Aluna da Ufba acusa professoras de racismo

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Um ato de racismo está sendo investigado na Escola de Dança da Universidade Federal da Bahia (Ufba), no campus de Ondina, envolvendo as professoras Maíra Spanguero Ferreira e Adriana Bittencourt.

Em carta entregue à direção da escola e à reitoria, e compartilhada em rede social,  a estudante Gabriela Francisco Sampaio, 19 anos, do 2º semestre de licenciatura em dança, denunciou a postura – segundo ela – racista, em sala de aula, da professora Adriana Bittencourt. O fato aconteceu em 8 de março, quando ela apresentou um trabalho na disciplina de Estudos Críticos Analíticos 2.

Na carta, a aluna informa que apresentou o videoclipe Formation, da cantora Beyoncé, que denuncia a violência racial nos Estados Unidos. Segundo ela, após a exibição do vídeo, as professoras desqualificaram a luta da comunidade negra, o combate ao racismo e passaram a tecer contra a aluna e a comunidade negra injúrias deslegitimando e invalidando a crítica proposta pela cantora.

Investigação

Procurada pela reportagem na quinta-feira, 7, a professora Maíra Spanguero Ferreira informou que estava em reunião e que não poderia falar sobre o assunto. No segundo contato, não atendeu à ligação. Já Adriana Bittencourt, que estava na Escola de Dança, disse que pensaria se iria conceder entrevista, mas não atendeu à ligação.

A direção da Escola informou que  foi organizada uma comissão de sindicância, composta por três professores de outras faculdades, inclusive de direito, para acompanhar o caso.  “O caso é acompanhado pela Ouvidoria da Ufba e a posição da Escola de  Dança é não aceitar nenhuma forma de preconceito”, afirmou a diretora Dulce Aquino.

A diretora acrescentou  que, a partir da implantação das cotas na universidade, é preciso reconhecer que a instituição mudou e é  importante estabelecer uma nova relação social.

Nesta sexta-feira, 8, às 10 horas, haverá mediação entre a aluna Gabriela Sampaio e as duas professoras. A estudante registrou boletim de ocorrência na 7ª Delegacia Territorial do Rio Vermelho. No dia 15 de abril, às 15 horas, haverá audiência sobre o fato.

A advogada da aluna, Gaby Maffei, disse que a intenção do processo administrativo aberto na Ufba é solicitar a exoneração da professora Maíra Spanguero Ferreira, pois, se como professora ela teve esta atitude, ocupando outros cargos de mando na instituição pode ter uma postura bem pior.

“Não se trata apenas de uma ação penal. É preciso refletir sobre a educação. Queremos resposta da Ufba e saber se a universidade quer ser um modelo antirracista”, explicou Maffei.

Com informações de A Tarde

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