Sete anos após morte da filha, Lucinha Mota destaca importância da população para que Caso Beatriz não caísse no esquecimento

Na manhã deste sábado (10), Lucinha Mota e o grupo Somos Todos Beatriz participaram de uma caminhada pedindo justiça. Hoje completam-se sete anos da morte da menina Beatriz Angélica Mota, assassinada dentro do Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora, em Petrolina.

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O grupo caminhou cerca de 8km, saindo da Orla até o Batalhão da Polícia Militar de Pernambuco. Emocionada, Lucinha lembrou que são anos de luta e o grupo, além da população, são importantes para que o caso não caía no esquecimento.

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Lagoa Grande: envolvidos na morte de servidor público serão julgados nesta segunda-feira

No dia 28 de outubro de 2017 a cidade de Lagoa Grande, no Sertão do São Francisco, se chocou com a morte de Jean da Silva, servidor público que tinha 29 anos. Ele foi assassinado a pedradas durante a madrugada. E hoje (25) os dois acusados pelo crime serão julgados.

Segundo a Justiça de Pernambuco, Janderson Oliveira dos Santos e Matheus Bezerra da Silva, foram qualificados nos autos como os autores do crime. O homicídio foi praticado em um terreno baldio, por trás de uma loja de material de construções, no Centro da cidade.

“Os ora denunciados, utilizando-se de instrumentos contundentes, consubstanciados por paus e pedras, desferiram vários golpes contra a vítima“, consta da denúncia de homicídio qualificado (quando o autor ou autores têm, a intenção de matar por um motivo específico, seja por discriminação religiosa, racial ou sexual).

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Caso Beatriz: Caminhada por Justiça começa na madrugada deste domingo

Na madrugada deste domingo (5), Lucinha Mota inicia sua jornada até Recife. O pontapé da Caminhada por Justiça será dado no Posto Paizão, em Petrolina, às 4h. O percurso do primeiro dia deve ser concluído em Nova Descoberta, zona rural, após 37 km percorridos.

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Lucinha fará o percurso a pé, mas com paradas estratégicas para descanso e com limitação no horário da caminhada, por questões de segurança. Durante todo tempo, ela estará acompanhada por profissionais da saúde e atletas. Hoje (4), ela recebeu a bênção da mãe e logo.

Caso Beatriz: Nova Live questiona a presença de uma camisa suja de sangue na cena do crime

Os movimentos que eram realizados pelo coletivo “Somos Todos Beatriz” antes da pandemia do novo coronavírus foram substituídos por debates ao vivo realizados em plataformas virtuais sob o comando de Lucinha Mota, mãe da menina, assassinada a facadas nas dependências do Colégio Maria Auxiliadora, em Petrolina, durante uma festa de formatura.

Na última live, realizada na última sexta-feira de agosto, Lucinha questionou o desaparecimento de um brinco usado por Beatriz no dia do crime. Hoje, 03 de setembro, em mais um debate, a família questiona a presença de uma camisa suja de sangue que foi encontrada na cena do crime e chama a atenção para as seguintes interrogações que continuam sem respostas:

“Há informações que nos intrigam bastante: o que uma pessoa que mora há mais de 700km, que não tem vínculo com os alunos estava fazendo no dia da formatura? Qual motivo o levou aquele local? Por que estava sujo de sangue? Qual a origem desse sangue? A polícia localizou as roupas? Fez exames? Quais foram os resultados ? Perguntas e mais perguntas… queremos repostas! Queremos justiça! Queremos um inquérito justo! Quem matou Beatriz ? Quem participou da arquitetura daquela noite de terror?

Essas lives estão substituindo nossas manifestações nesse período de pandemia.
A live de hoje promete.”

Finaliza o convite de Lucinha e Sandro, pais de Beatriz, para que as pessoas participem da Live na noite desta quinta-feira (03).

Pais de Beatriz se reúnem com presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados

(Foto: Reprodução/Facebook)

Lucinha Mota e Sandro Romilton, pais de Beatriz Angélica Mota, se reuniram com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, em Brasília. O encontro aconteceu na terça-feira (18), no momento em que a Comissão se dispôs a dar voz à luta do casal.

Helder Salomão (PT-ES) se comprometeu a, dentro das prerrogativas dos deputados federais, cobrar celeridade nas investigações do crime. Para quem não lembra, Beatriz foi morta em 2015, no Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora e desde então, apesar da repercussão do caso, ninguém foi preso.

No encontro com o deputado, os pais de Beatriz relataram a luta incansável por justiça. Ele recebeu um relatório que aponta várias falhas na investigação feita pela polícia de Petrolina e pede a federalização do caso. Também estiveram na reunião o deputado federal Marcelo Freixo (PSOL-RJ), Tulio Gadelha (PDT-PE), que se comprometeu a abraçar a causa.

Lucinha e Sandro foram acompanhados pelos advogados Jayme Badeca, presidente da Comissão Especial da subseção OAB Juazeiro, Valentine Oliveira, secretária de formação do PSOL e Paulo José presidente, do PSOL de Juazeiro (BA).

Dia da Mulher será celebrado com atividades esportivas na Ilha do Fogo

Nesta sexta-feira (8) é celebrado mundialmente o Dia da Mulher e a tarde será marcada por atividades esportivas na Ilha do Fogo, localizada entre os municípios de Petrolina e Juazeiro (BA). Utilizada por praticantes de esportes, o espaço receberá às 16h a primeira edição do projeto Vale Viver Mulher.

O evento é organizado pelo grupo Somos Todos Beatriz e Lidu Promoções. A programação da tarde esportiva conta com uma travessia de caiaque, aula de zumba e orientação nutricional aos presentes. Em contato com o Blog, a organização destaca a importância do Vale Viver Mulher.

“O projeto oferece apoio efetivo a mulheres vítimas de violência e mães que passam pelo triste momento da separação dos seus filhos, para que recomecem sua vida longe de agressões e superem seus traumas“, disse. Apesar de ser a primeira edição, o grupo já planeja ampliar o projeto e busca apoio de parceiros para isso.

Secretário de Segurança de Pernambuco recebe os pais de Beatriz Angélica no Recife

(Foto: Arquivo)

Em meio a protestos em frente ao prédio do Palácio das Princesas, o Secretário de Defesa Social, Antônio de Pádua, a delegada responsável pelas investigações do caso, Gleide Ângelo e o Chefe da Polícia Civil do estado, Joselito Kherle do Amaral receberam os pais de Beatriz, Luncinha Mota e Sandro Romilton.

Com a aproximação dos dois anos de impunidade, foi iniciado hoje (13) um protesto no Recife, em busca de celeridade nas investigações. Com a suspeita de envolvimento de funcionários, Luncinha e Sandro buscam respostas para as perícias feitas na instituição de ensino onde o crime aconteceu.

Em breve novas informações.

Encerramento do Outubro Rosa conta com campanha para Beatriz Angélica em Juazeiro

(Cartaz Divulgação)

Na próxima segunda-feira (30) acontecerá o “4º aulão de encerramento Outubro Rosa”, em Juazeiro. O evento acontece em prol da campanha “Somos todos Beatriz”.

A programação conta com com aulas de zumba e aerodance, com a professora Cíntia Catherine. O aulão acontecerá às 19h, na Quadra da Lagoa de Calú. As doações poderão ser entregues ao grupo durante o evento.

Em setembro, grupo lança “Uma canção para Beatriz” em Juazeiro

O evento está previsto para começar às 8h, no restaurante Rio Center em Juazeiro. (Foto: Arquivo)

Um movimento solidário, coordenado pela primeira dama de Juazeiro, Nelma Bomfim, promove no dia 3 de setembro, o lançamento do álbum “Uma canção para Beatriz”.

A programação conta com um super café nordestino (self-service), tornei de futebol infantil e várias apresentações culturais com artistas da nossa região.

O evento está previsto para começar às 8h, no restaurante Rio Center em Juazeiro.  O ingresso individual custa R$30,00 com direito ao café e um CD.  Ingresso casal: R$50,00 + um CD. Todo o dinheiro arrecadado será destinado ao movimento #SomosTodosBeatriz.

A escola estava omissa, silenciou e funcionou como se nada tivesse acontecido, diz pai de Beatriz

Pais beatriz

Mais uma manifestação reuniu centenas de pessoas em frente ao colégio Maria Auxiliadora, reforçando o pedido que ecoa no Vale do São Francisco por justiça desde o fatídico dia 10 de dezembro de 2015, quando a menina Beatriz foi o grito por justiça.o “Somos todos Beatriz”, com

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Capitaneado pelos pais da garota o ato com a adesão de familiares, amigos e desconhecidos que tomaram este problema como sendo seu. Foram expostos cartazes com apelos de justiça, orações e discursos.

O encontro foi aberto com uma oração feita pelo Pastor Teobaldo, que clamou a Deus por respostas para o caso.

 A Diretora do Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora 

Irmã Júlia Maria de Oliveira, falou pela primeira vez  para o público presente nas manifestações, inicialmente, reforçou a solidariedade aos pais de Beatriz, professor Sandro e Lucinha e  em seguida elencou as ações que o colégio tem feito no sentido de contribuir para que esse bárbaro crime seja desvendado.

Segundo Ir. Júlia a ideia do disk denúncia partiu do colégio, todas as solicitações feitas por a polícia foram prontamente atendidas, não houve por parte do Maria Auxiliadora nenhum tipo de barreira, assegurou ainda que toda e qualquer informação relacionada ao caso são repassadas para a polícia e que chegaram inclusive a acionar o Ministério Público  e Secretária de Segurança Estadual, tudo com o objetivo de contribuir para elucidação do caso.

Deixou claro que o colégio sempre participou da manifestações, que a Irmã Maria José Alves, diretora  do Auxiliadora na época do crime, afirmou que sofreram com a família, e que espera que o culpado ou culpados sejam presos para voltarem a ter paz, finalizando com a leitura do Salmo 22.

A mãe

A mãe de Beatriz muito emocionada ao falar comoveu mais uma vez todos os presentes,  relatou que a vida parou no dia 10 de dezembro de 2015, agradeceu a Deus por lhes dá a força necessária, embora tenha dito que por um momento duvidou da existência de Deus, mas logo em seguida pediu perdão ao todo Poderoso e teve consciência do poder d’Ele nas suas vidas, que Deus colocou anjos o tempo inteiro para lhes proteger, que os pais não chegaram a ver a filha na situação que deu fim a sua vida,  falou do perdão, que não tem ódio nem raiva de ninguém, que ela nem o esposo Sandro podem perdoar ninguém, pois o perdão é de Deus. Para finalizar leu o Salmo 5.

O pai

Já o pai Sandro não menos emocionado, agradeceu a todos, aos amigos e a sociedade em geral por ter tomado a iniciativa de propagar a ideia de luta por justiça, que tudo que a família esta passando não desejaria a nenhum inimigo, se o tivesse.

Frisou o quanto é dolorido passar pelas ruas e ver as fotos da sua pequena estampada, que o dia de hoje é um mais um dia de cobrança  e espera que seja o último.

Ao tratar do andamento das  investigações, Sandro disse que parecem não evoluir, vez que já se passaram 90 dias, e apenas um retrato falado foi apresentado, se queixou da falta de empenho, interesse e investimento por parte do governador de Pernambuco e lembrou que as autoridades devem respostas.

A escola estava omissa, silenciou e funcionou como se nada tivesse acontecido, disse Sandro. Sem esquecer de agradecer a presença da Irmã Júlia durante o ato.

O pai de Beatriz salientou ainda que na noite do fato, estavam presentes três mil pessoas, mas apenas 80 foram ouvidas, registou o interesse das pessoas por dinheiro, já que quando a oferta do disk denúncia era de R$ 5.000,00, a polícia teria recebido apenas três telefonemas, mas que depois que a oferta dobrou para R$ 10.000,00 as denúncias subiram para cinquenta.

O caso

Beatriz Angélica, foi morta em um caso que comoveu e marcou  todo o Vale do São Francisco, o assassinato da menina ocorreu nas dependências do colégio Maria Auxiliadora, escola que compõe a Ordem Salesianas. O assassinato da garotinha completou 90 dias, sem nenhuma resposta ou expectativa de elucidação.

O caso Beatriz precisa ser desvendado, a família e a sociedade precisam de respostas, é inconcebível que a cena do crime tenha sofrido alterações, que o tráfego mesmo depois do crime tenha permanecido livre na escola, as famílias estão em pânico desde a noite do crime, o povo está cobrando ações protetivas do Estado e que as dúvidas acerca deste fato sejam sanadas, falou uma das manifestantes.

Segurança na escola

Depois do crime o colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora, montou um forte esquema de segurança. Foram aumentados os muros, colocado cerca elétrica, mais câmeras, catracas, homens, uma recepcionista identificando as pessoas e o destino dentro da escola, bem como separaram os portões que dão acesso a escola de funcionários e alunos.

Contudo, alguns pais não se sentem totalmente seguros, dada as circunstâncias do ocorrido e a forma que segundo eles estão sendo tratados na escola, “diante de tanto terrorismo nos sentimos constrangidos pois somos observados o tempo todo e com olhar de desconfiança”, afirmou uma mãe.

Acrescentaram ainda que mesmo como todo esse aparato na segurança, ainda existem muitas pessoas transitando “aleatoriamente” no interior da escola, que tem uma área enorme que ocupa um quarteirão do centro da cidade.