Um dos principais pontos de reivindicação da greve dos docentes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), é contra ao Projeto de Emenda Constitucional (PEC) que limita e impõe os gastos públicos por 20 anos, a agora PEC 55 [antes chamada de PEC 241, quando tramitava na Câmara Federal], tramita no Senado e pode ser votada ainda essa semana. Confira o teor completo da nota encaminhada a este blog.:
NOTA SOBRE DEFLAGRAÇÃO DA GREVE DOS DOCENTES DA UNIVASF
Desde 2012 que a categoria docente da Univasf, representada pela seção sindical – SindUnivasf (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior Andes) está em estado de greve, reivindicando reposições de perdas salariais. Como algumas dessas reposições não foram atendidas, em 2015 a categoria entrou em greve, findando com o acordo que visava repor, parcialmente, essas perdas. A partir do revés do governo Temer, cenários novos para a educação e a condição dos trabalhadores foram delineados de maneira substancialmente preocupante:
– PEC 241 (atualmente PEC 55) que congelada as despesas do Governo Federal, tendo cifras corrigidas pela inflação, por até 20 anos, impacta os investimentos em saúde e educação;
– A reforma do ensino médio, arbitrariamente imposta, nega toda uma discussão e trabalho que vinha sendo desenvolvido via o Conselho Nacional de Educação, além de trazer inúmeros pontos contraditórios;
– Cortes na manutenção mínima nos investimentos da pesquisa, podendo lançar o Brasil em patamares de profundos atrasos do ponto de vista científico e do desenvolvimento tecnológico;
– Conjunto de políticas que tendem a sucatear as universidades públicas;
– Reforma da previdência que anuncia total precarização dos aposentados;
Diante te tal quadro, o SindUnivasf avalia que a sociedade está reagindo fortemente as esdrúxulas proposta do Governo Federal, sobretudo as que recaem na educação e no lombo dos trabalhadores. Cada dia mais escolas são ocupadas, mais universidades indicam greve e se fortalece uma grande mobilização nacional para o dia 11 de novembro.
Os docentes da Univasf, portanto, sempre em assembleias que avaliam e referendam ou não os próximos encaminhamentos, decidiram por ações de mobilização e paralisação, mas com indicativo de greve para o dia 9 de novembro. Entretanto, na última assembleia ocorrida no dia 3 de novembro, o coletivo, por maioria, voltou pela antecipação da deflagração da greve, por tempo determinado. Neste caso, houve um entendimento que o atual cenário urge por ações que visem criar e ampliar a pressão imediata sobre o governo de modo a provocar mudanças, sobretudo quanto a PEC. Nesse sentido, a principal pauta da greve está associada a PEC e tem como prazo de término a oficialização dessa Proposta nas instâncias do Governo Federal.