Serra Talhada vai receber o espetáculo “O Massacre de Angico – A Morte de Lampião”

O espetáculo teatral O Massacre de Angico – A Morte de Lampião foi exibido pela primeira vez há 10 anos e está mais uma vez na programação do Tributo a Virgolino – A celebração do Cangaço, evento promovido pela Fundação Cabras de Lampião, e que vai ser realizado desta quarta-feira (27) até domingo (31).

A peça, voltada para toda a família, vai acontecer em todos os dias do evento, sempre às 20h, na Estação do Forró em Serra Talhada. A entrada é gratuita e a expectativa é que mais de 50 mil pessoas confiram o trabalho ao longo dos cinco dias.

O Massacre de Angico

A Morte de Lampião relembra o encontro entre os militares do governo Getulista e os cangaceiros liderados por Lampião e Maria Bonita. O casal e outros nove integrantes do bando foram mortos no dia 28 de julho de 1938, na grota de Angico, em Sergipe, o que praticamente pôs fim a Era do Cangaço.

O texto dramatúrgico foi escrito pelo pesquisador do Cangaço, Anildomá Willans de Souza, natural de Serra Talhada, mesma cidade onde Virgolino Ferreira da Silva, o Lampião, nasceu, e onde a peça será encenada.

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Na mira da justiça: MP de Petrolina entregará inquérito de Lampião à Defensoria

(Imagem: Pallheiros Lampião)

O Ministério Público de Petrolina (MPPE), instituição integrante do Júri Histórico de Lampião, que acontecerá no dia 31 deste mês, entregará aos advogados de defesa do réu o inquérito que tipifica os crimes que pesam sobre ele, amanhã (22), às 17 hs, na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FTC), em Petrolina. O material dará embasamento à fase de instrução processual com a coleta dos depoimentos das testemunhas e ao interrogatório de Lampião.

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O Júri Épico é um projeto acadêmico anual e propõe uma discussão interdisciplinar e atemporal. É de cunho processual, no qual haverá o conselho de sentença, que determinará a condenação ou a absolvição do ‘Capitão’ Virgulino, escolhido para ser o réu do primeiro Júri Épico. Toda a organização do evento é feita por alunos do curso de Direito que estão divididos em comissões, entre elas as equipes de defesa e  de acusação que dão assistência à Defensoria e ao Ministério Público, respectivamente.

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O cangaceiro Virgulino Ferreira da Silva, mais conhecido como ‘Lampião’, será réu no primeiro Júri Épico, que acontecerá no dia 31 de outubro, no Centro Cultural Dom Bosco, localizado na Rua Antônio Santana Filho, Centro de Petrolina, das 8hs às 19hs, em Petrolina. Por ser uma figura lendária e polêmica, o ‘Capitão’ foi escolhido para a estreia do evento que ocorrerá anualmente e é de cunho processual, no qual haverá o conselho de sentença, que dará o veredicto, acerca das acusações que pesam contra o réu.

Lampião, sua companheira Maria Bonita, Padre Cícero, Corisco e as pessoas de maior relevância que foram contemporâneas ao cangaço, ganharão vida com a participação de atores que encenarão os personagens principais do caso. Mas a acusação e a defesa do réu, serão feitas por profissionais do Direito como o Promotor de Justiça Criminal, Fernando Della Latta e os advogados de defesa Marcílio Rubens, Wank Remy Medrado, Henrique Márcula e o Defensor Público do Tribunal de Justiça/PE, Francisco Jairo Siqueira Coelho.

O Júri Histórico é um projeto idealizado pelo professor e advogado Anderson Wagner Araújo e, pelo Promotor Fernando Della Latta Camargo, com o objetivo de promover uma interação entre o Direito e as demais ciências como a Sociologia, a História, a Filosofia e a Antropologia, além de possibilitar aos alunos do curso de Direito o contato com as chamadas metodologias ativas.

 Para o professor Anderson Araújo, o Júri Épico é instrumento didático de grande valor, pois apresentará uma discussão interdisciplinar ilustrada por um tempo antigo. “Do ponto de vista da exatidão histórica, julgar um personagem do passado mostra-se impossível, mas sob a ótica da dinâmica acadêmica é potencialmente válido e capaz de produzir efeitos, pois trataremos de uma situação imaginária, perpassada por um contexto histórico real e um processo penal do tribunal do júri com todas as suas particularidades”, elucida Araújo.

Já confirmaram presença no julgamento de Lampião, o Juiz da Vara da Infância e da Juventude, Marcos Bacelar, a juíza da Vara do Tribunal do júri, Elane Brandão Ribeiro, a Promotora de Justiça no 1º Tribunal do Júri de Recife, Eliane Gaia, a Promotora de Justiça do 2º Tribunal do Júri de Recife, Dalva Cabral Oliveira, o Promotor de Justiça Substituto de Recife, Rinaldo Jorge da Silva, a Promotora de Justiça Cível de Petrolina, Cíntia Granja e, os Defensores Públicos André Cerqueira/BA e William Micael/PE.

O evento será realizado em parceria entre o Ministério Público/PE, Organização dos Advogados do Brasil/PE, Defensoria Pública/PE, Tribunal de Justiça/PE, Faculdade de Ciências Aplicadas e Sociais de Petrolina (FACAPE- ) e a Faculdade de Tecnologia e Ciência (FTC).

Os interessados podem fazer suas inscrições pelo link https://instagram.com/jurihistorico.pnz?igshid=nbe6x2mq2w52

Serra Talhada ganha estátuas de Lampião, Maria Bonita e Zabelê

(Foto: Sebastião Costa)

O município de Serra Talhada (PE) ganhou três estátuas que homenageiam os cangaceiros Lampião, Maria Bonita e Zabelê, que é filho natural da capital do xaxado. As estátuas ficarão expostas num pedestal na área externa do Museu do Cangaço, no Parque da Estação Ferroviária de Serra Talhada, no bairro São Cristóvão. O museu é gerido pela Fundação Cultural Cabras de Lampião.

Uma história que começa em meados dos anos oitenta, com a montagem da peça teatral  “A Chegada de Lampião no Inferno” – diga-se de passagem, com Anildomá e Giovanni Sá – o segundo fazendo o papel de Lampião, foi quando comentou-se pela primeira vez sobre a possibilidade de ser colocada uma estátua de Lampião em Serra Talhada. Tudo se resumiu às conversas de bastidores e mesas de bares do pessoal do teatro. Depois, no início dos anos noventa, essa ideia toma corpo, agora com plebiscito, canais de televisões e jornais do país inteiro emitindo opiniões, divulgando uma polêmica sobre se Lampião era herói ou bandido.

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