Reintrodução da ararinha-azul na natureza deve começar no ano que vem

(Foto: Internet)

A ararinha-azul (Cyanopsitta spixii), extinta na natureza desde 2000, deve voltar a voar nos céus brasileiros em breve. A ave, natural da Caatinga nordestina, principalmente nas cidades de Juazeiro e Curaçá, ambos na Bahia, ainda é criada em cativeiro. Segundo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), ainda existem cerca de 150 ararinhas mantidas por criadores no Brasil e no exterior.

O processo de reintrodução deve começar em março do ano que vem, quando deverão chegar ao Brasil 50 ararinhas que serão trazidas da Alemanha, por meio de uma parceria do governo federal com criadores europeus.

Para receber as ararinhas-azuis, a União criou em junho deste ano um refúgio de vida silvestre de cerca de 30 mil hectares em Curaçá, que será envolvido por uma área de proteção ambiental de mais cerca de 90 mil hectares.

O processo de reintrodução da ave envolve a readaptação dos indivíduos à natureza, o que leva algum tempo. De acordo com Pedro Develey, diretor executivo da Save Brasil, que colaborou com o projeto de criação da unidade de conservação de Curaçá, as aves deverão ser soltas entre 2020 e 2023.

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Veados são devolvidos à natureza na Zona Rural de Salgueiro

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A manhã de ontem, 8, foi especial para duas fêmeas de veado-catingueiro e uma fêmea de tamanduá-mirim que estavam sob os cuidados do Centro de Triagem de Animais Silvestres do Centro de Conservação e Manejo de Fauna da Caatinga (Cemafauna). Os animais foram devolvidos ao seu habitat numa reserva ambiental localizada a 80km de Petrolina, no sertão pernambucano sob acompanhamento de analistas ambientais do IBAMA de Salgueiro-PE.

De acordo com a médica veterinária do Centro, Adriana Alves, os indivíduos chegaram ao Cemafauna através de entregas voluntárias realizadas em períodos diferentes ao IBAMA Salgueiro. A primeira fêmea de veado-catingueiro foi entregue, em junho de 2012, já adulta e vivia em cativeiro doméstico o que a deixou extremamente dócil, exigindo assim um período de quarentena mais longo para que pudesse se adaptar a outros de mesma espécie e temesse mais a presença humana; a outra fêmea de veado veio filhote em março de 2015 e a fêmea adulta de tamanduá-mirim chegou em janeiro deste ano.

 “Durante o tempo em que cada uma esteve conosco, corrigimos a alimentação, vermifugamos e os colocamos nos recintos para mamíferos com os devidos cuidados, pois os veados são animais muito sensíveis e sofrem muito tanto com o transporte, separação, quanto com mudança de ambiente. Por isso, nós damos um prazo de pelo menos uma semana para avaliar o estado de saúde, o aceite da alimentação para depois realizarmos o manejo de fato”, salientou.

 Sobre a reserva ambiental, trata-se de uma área particular legalizada pelo IBAMA há mais de 10 anos, contando 600 hectares e mais um raio de 18 quilômetros de caatinga preservada sem indícios de pressão de caça tanto para consumo próprio quanto para tráfico ilegal. De acordo com o analista ambiental do IBAMA, José da Luz Alencar, o principal motivo para a escolha desta unidade de conservação ambiental é que além de ser uma área extensa com habitat nativo resguardado, há ainda a possibilidade de acompanhamento dos animais após a soltura, uma vez que eles permanecem por um longo tempo na propriedade.

 “Nessa unidade os animais têm uma área de entorno também extensa para que possam se adaptar plenamente ao bioma e assim darem continuidade a sua espécie totalmente livres e protegidos”, afirmou. Quanto à localização da propriedade vale ressaltar que os órgãos ambientais orientam que não seja revelada, por questão de segurança dos animais e das solturas futuras.

Com informações da Ascom

Pesquisadores são convocados para participar de Edital que apoia projetos de conservação da natureza

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Pesquisas sobre o Mico-leão-dourado ou outras espécies ameaçadas, desenvolver alternativas que diminuam a pressão da pesca sobre a vida marinha, criar unidades de conservação em ecossistemas únicos como a Caatinga. Essa é a proposta do edital público que inscreve pesquisadores que apoiam projetos de preservação da natureza.

 As inscrições estão abertas até 31 de março e a submissão das propostas é realizada exclusivamente pelo site www.fundacaogrupoboticario.org.br. Para concorrer ao apoio é preciso que a iniciativa seja realizada por instituições privadas sem fins lucrativos, como fundações ligadas a universidades e organizações não governamentais.

O edital é dividido em três linhas temáticas. Uma delas objetiva a criação ou ampliação de Unidades de Conservação de Proteção Integral e Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs), além de executar ações prioritárias indicadas em seus planos de manejo.

Outra linha prioriza iniciativas para as espécies brasileiras ameaçadas de extinção. Esses projetos devem ter como objetivo a execução das ações previstas nos Planos de Ação Nacional (PANs), buscando melhorar os seus status de conservação. Também são previstas ações emergenciais para aquelas que ainda não possuam PANs ou que enquadrem uma espécie em listas oficiais de ameaças.

O terceiro foco do edital é voltado para iniciativas que visem minimizar as ameaças à biodiversidade dos ecossistemas costeiros e marinhos, que estão longe da meta de proteção da Convenção da Diversidade Biológica – que indica a necessidade de conservar 10% desses ambientes, sendo que o Brasil conserva atualmente apenas 1,57%.