Três medidas provisórias têm prazo de vigência prorrogado

eee0830a-64dd-49a4-9507-8d3f97a0de50O Presidente do Congresso Nacional Senador Renan Calheiros (PMDB) de Alagoas, decidiu prorrogar para mais 60 dias o prazo de vigência de três Medidas Provisórias que estão sendo analisadas em comissões mistas, entre elas a MP 733/2016, que autoriza a renegociação e a liquidação de dívidas de Crédito Rural contraídas até 2011 de agricultores do nordeste norte de Minas e norte do Espírito Santo os descontos nas dívidas variam de 50 a 95% dependendo dos valores e das datas em que foram contratados.

Para o Senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) de Pernambuco, a MP é uma importante ferramenta para o desenvolvimento econômico principalmente do Nordeste. “Que essa medida poderá gerar milhares de empregos no semiárido nordestino, porque nós vamos resgatar a capacidade do setor rural de contrair novos empréstimos e vai ser possível investir na propriedade, vai significar um período de ressurgimento do setor rural do nordeste brasileiro”.

Também foi prorrogado o prazo de vigência da MP 735 que alterou cinco leis do setor elétrico brasileiro. Há mudanças, por exemplo, no Plano de Redução de Despesas da Conta de Desenvolvimento Energético (ACDE) e para diminuir os custos da união na geração de energia elétrica.

Já a MP 734/2016 liberou apoio financeiro de R$ 2,9 bilhões da União ao governo do Rio de Janeiro, para auxílio nas despesas com os Jogos Olímpicos. A presidente na comissão mista é a deputada federal Rosângela Gomes (PRB-RJ) e o relator, o senador Eduardo Lopes (PRB-RJ).

As medidas provisórias foram prorrogadas de acordo com o artigo 10 da Resolução 1/2002 do Congresso Nacional. Se uma medida provisória não tiver sua votação encerrada na Câmara e no Senado no prazo de 60 dias da publicação no Diário Oficial da União, é automaticamente prorrogada uma única vez por igual período. A prorrogação se dá por ato do presidente da Mesa do Congresso, no caso, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL).

Zelotes: réu arrola Dilma como testemunha em caso de ‘compra’ de MPs

dilma

Um dos alvos de processo que apura a suposta compra de medidas provisórias no governo federal, o advogado Eduardo Gonçalves Valadão arrolou a presidente Dilma Rousseff como uma de suas testemunhas de defesa. A petista consta do rol de 63 pessoas, entre elas várias autoridades, indicadas pelos advogados do réu para prestar depoimento à Justiça Federal.

Além de Dilma, a defesa de Valadão propõe as oitivas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do seu ex-chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, cujas intimações já foram determinadas a pedido de outro réu, o lobista Alexandre Paes dos Santos, o APS. Também estão na lista o governador de Minas, Fernando Pimentel (PT), o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e o ministro da Educação, Aloizio Mercadante (PT), além de vários congressistas.

Como parlamentares ou integrantes do governo, todos participaram, segundo a defesa, do processo para editar duas das três medidas provisórias sob suspeita de ter sido compradas, convertendo-as em lei no Congresso Nacional. O caso, revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo em outubro, é investigado na Operação Zelotes.

Dilma era ministra-chefe da Casa Civil entre 2009 e 2010, quando a MP 471 foi editada e discutida no Legislativo. Ela não estava mais no cargo meses depois, quando a MP 512 foi gestada no governo, mas, como presidente recém-eleita, sancionou o projeto que a transformou em lei, em 2011.

As duas normas concedem incentivos fiscais a montadoras, suspeitas de contratar lobistas para pagar propina a políticos e servidores públicos, em troca de obter os benefícios.

Eduardo é um jovem advogado, desconhecido de parlamentares ou qualquer figura pública, que não tem qualquer especialidade eleitoral, e a investigação de suposta venda de legislação (que não ocorreu, como restará demonstrado, se for o caso, ao final da instrução criminal) não pode ser levianamente imputada a Eduardo, contra quem a acusação não comprova qualquer conduta, seja de corrupção ou de outro delito”, diz a defesa do réu. Com informações do estadão Conteúdo.

Lula depõe na Zelotes sobre venda de MPs

Lula PF

O ex-presidente Lula (PT) prestou depoimento à Polícia Federal ontem (06) por quase cinco horas no âmbito da Operação Zelotes, que investiga a venda de MPs que beneficiaram o setor automobilístico.

Ele foi questionado sobre sua relação com Mauro Marcondes, se recebeu pedidos do lobista por meio de Gilberto Carvalho e se tem conhecimento do repasse de R$ 2,5 milhões feito por Marcondes à LFT Marketing, do caçula Luís Claudio Lula da Silva.

Segundo a Folha, o interrogatório começou às 14h30 e só terminou após as 19h. O depoimento, que devia ter acontecido no final do mês passado, foi adiado a pedido da defesa de Lula. Como sempre, ocorreu em local secreto.

O Instituto Lula divulgou nota informando que:

“As duas MPs geraram dezenas de milhares de empregos de qualidade em sete parques industriais na Bahia, Pernambuco, Ceará, Amazonas e Goiás. Ambas resultaram de reivindicações e diálogo com lideranças políticas, governadores, sindicalistas e empresários, amparadas em exposições de motivos ministeriais que levaram em conta a geração de empregos, renda, incorporação de tecnologia e arrecadação para os Estados em decorrência dos incentivos federais.”

Se era uma reivindicação de tantos setores, por que o lobista Mauro Marcondes precisou recorrer ao jeitão “low profile” do amigo Gilberto Carvalho para pedir a Lula que editasse a Medida Provisória?

Em outra nota o Instituto Lula ressaltou que o ex-presidente não é investigado e que depôs à PF na condição de informante.

É verdade, mas ficar quase cinco horas sob interrogatório indica que a situação do petista está longe de ser confortável.