Jovens em atendimento socioeducativo participam de Programa da prefeitura de Petrolina

Um projeto da prefeitura de Petrolina chamado de ‘Orla Nossa’ está proporcionando a capacitação de menores infratores que são atendidos pela Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase), na recuperação da mata ciliar das margens do Rio São Francisco.

Através de parceria entre a prefeitura e a Funase, nesta quinta-feira (22), foram iniciadas as aulas de campo na área em recuperação que compreende toda região da Orla II, que vai desde o Círculo Militar até o último restaurante da via.

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Atividade educativa realizará plantio de mudas nativas no Parque Fluvial em Juazeiro nesta terça-feira

(Foto: Ascom/PMJ)

A Prefeitura, através da Secretaria de Obras e Desenvolvimento Urbano/SEDUR realiza nesta terça-feira (18), a partir das 8h, a oficina educativa, ‘Plantando a vida, recuperando a cidadania’, na Orla Fluvial, e contará com a participação dos alunos da rede municipal de ensino. A ação tem como foco a preservação do Rio São Francisco por meio da recuperação da mata ciliar e plantio de novas mudas nativas.

A ação faz parte das atividades desenvolvidas dentro do cronograma da Meta 1, voltada para a educação ambiental, do Parque Fluvial. Durante o evento serão plantadas parte das 600 mudas de plantas nativas, de grande porte e arbustivas, previstas no projeto da obra.

Parque Fluvial

A obra do Parque Fluvial é uma iniciativa da Prefeitura de Juazeiro, através da SEDUR, fruto de uma parceria do Fundo Nacional de Meio Ambiente (FNMA) do Ministério do Meio Ambiente e do Fundo Socioambiental da Caixa Econômica Federal. A intervenção tem como objetivo promover a revitalização física e paisagística de toda a área considerada como degradada da orla fluvial, no trecho entre o muro da Marinha e o início do bairro Angari.

Até o momento já foram executadas a implantação de academias da saúde, parques infantis, pista de skate, pista de Cooper, ciclovia em toda a extensão do parque, recuperação do campo de esportes, das quadras poliesportivas e de areia, implantação de novas escadarias de acesso e rampa de acessibilidade, implantação do piso em intertravado e pintura do teto na área do Terminal hidroviário, iluminação em LED, as barracas que ficavam próximas à Marinha, já foram retiradas da margem do rio por questões ambientais e serão ordenadas e padronizadas na área da calçada que será ampliada. Atualmente está em execução os serviços de paisagismo e troca do guarda corpo por uma releitura da antiga balaustrada.

Projeto de recuperação de matas ciliares do Rio São Francisco já apresenta resultados

(Foto: ASCOM)

O bioma Caatinga é o único ecossistema integralmente brasileiro e está no mesmo patamar de importância da Amazônia e Pantanal. Nele existem pelo menos 4,5 mil espécies vegetais, embora se acredite que o número seja ainda maior.

Segundo o biólogo e professor da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf, Campus de Ciências Agrárias, Petrolina, PE), José Alves de Siqueira, 41% da região nunca foi investigada.

Apesar da relevância para a população local, a Caatinga sofre com invasões de espécies não nativas, desmatamento e degradação ambiental.

Com o objetivo de reflorestar o bioma, incluindo a recuperação das matas ciliares do Rio São Francisco, a Agrovale e o Centro de Referência para Recuperação de Áreas Degradadas da Caatinga (CRAD), da Univasf, iniciaram um projeto de parceria, em 2016, que já apresenta os primeiros os resultados.

“A invasão biológica da algaroba, por exemplo, é atualmente um dos maiores gargalos para a recuperação de matas ciliares do Velho Chico. Os esforços concentrados da Univasf com a Agrovale têm potencial para diminuir os impactos negativos da algaroba em nosso ecossistema”, diz José Alves de Siqueira, que é autor do livro ‘Flora das Caatingas do Rio São Francisco (2012)’ e vencedor do Prêmio Jabuti 2013 na categoria Ciências Naturais.

De acordo com a coordenadora da Agrovale, Thaisi Tavares, responsável pelo setor de Meio Ambiente e Qualidade da empresa, a ação conjunta tem efeitos práticos para os cidadãos de Petrolina (PE), Juazeiro (BA) e cidades vizinhas.

“Ao buscarmos a conservação das espécies e a reintrodução de espécies nativas, conseguimos um meio ambiente mais agradável, gerando oxigênio mais limpo e temperaturas mais equilibradas”, salienta.

A perspectiva de duração desta parceria é de cinco anos e envolve uma equipe multidisciplinar de biólogos e engenheiros agrônomos. Nesse período, será acompanhado o desenvolvimento de espécies típicas das matas ciliares como jatobá, ingazeira e o marizeiro, a partir do manejo dos locais invadidos pelas algarobas.

Ainda durante o trabalho, serão identificados os melhores modelos para a recuperação das áreas ribeirinhas do Velho Chico.