Cia Biruta de Teatro realiza oficina em comunidades de Orocó

(Foto: ASCOM)

O grupo de teatro, que tem sede em Petrolina (PE), percorreu as comunidades quilombolas Mata de São José, Remanso, Umburana e Viturino, com uma turma de 25 jovens descendentes de quilombos representantes das quatro localidades que compõem o território Águas do Velho Chico, localizado no município de Orocó (PE).

Durante quatro dias, 9, 10, 11 e 12 e fevereiro, a Companhia Biruta realizou oficina de formação em técnicas de iniciação teatral para jovens quilombolas. Foram momentos intensos de troca entre a cultura negra e os saberes teatrais do grupo que comemora 10 anos de atuação teatral no Sertão do São Francisco.

Para o ator e produtor Antônio Veronaldo, a oficina foi para o grupo uma verdadeira vivência de imersão na comunidade, onde participaram do dia a dia dos moradores.

“A oficina proporcionou para gente uma vivência que fortalece nosso fazer artístico e seu sentido. Foi muito importante poder acompanhar a vida da comunidade, comer junto, conversar e presenciar suas lutas. Compreender a luta quilombola dentro da comunidade faz toda diferença para que nós que somos um grupo da periferia da cidade e busca no seu fazer esses laços comunitários”, afirmou Veronaldo.

(Foto: ASCOM)

Uma iniciativa realizada de forma independente pela Cia Biruta, a oficina se deu de forma itinerante, percorrendo as quatro comunidades que compõem o território. O principal objetivo foi promover a iniciação teatral como forma de expressão e comunicação em torno das questões de identidade.

Utilizando as associações quilombolas e os espaços ao ar livre em integração com ecologia do lugar, a metodologia proposta pela Cia Biruta buscou integrar a corpo, território e cultura dentro do contexto quilombola.

“Compartilhamos procedimentos que costumamos usar na nossa comunidade, na nossa pesquisa teatral e na nossa busca estética. Somos do contexto da periferia urbana, mas nossa metodologia se abre ao diálogo com as questões quilombolas a partir do momento em que escolhemos que nosso teatro tem, cada vez mais, a ver com o sentimento de pertencimento e a compreensão das identidades ribeirinhas e sertanejas em seus processos históricos e sociais”, pontuou a atriz e produtora cultural, Cristiane Crispim.