Apenas 25% dos pais falam sobre sexo com os filhos

Mother and daughter having an argument

Ninguém duvida da importância do envolvimento dos pais, como parte da estratégia global para melhorar a saúde e desenvolvimento dos jovens. Isso se aplica a discussão de questões sobre sexualidade e saúde reprodutiva. Estudos prévios sugerem que a participação familiar por meio do diálogo resulta em menos comportamentos sexuais de risco entre os jovens. E em tempos de HIV, papiloma vírus e outras DST, isso pode significar a diferença entre saúde e doença. Mas será que estas discussões são frequentes?. Um estudo realizado na Etiópia procurou avaliar a prevalência das discussões sobre sexualidade entre pais e filhos e os fatores associados a tal prática. Participaram do estudo 781 jovens, com idades entre 10-24 anos que responderam a  questionário, numa entrevista com duração de 40 minutos.

        O resultado mais importante mostra que nos últimos 6 meses, cerca de um quarto dos jovens tiveram uma discussão dos pais sobre sexualidade. O estudo revelou também que a discussão foi significativamente mais frequente entre os jovens do sexo masculino e adultos jovens, entre aqueles que viviam com os pais e tinham concluído o nível básico de escolaridade. Muitos podem se surpreender e atribuir o resultado ao fato de se tratar de país pobre como a Etiópia. No entanto, o resultado é comparável ao de estudo feito nos Estados Unidos, que mostra que apenas 26% dos jovens falam destes temas espinhosos com os pais. Os motivos alegados pelos jovens para não tocar em “assuntos sexuais” com seus pais foram: falta de interesse e vergonha dos pais, além de restrições culturais. Quanto à maior liberdade dos jovens do sexo masculino, isto pode ser explicado pelo fato dos homens não estarem sujeitos aos mesmos tabus sociais do que as jovens.  Uma pena já que outro estudo realizado na América Latina e Caribe mostrou que as discussões entre pais e jovens, sobre sexo, parecem ser mais importantes em termos de proteção para as mulheres. E não para os filhos homens.

          As implicações da pesquisa são claras. É preciso promover a discussão entre pais e filhos sobre temas sexuais ainda que eles causem algum constrangimento em ambos, nos jovens e nos pais. Isso é ainda mais importante nos locais onde os médicos não cumprem este papel. Os pais, devidamente informados, podem, por meio do diálogo, quebrar algumas barreiras e evitar futuros comportamentos sexuais de risco dos próprios filhos. Como dizem os jovens “é um papo-cabeça” que tem tudo para dar certo para os jovens. E para os pais, também.

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