Mais Médicos: governo abrirá edital ainda nesse mês

O programa Mais Médicos continuará e um novo edital foi anunciado pelo Governo Federal na segunda-feira (13). Segundo o Ministério da Saúde, as inscrições poderão ser feitas de 27 a 29 de maio, para vagas de assistência básica, o chamado atendimento primário e de baixa complexidade. O edital está disponível no Diário Oficial da União.

A perspectiva do ministério é contratar cerca de 2 mil médicos, com especialidades diferentes, para trabalharem em 790 municípios, inclusive em áreas de difícil acesso como aldeias indígenas, comunidades quilombolas e moradores de casas ribeirinhas isoladas e assentamentos à margem de rios.

Nesse novo edital a preferência é para médicos brasileiros, com CRM nacional e título de especialista e/ou residência médica em medicina da família, obtidos no país. Contudo, o Ministério assegura que “caso haja vagas remanescentes dessa primeira etapa, as oportunidades serão estendidas, em um segundo chamamento público, aos profissionais brasileiros formados em outros países e que já tenham habilitação para o exercício da Medicina no exterior”.

Mais Médicos: 15% dos brasileiros que entraram após saída de cubanos desistiram

15% dos médicos brasileiros que se inscreveram e foram aprovados no Mais Médicos, após a saída dos cubanos, desistiram de participar do programa. O levantamento foi feito pelo jornal Folha de São Paulo, indicando que ao menos 1.052 médicos que assumiram entre dezembro de 2018 e janeiro deste ano já deixaram as vagas.

Ao todo, 7.120 brasileiros ingressaram nas duas primeiras rodadas de seleção abertas após o fim da participação de Cuba no Mais Médicos. Além desses, a previsão era que outros 1.397 médicos, todos brasileiros formados no exterior, iniciassem atividades até o fim da última semana.

Segundo o ministério, o tempo médio de permanência dos dois primeiros grupos de profissionais variou de uma semana a três meses. Os principais motivos relatados aos municípios para a saída foram a busca por outros locais de trabalho e por cursos de especialização e de residência médica.

As primeiras desistências, diz, ocorreram ainda na época de inscrições, o que acabou por prorrogar o processo. Dados do Ministério da Saúde apontam que o perfil de cidades onde ocorreram as primeiras desistências varia. Município com 20% ou mais da população em extrema pobreza contabilizaram 324 desistências, 31% do total. Em seguida estão capitais e regiões metropolitanas somam 209 desistências, ou 20%. (Com informações da Folha de São Paulo).

Mais Médicos: vagas do Norte e Nordeste têm maior índice de desistências

Norte e Nordeste concentram a maior parte das vagas com desistências no programa federal Mais Médicos. Dos 842 postos antes ocupados por profissionais cubanos e agora sem inscritos nos editais do Governo Federal, 85% estão no Norte e 51% no Nordeste.

Amazonas e Pará são os estados mais prejudicados com a falta de médicos e os dados do Ministério da Saúde mostram ainda que, um em cada quatro postos sem inscritos está em distrito sanitário indígena. Elas estão espalhadas no Acre, Amapá, Amazonas, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

Por outro lado, nenhuma vaga no Sudeste ficou sem interessado. Já na região Sul, somente 62 vagas no Rio Grande do Sul não tiveram inscritos. Nos locais sem médicos o atendimento está sendo prejudicado, a exemplo de Paragominas, no Pará.

O município tem o maior número de vagas sem inscritos: 240 no total. Segundo o coordenador da Atenção Primária de Saúde do município, Roberto Gomes, a saída dos cubanos do Brasil representa uma perda a ser corrigida apenas quando os novos profissionais ocuparem as vagas. “Contamos que os médicos venham e fiquem no município. Eles fazem parte do nosso planejamento da atenção básica e a população conta com isso”, disse,

Com informações de A Tarde

Para novo ministro da Saúde, prevenção a doenças sexualmente transmissíveis deve ser feita sem “invadir” lares

(Foto: Reprodução/Facebook)

Futuro ministro da Saúde na gestão de Jair Bolsonaro (PSL), o médico e deputado federal Luiz Henrique Mandetta afirma que o governo precisa voltar a estimular políticas de prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo Mandetta afirmou que é dever do Estado tomar cuidado para não ofender as famílias. “Vamos ter que ver a maneira como isso se dá sem ofender as famílias, sem ofender aqueles que entendem que isso possa ser uma invasão do Estado em seu ambiente familiar. Mas de alguma maneira temos que disponibilizar isso, tem que estar mais próximo das pessoas”, destacou.

Mandetta faz ainda críticas à atual política de controle do HIV. “Temos que rever o padrão de comunicação [da política de prevenção do HIV]. Como falo sobre sífilis e Aids para um adulto jovem? A linguagem atual claramente não está surtindo efeito. Será que temos que fazer rodas de conversa? Será que temos que provocar as famílias para que elas discutam isso dentro de suas casas? Como dizer para esse jovem que a sexualidade é boa e deve ser exercida na sua plenitude, mas que há riscos que passam por essas doenças sexualmente transmissíveis?”, afirmou o ministro.

Na entrevista Mandetta também disse que deve revogar o programa Mais Médicos, criado na gestão do Partido dos Trabalhadores. Recentemente as mudanças no programa resultaram na saída de profissionais cubanos do país, mas muitas localidades no interior do país estão sem médicos.

Com informações da Folha de São Paulo

30% dos profissionais inscritos no Mais Médicos não se apresentam

Cerca de 30% das vagas abertas no programa Mais Médicos a profissionais brasileiros não foram preenchidas. A situação fez o Ministério da Saúde prorrogar o prazo para apresentação dos médicos até esta terça-feira (18). De acordo com a pasta, dos 8.411 médicos inscritos no edital, 2.520 não compareceram nem iniciaram as atividades nas cidades até as 17 horas de ontem.

106 vagas do edital não foram procuradas pelos profissionais, a maioria em distritos sanitários indígenas. Na sexta-feira (14) o ministério também prorrogou o prazo a brasileiros e estrangeiros formados no exterior que tenham interesse em participar do programa.

Finalizado o período para apresentação dos brasileiros e de inscrição dos formados no exterior, as vagas remanescentes serão ofertadas de acordo com o seguinte cronograma: nos dias 20 e 21, médicos com registro brasileiro poderão escolher municípios com postos vagos e, nos dias 27 e 28, será a vez dos profissionais brasileiros formados no exterior.

Para os profissionais estrangeiros formados no exterior, a escolha de vagas será nos dias 3 e 4 de janeiro do ano que vem.

Com informações do Diário de Pernambuco

“Mais Médicos”: vereadores pedem Moção de Aplauso a cubanos que atuaram na região

(Foto: Blog Waldiney Passos)

A saída dos médicos cubanos do país repercutiu na Câmara de Vereadores de Petrolina na sessão de terça-feira (20) quando alguns edis lembraram o trabalho dos profissionais e lamentaram a saída dos estrangeiros. Alguns desses médicos já deixaram o Brasil, interrompendo o atendimento nas comunidades.

“Eles prestaram um relevante serviço à nação brasileira, foi uma atitude acertada [firmar a parceria com Cuba]. Os médicos cubanos salvaram a vida de brasileiros, foi um trabalho importante. Petrolina recebeu os médicos cubanos e eles prestaram um relevante serviço. Como brasileiro presto essa homenagem”, destacou Ronaldo Cancão (PRTB).

Repúdio às vaias

Além de elogiar o trabalho dos cubanos, Cancão repudiou os médicos brasileiros que vaiaram os estrangeiros no início do programa. “Foi um trabalho bonito, o Brasil precisava desse serviço”, disse. Outro vereador a reconhecer o trabalho dos estrangeiros foi Zenildo Nunes (PSB).

“A gente parabeniza a todos os cubanos, foram profissionais que tinham compromisso com as pessoas mais simples do nosso país. Iam até o curral atender a comunidade. É lamentável [a saída]”, os cubanos nunca mediram distância para atender, destacou Zenildo.

Ontem (21) o Governo Federal abriu as inscrições para preenchimento das vagas deixadas pelos médicos. São mais de oito mil postos de trabalho espalhados em mais de 200 municípios do Brasil.

Com saída de cubanos, cerca de 600 cidades podem ficar sem médico, diz entidade nacional

Médico cubano atende paciente no Ceará (Foto: José Leomar/Diário do Nordeste)

Com a saída dos cubanos do programa “Mais Médicos”, cerca de 600 municípios brasileiros podem ficar sem nenhum médico da rede pública a partir do dia 25 de novembro, segundo o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems).

De acordo com o presidente da entidade, Mauro Junqueira, essas cidades possuem somente médicos cubanos, que começam a deixar o programa federal em 25 de novembro – a data já constava de um comunicado do governo cubano a médicos que atuam no Paraná, conforme adiantou o G1. Os últimos cubanos deverão deixar o país até o Natal.

Na última quarta-feira (14), o governo de Cuba anunciou a decisão de deixar o Mais Médicos, citando “referências diretas, depreciativas e ameaçadoras” feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) à presença dos médicos cubanos no Brasil. Bolsonaro afirma que o governo cubano deixa o programa por não concordar com o teste de capacidade. Para ele, é “desumano” dar aos mais pobres atendimento médico “sem garantia”.

Cuba enviava profissionais para atuar no Brasil desde 2013, quando o programa foi criado durante o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Pouco mais da metade dos atuais 16 mil participantes do Mais Médicos são de Cuba.

Como medida emergencial para suprir as vagas que serão abertas, o Ministério da Saúde disse que lançará um edital nos próximos dias. Na segunda-feira (19), representantes do Conasems e do Ministério da Saúde vão se reunir para discutir detalhes do edital. Junqueira explica que o objetivo é tentar encurtar ao máximo os prazos de convocação dos novos médicos para preencher o quanto antes as vagas.

“O ministério se comprometeu a publicar o edital e aí tem os prazos legais para a primeira chamada. Queremos ver se é possível diminuir os prazos para os primeiros médicos já começarem a trabalhar em fevereiro [de 2019]”, afirmou.

Na avaliação dele, a situação nesses cerca de 600 municípios deverá ficar mais crítica em janeiro, quando os médicos cubanos já terão partido e os brasileiros ainda não estarão aptos a trabalharem. “Se for apenas um mês, dá para passar, mas ficará muito complicado se demorar três ou quatro meses para preencher essas vagas”, disse.

Segundo Junqueira, a situação se agrava porque atualmente já há cerca de 1.600 vagas dentro do programa não preenchidas.

Chamadas e substituição

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