Vazão da barragem de Sobradinho cai mais uma vez

Lago sobradinho

A Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) iniciou na última quinta-feira (7), os testes para redução gradual da vazão mínima do reservatório da Hidrelétrica de Sobradinho (BA) para o Rio São Francisco. Desde o início da manhã de ontem, o volume de água que sai do reservatório está em 850 metros cúbicos por segundo (m³/s), índice que será mantido até o próximo dia 13. A partir do dia 14, a vazão deve passar para 800 m³/s.

A redução da vazão, definida na última terça-feira (5), é necessária para que o volume de água na barragem não chegue a zero, o que prejudicaria a geração de energia na região. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), o reservatório da Usina Hidrelétrica de Sobradinho está em 2,06% de sua capacidade máxima.

O volume de água que sai do reservatório de Sobradinho em direção à foz do Rio São Francisco vem sendo modificado nos últimos anos por causa da falta de chuvas na região. A vazão mínima do reservatório é de 1.300 m³/s, mas já foi reduzida, a pedido do ONS, para 1.100 m³/s, depois para 1.000 m³/s e, em junho, passou para 900 m³/s.

Presidente da Chesf afasta risco de apagão e racionamento de água na região

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Foto Waldiney Passos

Acompanhado do Dr. Elder Falcão e Dr. Paulo Barbosa, respectivamente diretor de administração e chefe de gabinete da diretoria de operações da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf), o presidente da Companhia, José Carlos de Miranda Farias, reuniu a imprensa na manhã desta quinta-feira (17), em um hotel no centro de Petrolina-PE, para comunicar que a partir da próxima segunda-feira (21), com a anuência e condicionantes do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), poderá, paulatinamente, reduzir a vazão da barragem de Sobradinho de 900 para 800 m3/s. Atualmente a vazão que está chegando no rio é de 1.500 m3/s, registrados ontem (16) na cidade de Xique Xique – BA.

José Carlos disse que as chuvas que caíram nos últimos dias foram suficientes para garantir a geração de energia da Chesf sem ameaçar o abastecimento de água para as pessoas e perímetros irrigados. “Se o reservatório atingisse o nível mínimo em que as turbinas podem operar, nós ainda teríamos 6 bilhões de metros cúbicos para atender aos outros usos, principalmente as partes de abastecimento humano e irrigação”.

O presidente ressaltou, no entanto, que apesar da situação hoje superar as expectativas negativas (a previsão era que até o final deste mês de dezembro a barragem deixasse de gerar energia), mesmo o lago estando com 1,86% acima do volume mínimo para geração de energia, a preocupação da companhia é de garantir água no futuro já que não se sabe ao certo até quando continuá chovendo. “Como nós não podemos garantir que as chuvas vão continuar e como o nível de Sobradinho está baixo, é prudente que poupemos para termos mais água no futuro”.

Para não prejudicar as populações ribeirinhas José Carlos assegurou que a redução da vazante, que segundo ele não vai trazer nenhum dano ambiental à região, vai ser feita de forma gradativa. “Nós estamos fazendo todo um trabalho de comunicação, levantando todas as condicionantes, para que as populações se adequem a essa realidade”, pontuou.

A possibilidade de apagão foi descartada pelo presidente da Chesf apesar da região está passando pela pior seca dos último 18 anos devido ao fenômeno El Niño.