Médico explica como baixos níveis de testosterona estão associados ao risco de demência e diabetes

A testosterona é o principal hormônio do homem, diretamente relacionado com a fertilidade, que passa por um processo de diminuição com o passar dos anos. Conhecida como hipogonadismo ou andropausa, essa condição afeta aproximadamente 40% dos homens de 45 anos ou mais, segundo um estudo realizado nos Estados Unidos, em 2020.

De acordo com o Dr. Luis Henrique Nunes, médico urologista, referência em implantes hormonais, quando os níveis de testosterona estão baixos, estão associados à alteração de humor, perda de libido, disfunção erétil, aumento de massa gorda, redução de massa muscular e osteoporose. A fisiologia para essas alterações dos níveis de testosterona se baseia em, quanto menor o nível de testosterona, maior a ativação de uma enzima chamada lipase lipoproteica.

“O crescimento desta enzima aumenta o nível da triglicéride e, também, a massa gorda. Com o aumento da massa gorda, amplia a resistência insulínica, um dos principais fatores para o início da diabetes. O aumento da massa gorda também vai expandir o número de citocinas pró-inflamatórias, que são responsáveis por aumentar a chance de demência nos pacientes idosos, o risco maior de tumoração, câncer e o envelhecimento precoce”, explica o médico.

Com base em outro estudo também realizado nos Estados Unidos, em 2006, para cada aumento de 10 anos na idade, o risco de hipogonadismo de um paciente aumentou em 17%.

Ainda de acordo com o médico, homens que têm testosterona nos níveis mais baixos do valor de referência ou até abaixo desse valor, têm quatro vezes mais chance de risco de diabetes. O que pode acontecer com homens mais jovens, uma vez que 5% dos homens entre 20 e 29 anos podem apresentar deficiência de testosterona. Já em homens que apresentam níveis de testosterona inferiores também aumenta o risco de demência nas idades mais avançadas. Assim, quando a testosterona atinge a quantidade abaixo do recomendado, o urologista poderá receitar a reposição do hormônio para melhora do quadro.

“Pacientes que têm diabetes tipo II e apresentavam também níveis de testosterona baixos, quando eram tratados para a diabetes relacionadas à reposição do hormônio testosterona, apresentaram melhora dos parâmetros glicêmicos, melhora na redução da necessidade de insulina e redução na resistência insulínica. Então é importante salientar que a reposição de testosterona nos homens que têm níveis baixos desses hormônios é importante não só na prevenção da libido, mas também nas funções do organismo como um todo”, destaca o Dr. Luis Henrique Nunes, médico urologista.

Próximo do fim de novembro, médico urologista afirma que cuidado com a saúde do homem deve se estender pelo ano inteiro

Médico urologista comenta importância do diagnóstico precoce (Foto: Blog Waldiney Passos)

Novembro é o mês de conscientização sobre o câncer de próstata, que no Brasil é responsável por cerca de 15 mil mortes por ano, em cerca de 65 mil registros anuais. Um caso novo da doença é registrado a cada sete minutos, resultando em uma morta a cada 34 minutos. No Vale do São Francisco, a doença se assemelha às estatísticas nacionais.

Segundo o médico urologista Nathanael Modesto, a doença no seu início não apresenta sintomas específicos e é necessário trabalhar a prevenção. “Os principais fatores de risco a gente não consegue modificar. Ele ocorre mais comumente após 50 anos de idade, cerca de 40% são antes disso. Como a maioria dos tumores, a idade é um fator importante, a questão de genética também conta”, disse ao Blog Waldiney Passos.

Além da idade, um fator de risco é a predisposição genética – se alguém da família já teve a doença – e pessoas negras são mais propícias a desenvolverem tumores na próstata. “A mortalidade é grande porque a incidência é muito grande. Se você pega o câncer no começo, é 90% de chance de cura. Se você pega em um estágio mais avançado, diminui essa porcentagem”, ressaltou.

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