Peculiaridades de um ano eleitoral

Enfim, chegamos ao ano das eleições, tãoFOTO WALDINEY aguardado, principalmente pela classe política. Classe política? Não deveria ser por todo cidadão ou cidadã bem informados, instruídos, atentos as movimentações visando um futuro melhor para as pessoas? Que pessoas? Aquelas que sofrem com a falta de uma saúde de qualidade, que têm que ficar horas e até meses esperando em uma fila de hospital para serem atendidas, que convivem com a fedentina, com os esgotos correndo a céu aberto, que não dispõem de calçamento ou pavimentação em suas ruas, que não têm acesso a uma educação de qualidade e que vivem amedrontadas com a falta de segurança!

Enfim, chegamos ao ano eleitoral. E você que clama por justiça, por melhores dias, já parou para pensar em quem vai votar esse ano? Aliás, quais são os critérios que você adota para eleger um candidato seja ele a prefeito ou vereador? É bom ir pensando nisso e compartilhar com os políticos essa expectativa pelas eleições do outubro vindouro.

Votar, exercer a sua cidadania, não é apenas defender seus interesses pessoais, é mais abrangente, é ter a consciência que toda ação pela coletividade também vai lhe beneficiar em algum momento e que qualquer iniciativa pública que contemple a individualidade é utopia, porque sem a consecução de políticas que atendam a todos nós, infelizmente a sociedade fica vulnerável e se fazemos parte dela, inevitavelmente estaremos expostos as consequências notadamente vivenciadas nos dias atuais (sem saúde, educação, segurança, etc).

Fico às vezes observando o comportamento dos eleitores, tem gente que vota apenas por paixão como se estivesse torcendo pelo um time de futebol, terminado o pleito comemora a vitória do seu “candidato” como se estivesse conquistado um campeonato e pronto, diz que não está nem aí para política, pois não depende dos políticos, e de peito estufado sai gozando dos que optaram por outros candidatos. Coitado, não sabe ele, como afirma Bertolt Brecht no texto o Analfabeto Político, “que da sua ignorância política nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos que é o político vigarista, pilantra, o corrupto e lacaio dos exploradores do povo.

Há quem vote ainda buscando ocupar espaço e caso seu candidato se eleja e não o conceda um emprego na prefeitura aí sai de baixo, desse a língua com gosto no eleito afirmando que se arrependera de votar no mesmo e que se soubesse teria votado no outro. Uma recomendação a esses aventureiros, o que importa não é simplesmente o esforço que você desprende na campanha, mas somado a isso a qualificação profissional, então procure primeiro se capacitar naquilo que faz e assim, talvez, seja reconhecido e assuma o lugar de destaque pretendido.

Então é ano de eleição, vem aí a pirotecnia da campanha, as promessas, o aperto de mão, o tapinha nas costas.

Pense bem, eleja agora o seu candidato, não o que vai ganhar, mas o que demonstre ter mais condições de promover as verdadeiras mudanças que a sociedade tanto deseja. Uma dica, antes de decidir o nome do candidato elenque o que você espera dele, depois analise durante a campanha quem mais se identifica com  suas expectativas, desta forma você irá votar consciente em quem poderá de fato realizar um trabalho próximo do que almeja.

Waldiney Passos – Editor do Blog

A tabuada da exportação do couro

Marcelo Damasceno 3

A depressão da economia norte-americana posterior à uma primeira guerra mundial indicava uma profética intervenção em Petrolina. Cravejada de estrelas e uma caatinga reverenciada pelo mais rico bioma do mundo na sua vegetação. Depois da sua caatinga desvirginada e produzindo os primeiros frutos. Com suas escolas religiosas para o ensino público e serviço em educação padronizada e cognitiva. Escola Nossa Senhora Maria Auxiliadora e Colégio Dom Bosco.

O Coronel Clementino Coelho um petrolinense com atividades comercial e pré-industrial. O beneficiamento das matérias primas produzidas com essa visão de tudo e do mundo. O sisal e o óleo da mamona. O algodão para a posterior indústria têxtil. Com a Catedral e seus cultos católicos. Com divergentes ideias para o ambiente que espreitava esse desentendimento entre a Diocese e seu dirigente comercial, Coronel Clementino Coelho. A segunda guerra mundial às portas. Um pulo desse 1927 a 1942.

Petrolina se vinculara ao mundo com a oportuna exportação. A guerra imbecil exigira a pele animal. O Coronel “Quele” guardara para a seca. Ele juntara fardos de pele da caprinocultura que incrementava a balança comercial. Surgira a Exportadora Coelho. Os anos 1940 de Petrolina enriquecidos na divergência entre um Bispo católico e um membro dessa igreja deu esse solavanco econômico a permitir a sequência matemática com política desentendida e polarização anterior à essa disputa de PT e PSDB. Essa troca de insultos aqui no Facebook entre facções que insistem por seu corporativismo sectário. Desse empurrão dos anos 1950 a exportação de pele dourava a economia. Petrolina saira definitiva da sua provinciana rotina.

Escrevi, jornalista Marcelo Damasceno. Petrolina PE.

 

Leitor envia artigo ao nosso blog sobre uma história de superação

Antonio Damião

Já escrevi artigos falando de personalidade do esporte, educação, poesia, política, e, religiosa. Temos tantos relatos inspiradores no youtube concernentes à vida de pessoas que se aventuraram no mundo dos concursos. Hoje, quero me deter escrevendo a história de um concurseiro, Francisco Ferreira. É um jovem simples, perseverante, metódico, e, bem aplicado na arte de estudar para concursos. Atualmente ele domina doze disciplinas e como consequência de sua desenvoltura, logrou êxito em quatro concursos, só esse ano de 2015.

Qual o segredo do sucesso dele? Bom, a sua vida não foi só de vitórias e nem um mar de rosas constantes. Houve também momentos difíceis durante sua preparação para concursos públicos, vez que ele mesmo relatou ter passado por duas estafas mentais em decorrência do estresse causado pela grande ansiedade a que fora submetido. Foi então quando percebeu que a intensidade nos estudos não seria o fator preponderante para alcançar seus objetivos, mas, além do foco e da disciplina, a organização e o planejamento exerciam um papel fundamental em todo o processo.

Algo que percebi no Francisco e que muito provavelmente tenha o ajudado nisso tudo é que, apesar de não ser evangélico ou frequentar qualquer templo religioso, ele é uma pessoa que exercita a fé. Pude perceber o brilho nos seus olhos ao falar sobre o assunto. Essa confiança era como se fosse um bálsamo em seu dia a dia. Esse jovem entusiasta fez faculdade de TI (Tecnologia da Informação) na capital pernambucana.

Durante algum tempo trabalhou em empresas do seu ramo de formação e chegou a ingressar nos negócios de sua família, mas em dado momento decidiu alçar voo sozinho. O Francisco nunca havia prestado um concurso na vida, não tinha preparo suficiente para disputar vagas, nem tampouco familiaridade com algumas matérias, aliás, direito constitucional, direito administrativo, auditoria, direito tributário nem conhecia o assunto. Apenas noções de contabilidade, pouca coisa de matemática financeira e informática por ser dentro da área de exatas e por fazer parte da grade curricular da referida graduação. Concurso exige competitividade, disputa acirrada e bastante seletivo.

Quem opta por esse caminho sabe que é espinhoso, exaustivo e intenso sofrimento até chegar ao cargo desejado. Um país que não tem emprego como o Brasil, a melhor alternativa, ainda é, a carreira pública, mesmo com extrema dificuldade.

O lema é estudar até passar, é claro que temos que pagar o preço, porque os concursos melhores exigem um alto nível de aprendizado. Os candidatos que disputam vagas têm sua maneira peculiar de preparo e estão em ritmos acelerados. Entretanto, quem almeja a tão sonhada carreira pública precisa ter foco, disciplina, e, metodologias de estudos persistentes.

Sem sombra de dúvidas, a orientação de profissionais em concursos, aumentam as chances do sucesso. Mas, o que importa mesmo é o pódio e só quem chega lá são aqueles que não param na beira do caminho e não desistem nunca, embora, experimentem em alguns certames, amargas decepções, desapontamentos etc.

 Na realidade o que nos impulsiona em buscas dessas realizações são as nossas mais urgentes necessidades. Muitos falam que ter força de vontade é o suficiente, para mim o fator decisivo é à força do hábito, pois, nem sempre temos a força de vontade, enquanto o hábito é algo permanente como as três refeições que fazemos na vida. Voltando a falar de nosso herói dos concursos, é natural que tenha a curiosidade de saber mais detalhes da vida dele. É um nordestino da terra do chão quente, onde brilha o intenso arrebol.

 Nossa pérola reside na cidade de Petrolina-PE. É um jovem bacana, inteligente, que aprendeu os mecanismos que leva à aprovação dos concursos públicos. Ele me afirmou que o sistema é bruto e só não consegue o cargo desejado quem para na beira do caminho e desiste da caminhada. Francisco passou no concurso do ISS em Salvador na área de TI, Secretaria da Fazenda do Estado de Pernambuco, um dos mais cobiçados do país, Analista do Controle Interno da Prefeitura de Petrolina, e, por fim, Analista de Sistemas da Companhia de Processamento de Dados da Bahia, sendo que nestes dois últimos, alcançou a primeira posição.

Recentemente o Fantástico veiculou a matéria de um jovem cearense que acertou 95% da prova do Enem, também nordestino, estudioso, e chegou a ler 80 livros num mês, para quebrar de vez a má fama daqueles que discriminam o Estado federativo do Nordeste. Deveria a televisão também fazer uma reportagem com o jovem Francisco mostrando o potencial humano que há no Sertão e que supera algumas regiões em muitos aspectos. Além disso, é uma injustiça nos rotular tão somente, como terra de sequidão, fome e pobreza, mas também, de pessoas talentosas que estão no anonimato da mídia.

Por: Antonio Damião Oliveira da Silva ([email protected])

Guarda Municipal Petrolina

Graduado em Matemática FFPP

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