A escola estava omissa, silenciou e funcionou como se nada tivesse acontecido, diz pai de Beatriz

Pais beatriz

Mais uma manifestação reuniu centenas de pessoas em frente ao colégio Maria Auxiliadora, reforçando o pedido que ecoa no Vale do São Francisco por justiça desde o fatídico dia 10 de dezembro de 2015, quando a menina Beatriz foi o grito por justiça.o “Somos todos Beatriz”, com

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Capitaneado pelos pais da garota o ato com a adesão de familiares, amigos e desconhecidos que tomaram este problema como sendo seu. Foram expostos cartazes com apelos de justiça, orações e discursos.

O encontro foi aberto com uma oração feita pelo Pastor Teobaldo, que clamou a Deus por respostas para o caso.

 A Diretora do Colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora 

Irmã Júlia Maria de Oliveira, falou pela primeira vez  para o público presente nas manifestações, inicialmente, reforçou a solidariedade aos pais de Beatriz, professor Sandro e Lucinha e  em seguida elencou as ações que o colégio tem feito no sentido de contribuir para que esse bárbaro crime seja desvendado.

Segundo Ir. Júlia a ideia do disk denúncia partiu do colégio, todas as solicitações feitas por a polícia foram prontamente atendidas, não houve por parte do Maria Auxiliadora nenhum tipo de barreira, assegurou ainda que toda e qualquer informação relacionada ao caso são repassadas para a polícia e que chegaram inclusive a acionar o Ministério Público  e Secretária de Segurança Estadual, tudo com o objetivo de contribuir para elucidação do caso.

Deixou claro que o colégio sempre participou da manifestações, que a Irmã Maria José Alves, diretora  do Auxiliadora na época do crime, afirmou que sofreram com a família, e que espera que o culpado ou culpados sejam presos para voltarem a ter paz, finalizando com a leitura do Salmo 22.

A mãe

A mãe de Beatriz muito emocionada ao falar comoveu mais uma vez todos os presentes,  relatou que a vida parou no dia 10 de dezembro de 2015, agradeceu a Deus por lhes dá a força necessária, embora tenha dito que por um momento duvidou da existência de Deus, mas logo em seguida pediu perdão ao todo Poderoso e teve consciência do poder d’Ele nas suas vidas, que Deus colocou anjos o tempo inteiro para lhes proteger, que os pais não chegaram a ver a filha na situação que deu fim a sua vida,  falou do perdão, que não tem ódio nem raiva de ninguém, que ela nem o esposo Sandro podem perdoar ninguém, pois o perdão é de Deus. Para finalizar leu o Salmo 5.

O pai

Já o pai Sandro não menos emocionado, agradeceu a todos, aos amigos e a sociedade em geral por ter tomado a iniciativa de propagar a ideia de luta por justiça, que tudo que a família esta passando não desejaria a nenhum inimigo, se o tivesse.

Frisou o quanto é dolorido passar pelas ruas e ver as fotos da sua pequena estampada, que o dia de hoje é um mais um dia de cobrança  e espera que seja o último.

Ao tratar do andamento das  investigações, Sandro disse que parecem não evoluir, vez que já se passaram 90 dias, e apenas um retrato falado foi apresentado, se queixou da falta de empenho, interesse e investimento por parte do governador de Pernambuco e lembrou que as autoridades devem respostas.

A escola estava omissa, silenciou e funcionou como se nada tivesse acontecido, disse Sandro. Sem esquecer de agradecer a presença da Irmã Júlia durante o ato.

O pai de Beatriz salientou ainda que na noite do fato, estavam presentes três mil pessoas, mas apenas 80 foram ouvidas, registou o interesse das pessoas por dinheiro, já que quando a oferta do disk denúncia era de R$ 5.000,00, a polícia teria recebido apenas três telefonemas, mas que depois que a oferta dobrou para R$ 10.000,00 as denúncias subiram para cinquenta.

O caso

Beatriz Angélica, foi morta em um caso que comoveu e marcou  todo o Vale do São Francisco, o assassinato da menina ocorreu nas dependências do colégio Maria Auxiliadora, escola que compõe a Ordem Salesianas. O assassinato da garotinha completou 90 dias, sem nenhuma resposta ou expectativa de elucidação.

O caso Beatriz precisa ser desvendado, a família e a sociedade precisam de respostas, é inconcebível que a cena do crime tenha sofrido alterações, que o tráfego mesmo depois do crime tenha permanecido livre na escola, as famílias estão em pânico desde a noite do crime, o povo está cobrando ações protetivas do Estado e que as dúvidas acerca deste fato sejam sanadas, falou uma das manifestantes.

Segurança na escola

Depois do crime o colégio Nossa Senhora Maria Auxiliadora, montou um forte esquema de segurança. Foram aumentados os muros, colocado cerca elétrica, mais câmeras, catracas, homens, uma recepcionista identificando as pessoas e o destino dentro da escola, bem como separaram os portões que dão acesso a escola de funcionários e alunos.

Contudo, alguns pais não se sentem totalmente seguros, dada as circunstâncias do ocorrido e a forma que segundo eles estão sendo tratados na escola, “diante de tanto terrorismo nos sentimos constrangidos pois somos observados o tempo todo e com olhar de desconfiança”, afirmou uma mãe.

Acrescentaram ainda que mesmo como todo esse aparato na segurança, ainda existem muitas pessoas transitando “aleatoriamente” no interior da escola, que tem uma área enorme que ocupa um quarteirão do centro da cidade.

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