Quase 36% dos casos suspeitos de microcefalia foram descartados em Pernambuco

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O Estado de Pernambuco descartou, entre o universo de 1.849 bebês com suspeita de microcefalia registrados desde agosto de 2015, 664 casos que foram notificados para a malformação congênita, o que representa 35,91% de casos descartados no universo de bebês com suspeita. São bebês que não precisam mais seguir o protocolo de investigação de microcefalia e nem são mais acompanhados pela rede de atendimento destinada à malformação. Mas as crianças continuam com as consultas de puericultura na rede de atenção básica à saúde. Ou seja, permanecem a ser avaliadas de forma periódica por pediatras de acordo com a idade.

Além disso, 312 bebês tiveram o diagnóstico de microcefalia confirmado em todo o Estado. Os dados são do boletim divulgado na manhã desta quarta-feira (13), pela Secretaria Estadual de Saúde, com base em dados até 9 de abril.

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Sobe para 129 número de casos de microcefalia relacionados ao zika em Pernambuco

Microcefalia

Pernambuco já notificou 1.846 casos suspeitos de microcefalia, de 1º de agosto de 2015 até 2 de abril deste ano. Os dados foram divulgados na tarde desta terça-feira (5) em boletim da Secretaria Estadual de Saúde (SES). Desse total, 754 (41%) casos atendem aos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) para microcefalia. Ao todo, 303 foram confirmados como microcefalia. O Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/Fiocruz confirmou 129 casos de microcefalia relacionados ao vírus zika por detecção do anticorpo IgM no líquido cefalorraquidiano. Os reagentes foram fornecidos pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC). Outros 49 casos deram negativos e dois inconclusivos, totalizando 180 testes realizados.

Dos casos suspeitos, 490 foram descartados – levando em consideração o resultado dos exames de imagem dos bebês. Também foram registrados 26 casos de bebês natimortos e 22 que vieram a óbito logo após o nascimento. Segundo o órgão, nenhum dos casos teve microcefalia como causa básica de morte.

Desde que a notificação de casos de gestantes com exantemas foi tornada obrigatória, no período de 02 de dezembro de 2015 a 02 de março de 2016, 134 municípios do Estado notificaram 3.690 casos de gestantes com esse quadro clínico. Desse total, 18 gestantes possuem detecção de microcefalia intra-útero.

Vale lembrar que a notificação das mulheres com exantema não significa, necessariamente, que são casos suspeitos de dengue, chikungunha ou zika, já que outros fatores podem ter ocasionado as manchas vermelhas (rubéola, intoxicação, alergia ou alguma outra virose). O exantema também não é indicativo que a mulher terá um bebê com microcefalia.

Serra Talhada sedia seminário regional sobre microcefalia

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Podem ser feitas até esta quarta-feira (30) as inscrições gratuitas para um seminário regional sobre microcefalia que será realizado em Serra Talhada na próxima sexta-feira (01/04). Na ocasião serão abordados os cuidados assistenciais sobre o tema.

O evento tem como objetivo apresentar os recursos para fortalecer o atendimento aos casos de famílias com crianças identificadas com microcefalia. As inscrições podem ser realizadas online através deste formulário.

No decorrer do seminário serão aprofundadas as discussões de cada município e discutido o “papel da assistência social no acompanhamento e inserção das famílias no Cadastro Único e outros programas sociais”.

De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude de Pernambuco, o evento será realizado na Câmara de Vereadores de Serra Talhada, localizada na Rua Enock Inácio de Oliveira, no Centro.

Com informações do blog Alvinho Patriota

Comissão Especial de Acompanhamento aos Casos de Microcefalia visita HDM nesta quinta

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Nesta quinta-feira (31), às 14h30, os deputados Socorro Pimentel (PSL), Simone Santana (PSB), Odacy Amorim (PT), Lucas Ramos (PSB) e Miguel Coelho (PSB), membros da Comissão Especial de Acompanhamento aos Casos de Microcefalia, visitarão o Hospital Dom Malan, em Petrolina, para acompanhar de perto o atendimento às gestantes e às crianças com a doença, para que seja repassado ao governo e à Secretaria Estadual de Saúde as demandas do hospital, que dá suporte ao Sertão do Estado.

Sobre a Comissão

Diante do crescente número de casos da malformação congênita no Brasil, especialmente em Pernambuco, foi criada, na Assembleia Legislativa, no final de 2015, a Comissão Especial de Acompanhamento aos Casos de Microcefalia. O principal objetivo é visitar os hospitais, fundações e unidades de saúde de todo o Estado para que seja feito um levantamento do apoio e do atendimento oferecidos pelo governo às mães e aos bebês com a microcefalia. Ao final dos trabalhos, será enviado à Secretaria Estadual de Saúde tudo o que foi observado durante as visitas e o que pode ser feito para a melhoria dos atendimentos.

Enquete: leitores divididos sobre permissão do aborto em casos de microcefalia

enquete-microcefalia-waldiney (1)O resultado de nossa enquete sobre a polêmica em torno da permissão do aborto em casos de microcefalia, mostra o quanto o tema esta dividindo as opiniões: 38% opinaram a favor, enquanto 36% discordam da possibilidade.

Apesar da maioria ter opinado a favor do aborto nestes casos, se somarmos o resultado dos que são contra constatamos que 50% dos participantes não concordam mesmo nesses casos específicos.

O aumento nos casos de microcefalia no Brasil reabriu o debate sobre aborto no país. Atualmente, no Brasil, só é permitido interromper uma gravidez em caso de risco à vida da mãe, quando a concepção foi resultado de um estupro ou quando o feto é anencéfalo.

De acordo com Projeto de Lei de autoria do deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE), a pena para quem cometer aborto em razão da microcefalia ou qualquer outra anomalia do feto, provocado ou consentido pela própria gestante ou por terceiros, com ou sem o aval da mulher, deve ser aumentada em um terço.

Projeto de lei prevê aumento de pena para aborto em caso de microcefalia

Grávidas

Autor do projeto do Estatuto da Família, já aprovado na Câmara dos Deputados, o deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE) apresentou outra proposta polêmica à Casa. O projeto aumenta a pena no caso de aborto cometido em razão da microcefalia ou outra anomalia do feto.

Para o deputado, não é o aborto que resolve os problemas da sociedade, mas sim o Estado dar condições para uma vida digna. “Sou autor do projeto Estatuto da Família, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados. A intenção foi justamente criar um instrumento para as famílias poderem cobrar e ter acesso às políticas públicas. Quando uma criança nasce tem direito à saúde, educação, segurança, alimentação. Está na Constituição”, diz Ferreira.

O Projeto de Lei 4.396/2016, que altera o artigo 127 do Código Penal, prevê o aumento da pena em um terço até a metade quando o aborto for cometido em razão da microcefalia ou qualquer outra anomalia do feto, provocado ou consentido pela própria gestante ou por terceiros, com ou sem o aval da mulher.

A apresentação do projeto, segundo Ferreira, é uma reação “à tentativa de um movimento feminista, que quer se aproveitar de um momento dramático e de pânico das famílias, para retomar a defesa do aborto em nosso país”. A circulação do vírus Zika no Brasil e a associação da infecção em gestantes a casos de microcefalia em bebês reacendeu no país o debate sobre o aborto. Mas, para o deputado, a melhor forma de evitar o surto de microcefalia é combater o mosquito Aedes aegypti com medidas efetivas e criar mecanismos de prevenção junto à sociedade.

Um grupo composto por advogados, acadêmicos e ativistas prepara uma ação, a ser entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), que cobra o direito de a mulher de interromper a gravidez em casos de infecção pelo vírus Zika. “O que queremos garantir é que haja o acesso ao aborto livre de estigma, combinado ao acesso à informação sobre a infecção e a epidemia, para que as mulheres possam tomar a melhor decisão para si”, disse a antropóloga e pesquisadora Debora Diniz, que está à frente do trabalho.

Segundo ela, a ação está sendo preparada e deve ser proposta em breve, mas os detalhes sobre como seria estruturado o atendimento ao aborto legal nesses casos devem ser definidos pela política pública de saúde, assim como é hoje para as demais situações. O aborto é permitido no Brasil nos casos de anencefalia do feto, estupro ou se a gestante corre risco de vida.

Pernambuco tem carência de neuropediatras

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Com o avanço dos casos de microcefalia, os neuropediatras assumem papel fundamental para atender os bebês com a malformação, fechar diagnósticos, fazer acompanhamento e direcionar essas crianças para atividades de reabilitação capazes de promover a estimulação no menor tempo possível. Um detalhe é que são pouquíssimos neuropediatras para a missão de, só no Estado, acompanhar até agora 215 bebês com diagnóstico confirmado, além de outros 1.202 casos em investigação. São apenas sete médicos dessa especialidade cadastrados no Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe), mas se sabe que há outros poucos que precisam se registrar na instituição.

“Trabalhando em Pernambuco, acredito que não tem nem 15 neuropediatras, uma especialidade que talvez seja a mais escassa que se tem no Brasil”, reconhece o secretário estadual de Saúde, Iran Costa. Dos 209 médicos convocados oficialmente na quinta-feira (3) para fortalecer atendimentos a pacientes com microcefalia e arboviroses (dengue, chicungunha e zika), só dois são neuropediatras. “Eram os que havia para ser chamados. Se houvesse vários, teria chamado todos. Eles são fundamentais para atender os bebês com microcefalia, mas pediatras e neurologistas também têm condições de fazer o acompanhamento”, justifica o secretário.

 O Conselho Federal de Medicina (CFM) não informa quantos neuropediatras estão espalhados pelo Brasil, pois os números são divulgados por especialidade médica. E para o CFM, neuropediatria é uma área de atuação dentro da pediatria e da neurologia. No site da Sociedade Brasileira de Neurologia Infantil, estão listados 164 médicos desse segmento no País – destes, quatro em Pernambuco.

Pernambuco determina verba extra para unidades que atendem bebês com microcefalia

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As unidades de saúde de Pernambuco integradas ao Sistema Único de Saúde que atendem crianças com microcefalia e gestantes que têm ultrassom sugestivo da malformação nos bebês receberão incentivo financeiro extra por parte do Estado. A portaria, publicada no Diário Oficial desta quinta-feira (3), determina que R$ 743,65 sejam liberados mensalmente por paciente que recebe atendimento em unidade de saúde especializada para o acompanhamento das crianças com a anomalia congênita.

Além disso, está previsto também incentivo financeiro para os serviços que oferecem trabalhos de assistência e reabilitação aos bebês com microcefalia. Nesse caso, para cada paciente atendido, a unidade de saúde receberá R$ 425 mensalmente.

“Ao todo, 25 unidades de saúde em todo o Estado, entre UPAEs (Unidades Pernambucanas de Atenção Especializada) e diversos hospitais, participam desse processo. Todos os investimentos que estamos fazendo é 100% estadual. O Ministério da Saúde, até agora, não liberou nenhum financiamento para o enfrentamento dessa situação”, diz o secretário estadual de Saúde, Iran Costa.

Ele reforça que esse auxílio é um recurso extra para os serviços que acompanham os bebês com a malformação congênita. “Já existe contrato dessas entidades com a secretaria para a realização de cirurgias, atendimentos e internamentos. Agora, serão acrescidos novos atendimentos para a microcefalia”, reforça Iran Costa.

Projeto de Lei propõe distribuição de repelente para grávidas em Pernambuco

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Um Projeto Lei do deputado Cleiton Collins (PP) propõe a distribuição gratuita de repelentes para grávidas atendidas em maternidades públicas de Pernambuco. A intenção, segundo decreto publicado no Diário Oficial de Pernambuco, visa cumprir orientação do Ministério da Saúde em relação à prevenção do contágio pelo vírus zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, que é o uso tópico do repelente industrial.

Conforme a PL 686/2016, encaminhada para apreciação do Plenário da Casa, o repelente seria distribuído gratuitamente para as gestantes que assim solicitarem durante todo o período da gestação, diretamente à interessada ou a um representante. O autor do projeto justifica que existe uma grande preocupação com as gestantes, em função dos casos de microcefalia, relacionado com o zika vírus.

“A microcefalia é uma doença grave e incurável que se define pela restrição do crescimento do cérebro do bebê”, destaca o decreto. O diagnóstico da doença pode ser feito tanto durante a gestação, através do exame de ultrassonografia, quanto após o nascimento do bebê, por meio da medição do tamanho da cabeça da criança.

DADOS – Estima-se que 70% das famílias com casos notificados estão em situação de extrema pobreza, segundo estudos. Dados do Ministério da Saúde, divulgados em 17 de fevereiro, mostram que 1.203 casos eram investigados em Pernambuco – no Brasil, havia a investigação de 3.935 ocorrências.

Pernambuco foi primeiro estado a identificar suspeitas de microcefalia no país e os casos investigados no Estado representam 30,5% do total registrado em todo o país, liderando essa lista. O Nordeste é a região com maior número de ocorrências sob investigação, com 3.180 (80,8%) casos.

Ainda conforme o Ministério da Saúde, Pernambuco também possui o maior número de casos confirmados, sendo 182. O valor representa 35,8% de todo o Brasil, que tem 508 ocorrências. Consequentemente, a região Nordeste tem o maior número de casos do país. São 494, ou seja, 97,2% das ocorrências. Mais informações: http://goo.gl/r3ylM2.

POLÍTICA ESTADUAL – Um outro Projeto de Lei do deputado de  Cleiton Collins visa criar uma política estadual de prevenção e combate das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti no Estado de Pernambuco.

Segundo o decreto da PL 687/2016, entre outros itens, a política geraria e implementaria mecanismos de cooperação entre o Estado e os municípios para o desenvolvimento de ações conjuntas de prevenção e combate á proliferação do mosquito. Além disso, a participação da sociedade seria incentivada e mecanismos eficazes de fiscalização e eliminação dos focos do mosquito, criados

Com informações de Jc Online

Debate sobre Microcefalia em Pernambuco pede mais qualificação profissional e pensão para crianças afetadas

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Na quinta-feira (25), o Governo de Pernambuco, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Social, Criança e Juventude realizaram o Seminário Estadual da Microcefalia e os Cuidados Socioassistenciais.

O encontro que ocorreu no auditório da faculdade Frassinetti do Recife (Fafire), objetiva abranger 184 municípios pernambucanos e ainda o arquipélago de Fernando de Noronha.No seminário foram abordadas as questões da doença sob o olhar de assistência social, por meio de políticas públicas desenvolvidas a partir dos serviços ofertados pelo Estado.

A microcefalia é uma má formação, na qual o bebe nasce com o perímetro cefálico igual ou menor que 32 centímetros. O secretario de desenvolvimento social, criança e juventude, Isaltino Nascimento, destacou que além do benefício B-P-C, recebido por deficientes físicos e idosos, é necessário um auxilio específicos para ajudar as famílias com casos de microcefalia.

“Nossa ideia é ver como nossos profissionais da assistência podem identificar os perfis e as necessidades dessas famílias, também levando em consideração que Pernambuco tem o maior índice de casos de microcefalia registrados no Brasil”, pontuou o secretário na abertura do evento.

Isaltino também ressaltou que a atenção direcionada às famílias das crianças com o diagnóstico devem acontecer por meio dos equipamentos e ações que o Estado já dispõe e políticas públicas articuladas de forma multidisciplinar com os municípios e órgãos responsáveis pela assistência, a exemplo dos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e de Referência Especializado (CREAS).

De acordo com o gerente do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), da Secretaria Executiva de Assistência Social (SEAS), Joelson Rodrigues, um balanço da situação no Estado traçou o perfil das famílias, onde os números mais recentes (fevereiro de 2016) apontam 1.601 notificações ‐ em cerca de 90% dos municípios pernambucanos ‐, com 209 casos confirmados de microcefalia, em 76 municípios. Os maiores índices dos casos estão registrados no Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes e Paulista.

Pernambuco quer pensão especial para bebês com microcefalia

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O estado de Pernambuco quer que o governo federal crie um novo benefício voltado especialmente a bebês com microcefalia. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Social, da Criança e Juventude do estado, Isaltino Nascimento, nem todas as famílias se enquadram nos critérios para recebimento do Benefício de Prestação Continuada (BPC).

“99% das famílias que entravam nas notificações de suspeita de microcefalia e estavam cadastradas no Cadastro Único ganham até meio salário mínimo por pessoa, R$ 440. Além disso, 77% delas estão no perfil de extrema pobreza, mas outra parte não se encaixa no limite de renda do BPC, de R$ 220 per capita. Mesmo sem se enquadrar, ainda são famílias pobres e vão enfrentar ainda mais dificuldades. Por isso, a [necessidade da] pensão”, explica Isaltino Nascimento.

Além da proposta de um novo benefício, o secretário cobra mais rapidez na concessão do BPC. “Apenas em quatro casos foi concedido o Benefício de Prestação Continuada, de todos os que já foram confirmados. Então a gente vai precisar de mais celeridade na possibilidade de ter o benefício.”

Procurado, o Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), responsável pelos recursos do BPC, disse que o pedido de criação de uma pensão para bebês com microcefalia não foi feito formalmente e que não há nenhuma discussão nesse sentido no órgão.

Ainda segundo o ministério, quem gerencia o benefício é o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Todos os casos passam pela análise de médicos peritos do órgão. Por meio de sua assessoria, o MDS lembrou que os peritos voltaram recentemente ao trabalho depois de quase 140 dias em greve.

Com informações de Ebc

Pernambuco tem mais de 1.600 casos de microcefalia notificados

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De 1º de agosto de 2015 até o dia 20 de fevereiro de 2016, um total de 1.601 casos de microcefalia foram notificados em Pernambuco. Desse total, 620 (38,7%) atendem aos parâmetros da Organização Mundial de Saúde (OMS) para microcefalia, que identifica a malformação em bebês com perímetro cefálico igual ou menor que 32 centímetros. Ao todo, 209 casos foram confirmados e 204 foram descartados – levando em consideração o resultado dos exames de imagem dos bebês. Os números foram divulgados na manhã desta quarta-feira pela Secretaria Estadual de Saúde (SES).

Neste período também foram registrados 11 casos de bebês natimortos e outros sete vieram a óbito logo após o nascimento. Nenhum deles teve a microcefalia como causa básica de morte. Os óbitos aconteceram nos municípios de Recife (3), Ipojuca (3), Araripina (1), Belo Jardim (1), Bodocó (1), Caruaru (1), Floresta (1), Goiana (1), Ipubi (1), Olinda (1), Ouricuri (1), Petrolina (1), São Caetano (1) e São Lourenço da Mata (1).

Desde dois de dezembro, quando a notificação de casos de gestantes com exantemas se tornou obrigatória até 20 de fevereiro,  ao todo 102 municípios do estado notificaram 1.893 casos de gestantes com esse quadro clínico. Desse total, 15 gestantes apresentam confirmação de microcefalia intraútero.

O Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães/Fiocruz confirmou 58 casos de microcefalia relacionados ao vírus zika por detecção do anticorpo IgM no líquido céfalorraquidiano. Os reagentes foram fornecidos pelo Centro de Controle de Doenças dos EUA (CDC). Outros 12 casos deram negativos, totalizando 70 testes realizados.

Em relação às arbovirores, a SES divulgou os números atualizados de chikunginya e zika. De três de janeiro a 20 de fevereiro, foram notificados 3.920 casos suspeitos de chikungunya em 127 municípios. Desses, 154 foram confirmados e 291 descartados. Há 1 óbito em investigação. Em relação ao zika, no mesmo período foram notificados 2.840 casos suspeitos de zika. Ainda não há confirmações de casos em 2016.

 

Protocolo de microcefalia de Pernambuco pode ser usado no mundo, diz OMS

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A Organização Mundial da Saúde (OMS) estuda usar em outros países os protocolos implantados em Pernambuco sobre formas de cuidar de bebês nascidos com malformações neurológicas. “Nós vamos disseminar esse trabalho para que todo o mundo possa se beneficiar do excelente trabalho vindo deste país”. O anúncio é da diretora-geral da OMS, Margareth Chan, que esteve no Recife nesta manhã em visita ao Instituto de Medicina Integral Professor Fernando Figueira (Imip).

O Imip é uma das primeiras instituições de saúde de Pernambuco a atender crianças com microcefalia e se tornou referência no estado. Durante a visita, a diretora conversou com pesquisadores e médicos pernambucanos e assistiu a uma apresentação técnica do instituto de medicina, das secretarias de Saúde Estadual e Municipal sobre as ações de combate aoAedes aegypti e o acompanhamento das pessoas afetadas pelo vírus Zika e demais doenças transmitidas pelo mosquito.

A diretora lembrou que a Polinésia Francesa passou por um surto semelhante em 2013 e 2014, mas que o território não identificou a relação entre o Zika e os problemas neurológicos, como a microcefalia. De acordo com ela, devido à descoberta brasileira a Polinésia Francesa “olhou para trás” e percebeu o mesmo padrão, tornando a relação entre zika e microcefalia mais evidente.

Ela também parabenizou o Brasil pelo bom trabalho e afirmou que o país não está sozinho. O mundo, segundo a diretora da OMS, vai ajudar o país a encontrar meios para combater o Aedes aegypti e o vírus Zika. “A essa altura, o controle do mosquito por vários métodos é a primeira linha de defesa. Infelizmente não temos vacina, um diagnóstico confiável e poucos meios de combater o problema.”

Vestida com uma camisa da campanha Zika Zero, do governo federal, ela também chamou o mosquito de complicado e persistente, já que o Aedes aegypti sempre encontra meios de se adaptar e sobreviver aos métodos de combate empregados por vários países, com casos de dengue e chikungunya.

Pesquisa revela que microcefalia influencia na opinião das pessoas em favor do aborto

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A epidemia de zika associada à microcefalia pode estar influenciando a percepção da população em relação a um tema sempre polêmico: o aborto. Pesquisa realizada pelo Instituto Maurício de Nassau no Recife revela que, embora 64,8% dos entrevistados tenham sido contrários ao direito da mulher abortar bebês com a má-formação, um terço (31,4%) se mostrou favorável. É um percentual alto, quando comparado a levantamentos anteriores. Para se ter uma ideia, o mesmo instituto realizou, em julho do ano passado, uma pesquisa que questionava apenas quem era favorável ao aborto. O resultado foi bem diferente: 8% a favor e 91% contra. O dado obtido no atual levantamento, feito entre os dias 15 e 16 deste mês, traz um recorte interessante: o percentual de pessoas que concordam com a interrupção da gravidez de acordo com os grupos religiosos. Entre os católicos, 32% são a favor, e, entre os evangélicos, esse índice chegou a 15%.

Para o coordenador da pesquisa e professor da Universidade Federal de Pernambuco, Adriano Oliveira, o fator microcefalia incentiva as pessoas a se posicionarem mais favoráveis ao aborto. “Foi uma surpresa esse percentual tão alto. E isso é observado até mesmo entre os entrevistados que se declararam católicos e evangélicos. Quando se coloca a situação dos bebês atingidos pela anomalia, a norma religiosa não está influenciando tanto na opinião dessas pessoas”, analisa o pesquisador.

O levantamento também surpreendeu a coordenadora do Grupo Curumim, Paula Viana. A entidade faz parte da Frente Nacional contra a Criminalização das Mulheres e pela Legalização do Aborto. “Acho o resultado bastante positivo, porque mostra que as pessoas estão fazendo o exercício de se colocar no lugar dessas mulheres. É uma situação extremamente difícil. Temos que falar sobre todas as implicações e ampliar o debate”, defende. Ela acredita que, quanto mais informações sobre o aborto e o direito da mulher de decidir sobre o próprio corpo, maior será o número de pessoas favoráveis à interrupção da gravidez.

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Aborto de bebê com microcefalia chega ao Congresso

Microcefalia

O debate em torno do aborto em casos de microcefalia chegará hoje ao Congresso Nacional. Projeto de lei elaborado pelo deputado federal Anderson Ferreira (PR-PE) será apresentado na Câmara com objetivo de proibir a interrupção da gravidez se o feto for diagnosticado. É mais uma etapa de um debate que ganha corpo e divide opiniões.

O principal argumento para sustentar o projeto de lei, segundo o parlamentar, é a atual legislação, que caracteriza o aborto como crime exceto em casos de estupro, quando há risco de morte da gestante e quando o feto é anencéfalo. “Há uma tentativa de fazer uma seleção de seres humanos. É um erro do movimento feminista se aproveitar de uma epidemia para defender um princípio com o qual não comunga a maior parcela da sociedade. Lembra-me a seleção racial de Hitler”, disse o deputado, em referência a grupos que tentam pleitear junto ao Superior Tribunal Federal alterações nas regras de aborto.

O documento a ser entregue ao STF está sendo elaborado por ativistas, advogados e acadêmicos. “É uma ação de dois eixos. O primeiro, de garantia de políticas amplas de direitos sexuais e reprodutivos, incluindo acesso à testagem de zika vírus a todas as gestantes e, em caso de resultado positivo, encaminhamento a pré-natal de alto risco, caso a mulher deseje prosseguir com a gravidez, ou direito ao aborto legal. O segundo eixo é de políticas sociais focalizadas para a deficiência”, afirma a antropóloga, pesquisadora da Anis e professora da UnB, Debora Diniz.
Para o presidente da OAB-PE, Ronnie Duarte, ainda que houvesse alteração legislativa para permitir o aborto, haveria dúvidas sobre a constitucionalidade. Já a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil se posiciona contra.

Estima-se que no Brasil, anualmente, sejam registrados um milhão de abortos clandestinos. Para a conselheira do Conselho Regional de Medicina de Pernambuco e especialista em bioética, Helena Carneiro Leão, o dado precisa ser considerado.

“As gestantes estão passando por uma tensão e podem entrar em pânico à procura de serviços clandestinos”, afirma, acrescentando que esse “é um tema novo que precisa ser debatido de forma ampla. Não dá mais para fingir que nada acontece, independentemente de crenças, ordenamento jurídico. É preciso analisar caso a caso, não temos como determinar o que é melhor para o outro. Há um princípio da autonomia, da liberdade, que é garantido com informação.”

O dia de hoje é de mudança para a técnica em nutrição Steffany Souza. Aos 21 anos, ela iniciará a jornada de ser mãe. A expectativa em ver o rosto de Evelyn vem acompanhada de um receio. Steffany teve sintomas de zika aos cinco meses e, mesmo diante do pré-natal sem suspeitas, guarda um leve temor. Informação foi determinante para ela decidir seguir com a gravidez. “Cheguei a ficar muito nervosa, mas meus médicos me acalmaram muito. Então, nunca pensei em abortar.”

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