​​​​​Petroleiros iniciam greve; Petrobras quer garantir abastecimento

(Foto: Heudes Régis/ JC Imagem)

Mais de 7 mil funcionários em dez estados participam da greve dos petroleiros, iniciada na madrugada do último sábado (1º), segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP). Os grevistas representam 12% dos 55 mil empregados da Petrobras.

De acordo com a FUP, a mobilização atinge 15 unidades da empresa e subsidiárias, como a Transpetro, a Refinaria Duque de Caxias (Reduc) e a Refinaria do Nordeste (RNEST). Em Pernambuco foram atingidas pela paralisação a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) e o Terminal Aquaviário de Suape (TA Suape).

A Petrobras não confirmou o número de funcionários que aderiram ao movimento, mas informou, por meio de nota, que tomou “as providências necessárias para garantir a continuidade da produção de petróleo e gás e o processamento em suas refinarias, bem como o abastecimento do mercado de derivados e as condições de segurança dos trabalhadores e das instalações”.

A greve, por tempo indeterminado, foi aprovada pelos 13 sindicatos filiados à FUP. De acordo com o diretor da federação, Gerson Castelano, o movimento contesta as mil demissões feitas pela Petrobras na Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados do Paraná (Fafen-PR), sem respeitar o acordo coletivo de trabalho.

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Mesmo com liminar do TST, petroleiros deflagram paralisação hoje

Os petroleiros afirmam que o movimento é uma reação à política de preços dos combustíveis. (Foto: Facebook)

A Federação Única dos Petroleiros (FUP)  anunciou hoje (30) que, mesmo com a liminar do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que considerou a greve abusiva, a paralisação da categoria foi iniciada e atinge refinarias, terminais e plataformas da Bacia de Campos. O movimento programou atos e manifestações ao longo do dia.

Pelo balanço da FUP, os trabalhadores cruzaram os braços nas refinarias de Manaus (Reman), Abreu e Lima (Pernambuco), Regap (Minas Gerais), Duque de Caxias (Reduc), Paulínia (Replan), Capuava (Recap), Araucária (Repar), Refap (RS), além da Fábrica de Lubrificantes do Ceará (Lubnor), da Araucária Nitrogenados (Fafen-PR) e da unidade de xisto do Paraná (SIX).

A FUP informou que não houve troca dos turnos da 0h nos terminais de Suape (PE) e de Paranaguá (PR). Segundo a federação, na Bacia de Campo os trabalhadores também aderiram à paralisação em diversas plataformas.

Reivindicações

Os petroleiros afirmam que o movimento é uma reação à política de preços dos combustíveis, de crítica à gestão na Petrobras e contra os valores cobrados no gás de cozinha e nos combustíveis.

A paralisação dos petroleiros ocorre três dias depois de o presidente Michel Temer e equipe negociarem um acordo com os caminhoneiros. Por mais de uma semana, os caminhoneiros pararam o país, provocando desabastecimento nos postos de gasolina, supermercados e prejuízos à economia.

Centrais sindicais anunciam novas manifestações para esta quarta-feira (30)

(Foto: Reprodução/ Internet)

A página da Central Única dos Trabalhadores (CUT) na internet, trás uma convocação para novas manifestações para esta quarta-feira (30) em todo o país, quando o petroleiros também devem parar as atividades por 72 horas. Segundo a CUT, os protestos serão pela redução do preço do diesel, da gasolina e do gás de cozinha, pela mudança na política de preços, em defesa da Petrobras como empresa pública, pela saída de Pedro Parente da presidência da companhia e por eleições livres e democráticas.

A decisão de fazer novas manifestações foi tomada durante reunião nesta segunda-feira (28) na sede da CUT, em São Paulo. Segundo a Central Única dos Trabalhadores, as frentes, que representam mais de 100 entidades, entre elas CUT, MST, MTST, CTB, Intersindical, CMP, UNE e Marcha Mundial das Mulheres, entre outras, divulgaram uma nota chamando a população e explicando as razões da manifestação nesta quarta.

“O povo brasileiro está indignado com o alto custo de vida, o valor do gás e do combustível, que já aumentou mais de duzentas vezes em dois anos e exige respostas imediatas.Por isso, apoiamos a luta dos caminhoneiros em greve e dos petroleiros que iniciarão uma greve de advertência de 72h a partir de 0h do dia 30. Nosso apoio se concretiza com solidariedade e luta! Portanto chamamos todas as pessoas a participarem do Dia de Luta em todo o país nesta quarta-feira, dia 30 de Maio”, diz trecho da nota.

“Privatização da Petrobras não está madura para ser discutida”, diz Parente

O tom duro do discurso de Pedro Parente, na quinta-feira, na Petrobras, causou revolta entre petroleiros e sindicatos da categoria/Foto: internet

O tom duro do discurso de Pedro Parente, na quinta-feira, na Petrobras, causou revolta entre petroleiros e sindicatos da categoria/Foto: internet

Apontado por centrais sindicais como “ultra liberal” e “privatista”, o novo presidente da Petrobras, Pedro Parente, afirmou nesta sexta-feira (3) que a privatização da estatal “não está madura” para ser discutida com a sociedade. Segundo o executivo, em entrevista a uma rádio gaúcha, a decisão sobre uma eventual privatização da petroleira caberia ao acionista controlador, a União, mas disse que o tema não foi abordado em conversa com o presidente Michel Temer.

“Não vim para cuidar de privatização da Petrobras. Não é este o meu mandato. Não vou perder tempo com essa questão, porque não está madura para uma discussão na sociedade”, afirmou o executivo na entrevista, veiculada nesta manhã. “Esse tema não se coloca para nós. Isso é uma decisão de acionista controlador. Eu não vejo essa discussão acontecendo no governo e não foi parte da conversa do presidente Temer comigo”, completou.

Parente disse que sua missão à frente da petroleira é “resgatar” a companhia. Segundo ele, sua prioridade é a recuperação financeira da empresa, com a redução do endividamento. Para tanto, ele voltou a descartar uma capitalização da estatal pelo governo, opção apontada por analistas de mercado como necessária nos próximos dois anos.

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