Óleo encontrado em mais uma praia do RJ é compatível ao do Nordeste

Depois de atingir Nordeste, óleo está aparecendo no Sudeste (Foto: Divulgação/Prefeitura de São Francisco de Itabapoana)

A força-tarefa que monitora as praias do Brasil afirmou que o fragmento encontrado na praia de Santa Clara, em São Francisco de Itabapoana (RJ) é compatível ao encontrado no litoral nordestino e também, do Espírito Santo. De acordo com o Grupo de Acompanhamento e Avaliação (GAA), essa é a segunda praia do RJ atingida pelo óleo.

20 gramas do óleo foram recolhidos e analisados pelo grupo, formado pela Marinha, Agência Nacional de Petróleo (ANP) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). As equipes estão monitorando a situação, para evitar um maior dano.

Durante o final de semana, o GAA também coletou materiais na praia de Guriri, também em São Francisco de Itabapoana; no Canal das Flechas, em Quissamã; e na praia do Barreto, em Macaé, todas no Rio de Janeiro. Até o momento não houve confirmação de compatibilidade.

Operação Mácula: navio grego pode ser o responsável por mancha de óleo nas praias do Nordeste

A Polícia Federal deflagrou hoje (1°) a Operação Mácula, para investigar um navio petroleiro da Grécia. Ele é o principal suspeito pelo derramamento de óleo no litoral nordestino. A ação está sendo realizada com apoio da Interpol.

Segundo a PF, a embarcação atracou na Venezuela em 15 de julho e ficou no país por três dias. Em seguida partiu para Singapura e aportou na África do Sul. O vazamento teria ocorrido a 700 km da costa brasileira, entre 28 e 29 de julho durante a viagem do navio.

Desde setembro uma força-tarefa envolvendo entidades como Marinha do Brasil e Ibama vem tentando identificar a origem do óleo. Esse navio grego pertence a uma empresa da Grécia, mas ainda não há dados disponíveis sobre a propriedade do petróleo transportado.

Justiça Federal de Pernambuco afirma que União não acionou PNC

Praia de Itapuama foi uma das afetadas em PE (Foto: Arthur de Souza/Folha de Pernambuco)

O Tribunal Federal da 5ª Região (TRF-5) encaminhou um recurso ao Ministério Público Federal (MPF) listando dez pontos para provar à Justiça que a União ainda não acionou o Plano Nacional de Contingência Para Incidentes de Poluição por Óleo (PNC) nos termos da legislação.

Desde o dia 30 de agosto, manchas de óleo já atingiram 249 localidades em 92 municípios dos nove estados do Nordeste. O TRF-5 afirma que plano precisa ser colocado em funcionamento para tentar amenizar os danos causados à flora e fauna marítima.

O MPF diz que o comitê de suporte do PNC, composto por 17 órgãos, entre eles a Casa Civil da Presidência da República e outros ministérios do governo federal não teve uma única reunião para debater a questão das manchas de óleo.

Em visita a Pernambuco na semana passada, o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, havia dito que desde o início do aparecimento do óleo, o PNC foi mobilizado para mitigar o desastre.