Condições precárias dos alojamentos de PM’s durante festas em Caruaru é debatida na Alepe

Presidente da Comissão de Cidadania, Edilson Silva (PSOL) disse que o grupo irá ao local verificar as condições de trabalho dispensadas aos militares. O parlamentar criticou também o “abismo” entre os cachês de luxo e o pagamento para profissionais que estão garantindo a festa.

O deputado Joel da Harpa (PTN) chamou a atenção, nesta segunda (20), para as más condições de trabalho e, especialmente de alojamento, dos policiais e bombeiros que estão atuando na festa de São João de Caruaru, no Agreste. Durante a Reunião Plenária, outros parlamentares contrastaram a situação denunciada com os altos cachês pagos para garantir a participação de bandas famosas no evento.

De acordo com o deputado do PTN, os militares trazidos de regiões como o Sertão para reforçar a segurança em Caruaru vêm sendo abrigados em um galpão improvisado, sem ventilação e com camas em número insuficiente. Além disso, os banheiros não têm condições mínimas de uso, e a alimentação fornecida é limitada. “Numa festa que tem um investimento milionário, há policiais e bombeiros literalmente dormindo no chão. A situação parece a de um local onde houve uma calamidade pública”, observou.

Segundo Joel da Harpa, a situação já foi levada ao conhecimento da Secretaria de Defesa Social (SDS) e do Governo do Estado, mas nenhuma melhoria foi providenciada. O parlamentar, que é policial militar, disse ainda que o pagamento da diária de R$ 54 oferecida aos profissionais da segurança é incerto e fica a critério do Governo.

Em aparte, Cleiton Collins (PP) comentou sobre a disparidade entre os cachês pagos pela Prefeitura de Caruaru para atrações como Wesley Safadão (R$ 575 mil) e Luan Santana (R$  325 mil) e os destinados à Associação dos Forrozeiros e Trios Pé de Serra de Caruaru (R$ 200 mil, para cerca de 75 artistas). “Estou apresentando um projeto estabelecendo teto de gastos para artistas que participam de festividades com dinheiro público”, anunciou.

Presidente da Comissão de Cidadania, Edilson Silva (PSOL) disse que o grupo irá ao local verificar as condições de trabalho dispensadas aos militares. O parlamentar criticou também o “abismo” entre os cachês de luxo e o pagamento para profissionais que estão garantindo a festa.

O deputado Professor Lupercio (SD) se somou às críticas e também apoiou a iniciativa de teto proposta por Collins. “Lamento o que está acontecendo. Como as pessoas vão manter a segurança sem condições elementares de trabalho?”, questionou. Ele divulgou ainda o Projeto de Lei 827/2016, de sua autoria, que busca proibir o uso de recursos públicos para contratação de artistas que discriminem mulheres, homossexuais ou afrodescendentes, ou que contenham apologia ao uso de drogas ilícitas.

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