Rússia inclui movimento LGBT em lista de ”terroristas e extremistas”

O movimento LGBT foi incluído pela Rússia em uma lista de pessoas e entidades “terroristas e extremistas”, de acordo com uma nota do serviço de inteligência financeira do país.

Administrada pela agência Rosfinmonitoring, que tem poder se congelar contas bancárias de grupos designados extremistas ou terroristas, a lista contém 14 mil nomes de pessoas e entidades. Alguns dos citados são o grupo terrorista Al-Qaeda, a empresa norte-americana Meta, e apoiadores do líder oposicionista Alexei Navlany, morto em fevereiro em uma prisão russa.

A inclusão do movimento LGBT à lista ocorre após a Suprema Corte russa considerar o movimento internacional “extremista” e tornar ilegal o ativismo LGBTQIA+ no país, em novembro do ano passado. Desde o início da guerra contra a Ucrânia, em 2022, as autoridades da Rússia reprimem de forma crescente as minorias sexuais.

Na quarta-feira (20/3), autoridades anunciaram a prisão preventiva de donos de um bar na região de Urais por “extremismo LGBTQIA “. Eles enfrentam uma pena que pode chegar até 10 anos de prisão. A acusação diz que “durante a investigação, foi descoberto que os acusados, pessoas com uma orientação sexual não tradicional (…) também apoiam as opiniões e atividades da associação pública internacional LGBT, proibida em nosso país”.

Desde 2013, uma lei russa proíbe a “propaganda de relações sexuais não tradicionais” entre menores. Em 2022, a legislação foi ampliada para proibir qualquer forma de “propaganda” LGBTQIA na mídia, internet, livros e filmes.

AFP e Correio Braziliense.

Artista petrolinense contratado para se apresentar no São João de Arcoverde relata caso de homofobia

O artista petrolinense OTHIERRI relatou ter sido vítima de homofobia na madrugada da última quinta-feira (22), no São João de Arcoverde. Ele está na cidade para participar do show ‘GYRA’, agendado para domingo (25), no Polo Raízes do Coco Lula Calixto e foi agredido por um grupo de homens.

 

Segundo a Assessoria da GYRA, nenhuma pessoa tentou intervir para ajudar o petrolinense e utros casos do mesmo tipo de crime que teriam acontecido na cidade contra artistas que estão na cidade.

 “Esse episódio confirma o quão normalizada está a violência sobre os corpos LGBTQIA+ na nossa cidade. Essa não é a primeira vez que uma artista LGBTQIA+ é violentada no “Melhor São João”. Ano passado a artista arcoverdense Gabi Benedita fazia sua apresentação no Polo das Artes Henry Pereira, quando foi surpreendida por um homem do público que tentou derrubá-la à força do palco. Na ocasião, o público retirou o violentador da plateia e abalada, Gabi Benedita pode concluir seu show“, afirma a Assessoria.

Homofobia: Com apoio da mãe, adolescente é agredido pelo irmão mais velho em Juazeiro: “Se for para ter um filho viado é melhor que Deus leve”

Um adolescente de 17 anos foi agredido pelo próprio irmão, com o consentimento da mãe, no bairro João Paulo II em Juazeiro, norte da Bahia. O crime aconteceu na última quarta-feira (07), no dia que em o jovem estava aniversariando.

Segundo entrevista da vítima ao Blog Tá na Roda, a genitora permitiu que o filho mais velho, que mora em outra residência, agredisse o jovem enquanto ele dormia.

O acusado utilizou um cabo de energia usado para ligar o computador para espancar o irmão mais novo.

O motivo das agressões teria sido uma flor, que foi enviada como presente de aniversário para o adolescente. O jovem contou ao blog que essa não foi a primeira vez que foi agredido pelo irmão.

LEIA MAIS

Prefeitura de Juazeiro repudia episódio de transfobia contra cidadão juazeirense ocorrido em Petrolina

A Prefeitura de Juazeiro, através da Secretaria de Desenvolvimento Social, Mulher e Diversidade (SEDES), manifesta o seu repúdio ao ato de transfobia institucional sofrido pelo juazeirense Eduardo Príncipe de Lira Rocha. Homem trans, Eduardo foi demitido de uma empresa da região, antes mesmo de assumir a sua função e apesar de ter qualificação para o cargo.

LEIA MAIS

LGBTfobia: Após ser contratado, homem trans é demitido de empresa em Petrolina: “Minha cota de pessoas diferentes já está atendida”

Em um momento de diversas conquistas para a comunidade LGBTQIAP+, como a implantação do Ambulatório Trans em Juazeiro, a garantia da alteração de prenome, casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, reconhecimento do nome social, é inaceitável que as transidentidades permaneçam marcadas por violências, estruturadas social e institucionalmente.

Assistência jurídica, psicológica e socioassistencial

A Prefeitura de Juazeiro e a SEDES repudiam qualquer forma de violência transfóbica ou homofóbica e manifestam o seu apoio a Eduardo Príncipe de Lira Rocha, assim como disponibilizam assistência jurídica, psicológica e socioassistencial. A gestão municipal reitera, ainda, o apoio à construção de espaços que respeitem e reconheçam as pessoas em sua integralidade, livres de preconceitos.

LGBTfobia: Após ser contratado, homem trans é demitido de empresa em Petrolina: “Minha cota de pessoas diferentes já está atendida”

Eduardo Príncipe de Lira Rocha é um homem trans e foi contratado para trabalhar em uma empresa em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O que deveria ser um momento de satisfação profissional terminou em frustração. A alegria de conseguir uma colocação no mercado de trabalho, principalmente  em um momento de crise financeira trazida pela Covid-19, se transformou em um pesadelo. Infelizmente o sofrimento que Eduardo passou chegou bem antes da pandemia e não tem vacina.

Após passar por uma seleção de emprego e ser aprovado por preencher todos os requisitos da vaga ofertada, Eduardo foi demitido um dia antes de começar a trabalhar. Ele iniciaria as atividades na empresa hoje (12).  Ontem (11) o proprietário mandou uma mensagem o dispensando.

Segundo trecho da conversar publicada por Eduardo em seus redes sociais, o dono da empresa disse que: “De minha parte, não segui o roteiro correto das entrevistas e não o identifiquei na primeira hora.[..] Meu objetivo é contratar um monitor, consequentemente do sexo masculino. Minha cota de pessoas diferentes já está atendida e completa com o que demonstro não ter preconceito”, escreveu o proprietário.

Ainda de acordo com as mensagem publicadas por Eduardo no Instagram, o proprietário disse que só percebeu que ele era um homem trans bem depois. “Somem vim saber de sua condição muito depois. Nada contra. Mas a vaga é para o sexo masculino”, pontuou.

Racismo

O criminalista Gilmar Júnior,  advogado de Eduardo Rocha,  destacou que o proprietário será processado nas esferas cível e criminal. “Nós vamos adentrar na seara cível para pedir uma indenização pelo dano moral que ele sofreu e na seara criminal também, porque em 2019 o STF decidiu que a transfobia e a homofobia podem ser inseridas na lei 7.716 de 1989 que constitui o crime de racismo”, afirmou o criminalista.

A pena para o crime de racismo é de dois a cinco anos de detenção.

Dia Internacional de combate a homofobia é celebrado hoje

(Foto: Arquivo)

Em 17 de maio de 1990, a Organização Mundial da Saúde (OMS) retirou a homossexualidade da Classificação Internacional de Doenças (CID). Por isso, desde 2004, comemora-se nesta data o Dia Internacional Contra a Homofobia, Lesbofobia, Transfobia e Bifobia, que passou fazer parte do calendário brasileiro em 2010.

A homofobia causou, este ano, até o início deste mês, a morte de 117 pessoas lésbicas, gays, bissexuais e transexuais (LGBT) no Brasil, segundo informações divulgadas pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Segundo o membro honorário do GGB, Genilson Coutinho a luta é diária.

“Hoje é um dia em que queremos dar um grito para que a sociedade acorde e entenda que somos cidadãos e seres humanos, que têm direito à vida também, sem que nossos lares sejam dilacerados, como ocorreu recentemente com a família de Tadeu Nascimento, aqui em Salvador, há pouco mais de uma semana. Não adianta termos uma Secretaria de Direitos Humanos se não sairmos dos gabinetes e partirmos para a prática”, declarou.

Em 81 países, a homossexualidade ainda é ilegal e em 7 ela pode ser punida com a morte. O Brasil é o país onde mais se mata travestis e transgêneros, de acordo com a ONG International Transgender Europe.

Com informações do EBC