passada o Igam intensificou o monitoramento, dessa vez em áreas próximas ao rio São Francisco.

Quatro estações de amostragem foram criadas, somando 24 existentes. Segundo o Igam, a “ampliação vai aprimorar o acompanhamento dos parâmetros de qualidade feito pelo Instituto em pontos mais a jusante do local do rompimento da Barragem 1, da Vale, em Brumadinho”.

Três das novas estações de amostragem foram instaladas dentro do reservatório da Usina Hidrelétrica (UTE) de Três Marias, nos municípios de Felixlândia, Abaeté e Três Marias. “Existe a possibilidade de que parte do material que estava depositado na Barragem 1 possa alcançar o reservatório de Três Marias, sobretudo as partículas mais finas do rejeito. Entretanto não é possível afirmar se irá chegar e quando isso vai ocorrer. Tudo vai depender da dinâmica de transporte de sedimentos do rio, que varia de acordo com a quantidade e intensidade de chuva, tempo de detenção do reservatório de Retiro Baixo e da granulometria do rejeito”, afirma o diretor de Operações e Eventos Críticos do Igam, Heitor Soares Moreira. Com informações do Igam.