Violência: estudante afirma ter sido agredida por PMs em Petrolina

Policiais teriam agredido estudante

A estudante secundarista e diretora da União dos Estudantes Secundaristas de Pernambuco (UESPE), Camila Rabelo foi agredida no último sábado (9), em Petrolina. Em entrevista ao Blog Waldiney Passos ela relatou que no momento da ocorrência estava com duas colegas e foram abordadas por quatro policiais militares – que esconderam suas identificações na farda – na Rua das Laranjeiras, Centro da cidade.

De acordo com Camila, os PMs fizeram uma abordagem aparentemente rotineira ao grupo, mas tudo mudou rapidamente. “Falaram que estavam fazendo uma verificação por conta dos roubos na sede [da Univasf]. Olharam as nossas bolsas, não tinha nada. Elas estavam com o documento do partido e eles falaram que isso não podia, que era coisa de socialismo”, disse.

Agressão foi motivada por “terrorismo”

Ainda segundo a estudante agredida, ela levou um soco após as três terem sido liberadas da revista. “Eles falaram que iam liberar as meninas, mas iam confiscar o material. Eu falei que isso não estava certo e ele nos liberou, quando continuei descendo a rua, continuaram descendo atrás de mim e um veio, deu um soco no meu rosto dizendo que eu deveria deixar de ser terrorista“, relatou.

Camila levou soco no olho

Uma semana após a agressão sofrida, Camila afirma estar bem fisicamente e confirmou que no dia do ocorrido registrou um Boletim de Ocorrência. “Registramos no mesmo dia, fiz exame de Corpo de Delito e todos os procedimentos legais foram tomados”, destacou.

Outro lado

O Blog Waldiney Passos encaminhou uma nota à Polícia Militar de Pernambuco, solicitando um posicionamento da corporação sobre a denúncia apresentada pela estudante. Contudo, até o encerramento da matéria, a PM não se pronunciou.

Nota de repúdio

A Rede de Mulheres Negras de Pernambuco se posicionou através de uma nota, condenando a agressão. O Núcleo de Petrolina classificou a ação contra Camila e as duas colegas, que também são negras, como “retrocesso secular absurdo, pois a finalidade da existência de corporações como a polícia militar é de proteger a população em todos os seus âmbitos. Infelizmente, o que tem sido reproduzido é contrário à proteção; é um controle social de cunho essencialmente racista-político”.

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