“Ultrapassou todos os limites de tolerância”, disse Dr. Augusto Coelho sobre os atrasos de verba do Estado que motivou o fechamento da APAMI

(Foto: blog Waldiney Passos)

Médico, ex-prefeito de Petrolina (PE) e fundador da APAMI, Dr. Augusto Coelho, falou nesta terça-feira (9), sobre a suspensão dos serviços na instituição.

Em entrevista ao programa Super Manhã, com Waldiney Passos, na Rádio Jornal de Petrolina, Dr. Augusto disse que não teve mais condições de manter a APAMI/HDT funcionando por não tem mais medicamentos, nem insumos e nem dinheiro para comprá-los e pagar funcionários.

“Enquanto tinha medicamento eu atendi. Apesar dos atrasos, a gente tinha uma reserva de medicamentos. Mas e agora, como que eu atendo se não tem medicamento? Você já viu tratar doente de câncer só com conversa? ”desabafou Dr. Augusto Coelho.

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Segundo ele, os serviços prestados pela APAMI e o Hospital Dom Tomás, são todos pelo o SUS, ou seja, os pacientes não pagam nada, e o faturamento é feito pela secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco. Só que há três meses esse repasse não é feito para a APAMI.

O dinheiro referente aos meses de outubro, novembro e dezembro, no valor de R$ 800 mil reais cada um, não foi repassado. Além disso, há uma dívida acumulada extra teto de serviços prestados, que chega a R$ 2 milhões e 500 mil.

O fundador da APAMI disse, que o governo do Estado prometeu pagar o mês de outubro antes do natal, mas não pagou.

“Nosso vínculo é com a secretaria de Saúde do Estado. Eu não posso me reportar diretamente ao Ministério da Saúde para saber o que está acontecendo. Só que o Estado não me paga e não dar nenhuma satisfação” explicou Dr. Augusto.

E acrescentou: “Nós estamos sendo tratados com indiferença pela Secretaria de Saúde de Pernambuco. Se dessem uma programação financeira, ainda daria para a gente fazer uma negociação com os nossos fornecedores. Mas nem isso”.

Dr. Augusto disse também que existe um valor de R$ 5 milhões e 500 mil, resultado de emendas do Deputado Federal Adalberto Cavalcanti e do Senador Fernando Bezerra Coelho, que deveria ter sido destinado ao Hospital Dom Tomás para aquisição de equipamentos.

“Somos a única unidade de referência de tratamento de câncer do vale do são Francisco. Mas eu sou obrigado a dizer a um paciente que chega lá sentindo dor, que não podemos atender porque não temos medicamentos. E como é que ele vai para Recife, que fica a 800 km e é o lugar mais próximo? O sentimento é de dor”, concluiu Dr. Augusto Coelho.

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