Final da Copa do Brasil terá campanha de combate ao racismo

Antes da bola rolar na final da Copa do Brasil, disputada entre Flamengo e São Paulo, neste domingo (24), os torcedores presentes no estádio do Morumbi e os que vão acompanhar o jogo pela televisão terão sua atenção voltada para uma campanha para enfrentar o racismo nos campos de futebol. Batizada de Com Racismo Não Tem Jogo, a ação divulgará canal de denúncias para enfrentamento ao racismo no cenário esportivo.

A ação contará com as presenças dos ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos e da Cidadania), Anielle Franco (Igualdade Racial) e André Fufuca (Esporte). Na ocasião, haverá a exibição de um balão inflável do Disque 100 – Disque Direitos Humanos, canal pelo qual a população pode fazer denúncias contra a violação de direitos humanos, dentre elas o racismo durante as partidas de futebol.

No centro do gramado do Morumbi, os ministros também entregarão camisetas aos jogadores com mensagem contra o racismo. A campanha faz parte das ações do governo federal para combater o racismo.

“O governo federal está empenhado em promover ações para coibir e reprimir atos de intolerância, discriminação e preconceito racial em arenas esportivas tanto no Brasil quanto no exterior”, disse o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania em nota.
A pasta lembra ainda os episódios de racismo, na Espanha, envolvendo o jogador Vinicius Jr., atacante do Real Madri e convocado para a seleção brasileira. Em maio, Vinicius Jr. foi alvo, mais uma vez, de racismo, durante uma partida do seu time contra o Valencia.

No episódio, torcedores do Valencia chamaram Vinicius de macaco desde a chegada do ônibus no estádio. O comportamento foi repetido ao longo do jogo, fazendo com que a partida fosse interrompida quando o atacante apontou torcedores imitando sons e fazendo gestos de macacos.

Em resposta, o Itamaraty, o Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania e o Ministério da Igualdade Racial, em conjunto com outras Pastas, divulgaram uma nota convocando as autoridades governamentais e esportivas da Espanha a tomarem providências para punir os autores dos atos e evitar repetições.

Agência Brasil

Ataque a tiros por ‘ódio racial’ deixa três mortos nos EUA

Um homem branco matou a tiros no sábado (26) três pessoas negras, dois homens e uma mulher, em Jacksonville, no estado americano da Flórida, antes de cometer suicídio, informaram autoridades, citando o “ódio racial” como motivo do ataque.

“Seu alvo era um determinado grupo de pessoas, os negros, que ele disse que queria matar. E isso está muito claro”, disse o xerife TK Waters sobre o atirador. De acordo com Waters, um homem branco de 20 anos que ainda não foi identificado começou a atirar em uma loja de descontos, armado com um fuzil do tipo AR e uma pistola.

Manifestos descobertos pela família do atirador pouco antes do ataque mostram “a repugnante ideologia do ódio”, disse o oficial, acrescentando que suásticas desenhadas à mão foram encontradas em pelo menos uma das armas. O ataque ocorreu perto da Edward Waters, uma universidade historicamente associada à comunidade negra daquele estado do sul.

A Polícia Federal americana (FBI) irá investigar o ataque como um crime de ódio, ressaltou Sherri Onks, agente especial do FBI na localidade de Jacksonville. O governador da Flórida, Ron DeSantis, rejeitou o ataque “horrível” e chamou o atirador de “lixo”.

“Ele atacou as pessoas por causa da sua raça, isso é totalmente inaceitável”, disse DeSantis, que concorre à indicação presidencial republicana para as eleições de 2024.  “Este homem cometeu suicídio em vez de enfrentar a situação e aceitar a responsabilidade pelas suas ações, escolheu o caminho covarde”, acrescentou o político.

O ataque de sábado é o mais recente de uma onda de ataques a tiros nos Estados Unidos no fim de semana. Os tiroteios em massa tornaram-se mais comuns no país, onde em muitos estados os cidadãos têm fácil acesso a armas de fogo.

No início do sábado, a polícia relatou sete pessoas hospitalizadas devido a um tiroteio em massa durante o festival caribenho realizado na cidade de Boston (nordeste).  Na noite de sexta-feira, duas mulheres foram baleadas durante um jogo de beisebol em Chicago; enquanto um jovem de 16 anos foi morto e outros quatro ficaram feridos em uma disputa após um jogo de futebol americano em uma escola de ensino médio de Oklahoma.

Um autoproclamado supremacista branco matou 10 pessoas negras em um ataque a um supermercado em maio de 2022 no interior do estado de Nova York.

AFP

Brasileiros sofrem novo ataque racista durante evento com o papa em Lisboa

Um grupo de quilombolas brasileiros que participaram da Jornada Mundial da Juventude (JMJ) registrou boletim de ocorrência sob alegação de racismo. O caso ocorreu na sexta-feira (04/08), logo depois da via-sacra realizada no Parque Eduardo VII, em que o papa Francisco ouviu as principais aflições que afetam os jovens, entre elas, a intolerância, o desemprego e a pobreza. A queixa foi formalizada em nome de Marcos Vinícius Vieira Reis, que vive em um quilombo de Ilhéus, Bahia. “Foi uma agressão pesada”, disse ao Correio. “Vários jovens brancos começaram a gritar imitando macacos, uma tristeza”, acrescentou.

O boletim foi feito na 21ª esquadra (delegacia de polícia). Um advogado da Educrafro, instituição que dá suporte a afrodescendentes, acompanhou a denúncia. Três dias antes, outro grupo de jovens brasileiros — mulheres trans e negros da periferia — também foi vítima de preconceito. Questionado pelo Correio sobre esse tipo de ocorrência, o diretor do Departamento de Operações da Polícia de Segurança Pública (PSP), Pedro Moura, disse que há disposição das autoridades em punir crimes de intolerância, seja racial, seja de gênero ou religiosa. Nesta segunda-feira (07/08), os brasileiros irão ao Consulado do Brasil em Lisboa em busca de ajuda.

Carta a Francisco

No total, 18 brasileiros foram convidados pelos organizadores do megaevento para reforçar a diversidade entre os participantes. Três deles conseguiram entregar, no sábado (05/08), uma carta com reivindicações a Dom Américo Aguiar, coordenador-geral da Jornada Mundial da Juventude em Portugal. A meta é que o documento chegue às mãos de Francisco. Entres os pontos principais estão o fim da violência que dizima jovens negros da periferia e da intolerância religiosa no Brasil, que afeta, sobretudo, os templos de matriz africana, e maior acesso da população negra a instituições de ensino da Igreja católica.

Segundo Gilmar Santos, que é médico quilombola, a recepção de Dom Américo foi muito boa. “Ele nos atendeu com toda a gentileza. Agora, esperamos que, efetivamente, nossas reivindicações cheguem ao papa Francisco”, afirmou. Para ele, é importante que o pontífice use toda a sua influência para convencer as autoridades brasileiras de que é preciso dar mais atenção aos afrodescendentes, que representam 56,1% da população do país, mas são pouco atendidos pelo Orçamento da União, pois enfrentam dificuldades de acesso a serviços básicos, como o de saúde.

Correio Brasiliense

‘Contexto de brincadeira’, diz juiz ao absolver vereador acusado de racismo

O vereador Camilo Cristófaro (Avante), da cidade de São Paulo, foi absolvido pela Justiça de São Paulo de uma acusação de racismo, nesta quinta-feira (12). No último dia 3 de maio, o vereador disse em plenário que “não lavar a calçada… é coisa de preto, né?”. O juiz Fábio Aguiar Munhoz Soares entendeu que o político não teve intenção de discriminar e que a fala foi “extraída de um contexto de brincadeira”.

A fala do vereador foi captada pelo sistema de som do plenário. Em julho, o Ministério Público de São Paulo (MPSP) denunciou o político pelo crime de racismo. No entanto, o juiz entendeu que “era necessário que ficasse devidamente comprovada nos autos não somente sua fala, mas também a consciência e a vontade de discriminar, pois não fosse assim e bastaria que se recortassem falas de seus contextos para que possível fosse a condenação de quem quer que fosse”.

“A fala do acusado, como se demonstrou de forma exaustiva pelas testemunhas ouvidas em juízo, foi extraída de um contexto de brincadeira, de pilhéria, mas nunca de um contexto de segregação, de discriminação ou coisa que o valha”, decidiu Soares. Depois que a fala veio à tona, Cristófaro se defendeu da acusação e disse que foi uma “brincadeira com um amigo” e que ele não é racista. Também foi aberto contra o vereador um processo disciplinar na Câmara Legislativa de São Paulo, mas está parado.

Correio Brasiliense

Governo trabalha em plano de ação para combater racismo no esporte

Após o registro de mais um episódio de racismo no futebol no último sábado (17), durante o amistoso entre a seleção brasileira e a Guiné, na Espanha, o Ministério do Esporte divulgou hoje, segunda-feira (19), uma portaria que estabelece a criação de um grupo de trabalho com o objetivo de desenvolver um plano de ação para combater o racismo no âmbito do esporte e do lazer.

Essa medida visa reunir representantes da sociedade civil, empresas públicas e entidades governamentais, indicados pelos Ministérios da Igualdade Racial e Justiça e Segurança Pública. No prazo de 45 dias, esse grupo, coordenado pela Assessoria de Participação Social e Diversidade do Ministério do Esporte, deverá apresentar uma proposta de plano de ação.

Dentre as ações que esse plano deve abranger, estão políticas de combate ao racismo, inclusão da população negra no esporte e meios de promover o diálogo intersetorial para debater esse tema.

Em relação ao episódio de racismo em questão, apesar do jogo entre Brasil e Guiné ter sido marcado por manifestações antirracistas, houve um relato de racismo feito por Felipe Silveira, assessor pessoal e amigo do jogador Vini Jr. Segundo Silveira, ao passar pela entrada do estádio, ele foi abordado por um segurança que teria apontado uma banana e dito: “mãos para cima, essa daqui é minha pistola para você”.

Agência Brasil

Ato de racismo de servidora de Curaçá será apurado pelo Tribunal de Justiça da Bahia

(Foto: Reprodução)

O corregedor das Comarcas do Interior do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), Osvaldo de Almeida Bomfim, instaurou sindicância contra a servidora Libania Maria Dias Torres. A escrivã  da Comarca de Curaçá foi flagrada em vídeo desferindo insultos racistas a um policial negro em abordagem policial que apurava uma denúncia de que a servidora teria agredido sua companheira.

O corregedor fixou o prazo de 30 dias para proceder o pertinente apuratório e apresentação de relatório conclusivo.

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PT-BA repudia ato de filiada e executiva de Curaçá por ato de racismo

A defesa do PM agredido e chamado de “macaco” durante uma ocorrência no bairro Vale dos Lagos, Salvador, na quarta-feira (16), prometeu que irá processar o presidente do PT de Curaçá e toda a diretoria da sigla envolvida na aprovação de uma nota de apoio à agressora, identificada como Libânia Maria das Torres.

No perfil do Instagram, o PT municipal de Curaçá alegou que o termo utilizado por Libânia para ofender o policial “não é racismo”.

(Com informações do Bahia Notícias)